LINHAGEM DE MARIA LEITE DA NÓBREGA


MARIA LEITE DA NÓBREGA
Este texto  é uma edição consentida do texto original de Valdir Leite Perazzo que fez uma longa pesquisa para rastrear as origens da  Família Leite da região do Pajeú, em Pernambuco. Foram acrescentadas informações de outras fontes para compor o texto definitivo que apresenta alguns recortes da memória  Maria Leite da Nóbrega casada com Luiz Leite da Nóbrega. As informações traça a sua genealogia (ascendentes e descendentes diretos) e traz aspectos do contexto histórico no período que antecede a vinda dos seus pais para Alagoinha (Ipaumirim), bem como personagens que aqui viveram nos primórdios do século XX. Em negrito, numa linha que se estende desde 1755 até 2018, a descendência de Pedro Leite Ferreira e Isabel Gomes de Almeida seccionando apenas a descendência direta que vai até Maria Leite da Nóbrega e os seus próprios descendentes. São onze gerações distribuídas por 263 anos portanto pouco mais de dois séculos e meio.
Agradeço a Valdir Leite Perazzo por nos tirar deste limbo informativo a respeito dos nossos antecedentes sobre os quais eu sempre tive curiosidade de saber mas não conseguia estabelecer o fio da meada entre a minha avó e seus antepassados.
MARIA LUIZA
RECIFE
31.07.2018

COMEÇANDO DO COMEÇO
 
“Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.  (Valter Hugo Mae, O filho de mil homens.)

Em 1755, o casal Pedro Leite Ferreira (1) e Isabel Gomes de Almeida veio da Bahia para a ribeira do Piancó fixando residência num lugar chamado Tapera, à margem direita do rio Genipapo onde trabalhou na criação de gado e agricultura. O casal teve oito filhos, quatro homens e quatro mulheres: Isabel, João, José, Clara, Maria Bárbara, Joaquim e Pedro. A descendência do casal espalhou-se pelos municípios de Conceição, Piancó e Teixeira formando, assim, três ramos genealógicos.
Entre estes, é o ramo de Teixeira que dá origem a Família Leite de São José do Egito da qual descende diretamente Maria Leite da Nóbrega.
Pedro Leite Ferreira (2), fundador da cidade de Teixeira – PB e um dos filhos do casal Pedro Leite Ferreira (1) e Isabel Gomes de Almeida, teve vários filhos. Entretanto ignora-se o nome da sua esposa. Entre os filhos, Luzia Ferreira Leite.
Luzia Ferreira Leite casada com Francisco de Souza Dias tiveram vários filhos. Entre eles, José Pedro de Souza Leite casado com Margarida Ferreira de Santana, pais de Felipe Pedro de Souza Leite.

FELIPE PEDRO DE SOUZA LEITE, avô materno de Maria Leite da Nóbrega

Felipe Pedro de Souza Leite casou  com sua parenta Clotilde Ferreira Leite, na cidade do Crato, no ano de 1860. Além do nome na certidão de casamento, não se conhecem  informações sobre Clotilde Ferreira Leite sabendo-se apenas do parentesco entre eles.   Felipe Pedro possuía a patente de Major da Guarda Nacional. Foi eleito o primeiro prefeito constitucional de São José do Egito eleito em 21 de fevereiro de 1892 após a Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891, que concedeu autonomia dos municípios estabelecendo que a Vila que fosse sede de município deveria ter prefeito de Conselho Municipal eleitos ainda que não tivesse o status de cidade. Felipe foi empossado em 25.03.1892 e governou até 15.11.1895. O casal teve os seguintes filhos: Abílio, Adelaide, Adelino, Aprígio, Argemiro, Ernesto, Gonçalo, Ilídio, Irineu, Manoel Tito, Pedro Felipe e Ursulina (Lalá).
Ursulina de Souza Leite foi casada com seu parente José Ferreira de Sant’Anna, conhecido em São José do Egito, com o nome político de Coronel Cazuza Sant’ Anna. O casal teve sete filhos entre os quais sobreviveram Josefa, Pedro (nascido em 1890)  e Maria Leite da Nóbrega (nascida em 1900).

Cazuza Sant´Anna foi delegado em São José do Egito por volta de 1897; tinha a patente de coronel da Guarda Nacional outorgada e assinada por Floriano Peixoto e foi ainda prefeito de São José do Egito.Foi eleito prefeito de São José do Egito pela primeira vez governando no período de 15.11.1904 a 14.11.1907.Foi eleito novamente prefeito exercendo o segundo mandato a partir 11.11.1910 mas não há registro de quando finalizou. Sabe-se, pelos documentos oficiais, que assinou o último documento como prefeito em 28.09.1911.
Entre este período (setembro de 1911) e o registro de sua chegada a Alagoinha, em1913, quando compra um terreno ao Sr. José Lobo, a conforme anotações de Josa Henrique sobre a História de Ipaumirim, não se sabe por onde teria andado.
“Em 1913, um pernambucano conhecido como José Ferreira de Santana, avô do nosso estimado Dr. Jader Nogueira de Santana, comprou ao Sr. José Lobo, esse atual pedacinho do céu, pela importância de três mil e quinhentos reis, com seiscentas braças quadradas. Naquela época, existia a figura dinâmica do respeitoso padre Inácio, que se utilizando dos próprios esforços, viu nascer a primeira capela, erguida de maneira humilde e acabrunhada, dando-nos a impressão de uma casinha de palha. Situava-se onde hoje residem os Srs. Eugênio e Vicente Ferreira, à Rua São Vicente.
Com o novo surgimento da segunda capela, erguida onde hoje é a nossa atual matriz, aquela acanhada e já citada igrejinha cedeu lugar ao campo da paz, onde ficou instalado o cemitério.” (HENRIQUE, Josa. História do município de Ipaumirim. Op cit. Anotações pessoais publicadas no blog http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com   em 09.09.2007)
O que se tem por certo é que ele chega ao distrito de  Alagoinha, atual Ipaumirim,  acompanhado da  sua mulher, Ursulina Souza leite, três filhos (Pedro , Zefinha e Maria) e dois irmãos menores de Lalá, Irineu e Tito, para o distrito de Alagoinha, atual Ipaumirim. Não se sabe também por qual rota chegaram até lá. Sabe-se que havia uma rota  pela Paraíba através de uma velha estrada real, Estrada das Boiadas,  que ligava o Ceará a Pernambuco e Paraíba passando pelo povoado de Umari, no Ceará. Esta rota margeava o riacho pendência que passa no município de Ipaumirim.  Outra alternativa seria uma rota  pelo sertão de Pernambuco entrando no Ceará pelo Cariri. Nesse período, já haviam vários caminhos além dessas rotas principais de forma que não é possível localizar exatamente o seu percurso.Não existem fotografias do casal.
 
ZEFINHA
PEDRO SANTANA
MARIA LEITE DA NÓBREGA

IRINEU SOUZA LEITE
MANUEL TITO SOUZA LEITE


Tem-se informações que antes de irem para Alagoinha Cazuza teria enviado um emissário, chamado Isidro Neri, para verificar algum local onde pudessem adquirir terras e se instalar com a família. Junto com eles,  veio Isidro e seu irmão Odilon Nery.
Razões políticas teriam provocado a saída de Cazuza Sant’Anna de sua terra. Em declaração pública por ele feita, datada 15 de janeiro de 1909, com firma reconhecida, notificava que a instabilidade política da época com episódios constantes de violência. O documento cita fatos e personagens envolvidos na querela política.
De maneira geral, o contexto político, no período, era bastante complicado. As oligarquias, através dos seus caciques políticos, exerciam o poder e a despeito de qualquer lei controlavam territórios, promoviam matanças, invasões e acobertavam toda sorte de desordens. Os estados eram feudos dos coronéis. Nos sertões do Nordeste, a situação era agravada pelas condições econômicas. As perseguições, os tiroteios,  a deposição de chefes políticos faziam parte da rotina.  Em comum acordo com o chefe político, na capital, os coronéis interioranos exerciam, sem limites,  o poder local.
No governo Hermes da Fonseca, os militares pressionavam o governo para romper o poder das oligarquias propondo a política de salvação nacional colocando militares nos governos estaduais com o objetivo de enfrentar o poder dos coronéis. Assim, no contexto de tantos conflitos, o general Dantas Barreto chega ao governo de Pernambuco desmantelando o esquema político de Rosa e Silva que dominava a política na região desde 1896. 


AS LUTAS POLÍTICAS DA FAMÍLIA LEITE EM SÃO JOSÉ DO EGITO
(DEPOIMENTO DE VALDIR LEITE PERAZZO)

“Da leitura do livro “Um Sertanejo e o Sertão”, do ilustre pernambucano Dr. Ulysses Lins, que me foi gentilmente cedido por Aurene Perazzo, faz dois ou três anos, anotei que sob o Governo de Dantas Barreto em Pernambuco, houve um verdadeiro terremoto político, saindo da arena política em São José do Egito o coronel José Ferreira de Sant´Anna, que foi substituído no comando da política local por Domingos Alves de Siqueira. Intui que foi esse vendaval político que retirou a família Leite da cena política do município de São José do Egito. Não sabia ainda qual era o grau de parentesco do coronel José Ferreira de Sant´Anna com a família Leite.
Em posterior viagem à Tuparetama, em férias, passei pela cidade de São José do Egito, visando obter informações sobre a família Leite. Já cogitava de estudar a genealogia do clã. Fui à secretaria da Catedral pesquisar o livro de Tombo. Não obtendo sucesso, fui à Casa Paroquial. Para minha surpresa e gratidão, obtive do Padre uma cópia do livro de Tombo que já estava digitado. Nele obtive maiores informações sobre a causa da queda política da família Leite em São José do Egito. O texto abaixo, extraído do referido livro, traz luz sobre a questão:

ACONTECIMENTOS MAIS IMPORTANTES
“Me é triste e doloroso lembrar o que aconteceu nesta freguesia no princípio do ano próximo findo, porém o farei para que a posteridade saiba qual foi a minha atitude nesta ocasião, qual a perversidade dos políticos deste tempo, qual o castigo deles, castigo que poderá servir de exemplo para o futuro. - No dia 05 de janeiro de 1911, recebi do prefeito Santana, cuja perversidade não havia igual, senão a ignorância boçal, um ofício exigindo a entrega imediata das chaves dos cemitérios desta freguesia, dizendo ele que a administração dos cemitérios pertencia não ao vigário, senão ao Conselho Municipal. Para mais esclarecimentos é preciso saber que os cemitérios desta freguesia foram todos eles construídos pela igreja, no tempo da Monarquia, muitos anos antes de São José do Egito ser município, que o governo da República criando a lei da secularização dos cemitérios não entendeu submeter a tal lei os cemitérios já existentes, antes declarou no Decreto Nº 789 de 27 de setembro de 1890, parágrafo segundo que: (a disposição da primeira parte do artigo antecedente, que estabelece a secularização dos cemitérios) não compreende os cemitérios ora pertencentes a particulares, ordens e congregações religiosas e a hospitais etc. Tudo isso fiz ver ao Santana, dizendo-lhe mais em uma carta calma e respeitosa que os cemitérios sendo bens eclesiásticos nesta freguesia e eu não sendo senão o simples administrador destes bens, não podia por forma nenhuma satisfazer ao pedido do ofício recebido, que era necessário o Senhor Bispo Diocesano ser informado deste conflito para poder, como superior eclesiástico, protetor nato dos bens eclesiásticos da diocese, decidir a questão suscitada. No dia seguinte, 06 de janeiro, em uma resposta irreverenciosa, direi mais, em uma resposta grosseira, o Santana me declarou que o Conselho Municipal não aceitou meu parecer e me intimou de novo para lhe entregar as chaves dos ditos cemitérios, sob pena, no caso de recusa, de me executar com todos os rigores das leis!!! (que orgulho! que ignorância!) Recusei energicamente! No domingo, então, após a missa conventual o Santana mandou um seu cunhado, um tal vulgarmente chamado Caboclo Felipe acompanhado de um tal José David, pelintra da rua, os quais entrando armados de punhais no consistório da matriz, lugar de minha residência paroquial, me ameaçaram grosseiramente com o fim de arrancar das minhas mãos as chaves em questão. Tudo foi inútil, estava pronto a morrer antes de entregar ao demônio o que é de Deus. Desenganados então, foram uns vinte, acompanhados de cangaceiros para o cemitério; lá, sacrilegamente, arrombaram as portas do cemitério e da casa de oração do mesmo, exercendo assim o seu furor e a sua impiedade contra as pobres almas do purgatório - e agora, qual foi o motivo de tanta impiedade? Unicamente a cobiça!!! Estes homens cobiçosos ao excesso, viram no cemitério um meio de fazer uma gorda arrecadação, exigindo, com efeito, cinco a dez mil réis (horror!!!) cada vez que o povo pedia a chave do cemitério para enterrar alguém, e sem temor de Deus, sem respeito para a luz sagrada das almas, apossaram-se sacrilegamente do cemitério, entregando a nova chave deste a um infeliz adulteradamente amasiado e professando até doutrinas de protestantismo. Entreguei a Deus e as almas as minhas queixas e esperei com paciência o dia da justiça divina. Entretanto mandei ao Sr. Bispo D. Luiz um relatório exato do ocorrido todo. O Sr. Bispo respondeu pedindo aos homens de entregarem o que não era deles, senão da igreja, mas o pedido do Sr. Bispo não teve outro resultado sobre estes homens. "Sei que a lei é em seu favor, me respondeu pessoalmente o Santana quando o fui visitar para lhe comunicar a carta do Sr. Bispo, porém eu sou o governo aqui e não quero lhe entregar nada". Deus não podia deixar de castigar um tal orgulho - com efeito no mês de novembro de 1911, mês dedicado especialmente a devoção das almas, as revoluções que arrancaram das mãos do Conselheiro Rosa e Silva o poder político do Estado de Pernambuco, foram ao mesmo tempo o sinal da derrota desses perversos todos. Com efeito, enquanto nos outros municípios os políticos entregaram prudentemente o poder ao partido vencedor da oposição, Santana e o povo dele,  cego de tudo "quas vult perdere jupiter dementat" entendeu de resistir e não entregar , dizia ele, o seu lugar. Sua estúpida resistência foi a causa da derrota completa dele e dos que o acompanhavam. No dia 10 de dezembro teve que correr para Teixeira e de lá, não podendo mais ficar em Teixeira, subiu em procura do Amazonas, deixando no abandono a família e os bens. Os outros companheiros da impiedade do Santana são igualmente dispersos como vagabundos no mundo. De que serviu para estes homens tanto orgulho? Tanta petulância? Tanta impiedade? Os orgulhosos foram reduzidos a nada. O ministro de Deus e os humildes foram consolados, a igreja injustamente espoliada entrou de novo em posse do que era dela.
Deo gratis! R.V. Guerel - vigário. 6 de janeiro de 1912”.
(Anotações no livro de Tombo da Igreja Central de São José do Egito)

A partir do texto acima transcrito, fui me inteirando mais sobre a luta política da família Leite em São José do Egito, e me situando nela. Caboclo Felipe, citado no texto, era cunhado do coronel José Ferreira de Sant´Anna. Logo – conclui -, o chefe político do município era casado com uma das três filhas de Filippe Pedro de Souza Leite, meu bisavô, que igualmente havia sido prefeito de São José do Egito, conforme informações do site Pernambuco de A a Z (http://www.pe-az.com.br/municipios/sao_jose_egito.htm.). Ficou caracterizado que os problemas políticos do prefeito coronel José Ferreira de Sant´Anna, antes do Governo de Dantas Barreto, eram com a Igreja. Disputa de poderes, relativamente aos bens eclesiásticos que haviam sido secularizados pela República: a administração dos cemitérios.
Sobrevindo o Governo de Dantas Barreto, o coronel José Ferreira de Sant´Anna não teve como se sustentar na política local. Resistiu, mas sem sucesso.  Teve inclusive que emigrar. Observou Ulysses Lins, no livro já citado, página 151, Livraria José Olympio Editora Rua do Ouvidor, 110 – Rio de Janeiro – 1957: “Convém notar que, logo após a ascensão do general Dantas Barreto ao governo, retirava-se de São José do Egito o velho chefe rosista, coronel José Ferreira de Sant’Anna, homem de rija têmpera, que, emigrando para o Ceará, nunca mais voltou ao município”.
O coronel José Ferreira de Sant´Anna, genro do meu bisavô Filippe Pedro Leite de Souza, era rosista, isto é, partidário do Conselheiro Rosa e Silva, que perdeu as eleições de 1911 para o General Dantas Barreto. Foi essa conjuntura política hostil que conspirou contra o velho chefe político, motivo do regozijo do padre Guerel. O clima revolucionário e adverso ao coronel José Ferreira de Sant´Anna, decorrente das eleições de 1911 em Pernambuco, pode ser entendido com a descrição abaixo de Ulysses Lins, na obra já citada:
“O Diário de Pernambuco, órgão pertencente ao Conselheiro Rosa e Silva, publicava os resultados do pleito em todo o Estado, e, no final, dava o Conselheiro como eleito por uma maioria superior a dois mil votos. A  Província, jornal da oposição, bem assim O Pernambuco, de propriedade do Dr. Henrique Milet, publicavam resultados diferentes, dando a vitória ao general Dantas.
Ao Congresso Estadual cumpria tirar as dúvidas. Era ele que havia de reconhecer e proclamar o eleito. E foi convocado para esse fim. Mas, a essa altura, a revolução estava na rua. O Recife em pé de guerra. O povo, amotinado, hostilizava a Polícia e os tiroteios se repetiam aqui e acolá. Nessa situação, o comandante da Região Militar – General Carlos Pinto – tem um entendimento com o governador, ficando assentado que a Polícia ficasse recolhida ao Quartel e as forças do Exército policiassem a cidade.
Nessa situação, os senadores e deputados estaduais fiéis ao Conselheiro Rosa e Silva não podiam comparecer ao Congresso, tanto mais que alguns deles já se encontravam foragidos, receosos das iras da populaçao desenfreada. E uns poucos – entre os quais os senadores Oswaldo Machado e Artur Muniz, bem assim vários deputados – já haviam resolvido curvar-se à força das circunstâncias. Tomando parte na reunião das duas casas, em conjunto, concorriam para que houvesse quorum; e, pelo voto da maioria, era reconhecido o general como vitorioso no pleito. Para isso anularam a eleição de Águas Belas, onde Rosa e Silva obtivera mais de novecentos votos e o general Dantas dezoito; a de Triunfo, em que apenas fora votado o Conselheiro – seiscentos e tantos votos; - diversas seções eleitorais tiveram também a votação anulada, por irregularidades   julgadas insanáveis, e, no final, o general ficava com uma maioria sobre o seu competidor de mil setecentos e tantos sufrágios”.
O general Dantas Barreto, filho de Bom Conselho de Papacaça, teve brilhante carreira militar. Lutou na Guerra do Paraguai e na Campanha de Canudos, revelando-se um militar de grande coragem e bravura.  Foi membro da Academia de Letras e ministro da Guerra. Chega ao Governo de Pernambuco com todo esse prestígio. De forma que o Governo de Dantas Barreto provoca – diz Ulysses Lins – um verdadeiro terremoto na política pernambucana, mudando completamente o cenário político do sertão, onde imperava o coronel José Ferreira de Sant´Anna. Os chefes políticos da região, majoritariamente,  perderam os comandos dos seus municípios. Essa era a situação política no início do século XX, no Estado de Pernambuco, quando o coronel José Ferreira de Sant´anna era chefe em São José do Egito.
A eleição de Dantas Barreto provocou uma verdadeira revolução em Pernambuco. Rosa e Silva, a quem o coronel José Ferreira de Sant´Anna  era politicamente ligado, foi derrotado pelo general que gozava de grande simpatia popular. Era o final de uma oligarquia que se manteve no poder por mais de 15 (quinze) anos, ou seja, de 1896 a 1911, e que, através de alianças, dominava a polícia, o tesouro e o fisco. O regozijo do povo pernambucano com a derrota de Rosa e Silva era manifestada apoteoticamente nas apresentações de Dantas Barreto. Quando o general aparecia em público, o povo, manifestando júbilo, catava o seguinte coco:

“O pau rolou, caiu.
Rosa murchou, Dantas subiu”.

Fernando de Morais, no seu livro Chato: O Rei do Brasil, biografia do paraibano Assis Chateaubriand, que inclusive iniciou sua vida como jornalista nas empresas de Rosa e Silva, diz que o Governo de Dantas Barreto era popularíssimo, apesar de ser  apoiado pelo Governo militar de Hermes da Fonseca. Sob esse governo que gozava de respaldo junto à população pobre de Pernambuco, que derrubou a oligarquia rosista, à qual o coronel José Ferreira de Sant´Anna servia, é que a conjuntura política de São José também mudou, levando parte da família Leite  a migrar, após a perda do poder local. 

AS ADVERSIDADES POLÍTICAS DO CORONEL CAZUZA SANT’ANNA

No final de 2007, mais uma vez em férias em Tuparetama, novamente me animei em dar prosseguimento ao projeto de levantar os dados genealógicos da família Leite,  radicada no sertão do Pajéu. Articulei-me com minha prima Alda Leite, meu irmão, Argemiro Perazzo Leite e meu primo Argemiro Leite. Decidimos que juntos faríamos esse trabalho. Desenvolvemos várias atividades tendentes aos objetivos que nos propúnhamos. Registramos depoimentos e colhemos documentos.
Quando já estava em Rio Branco, no Acre, recebi do meu irmão um importantíssimo documento para o que pretendíamos. Chegou às minhas mãos carta do coronel José Ferreira de Sant’Anna,  relatando suas dificuldades políticas e denunciando as tentativas de assassinato de que dizia ser vítima. Isto é, suas dificuldades políticas não eram apenas com a Igreja. Tinha adversários terríveis, dos quais sofria inclusive ameaças de morte. Isto antes da eleição de Dantas Barreto. Esse documento histórico foi preservado por um filho de tio Tito (Manuel Tito Leite de Souza), que quando da crise política em São José do Egito,  emigrou para o Ceará com o coronel José Ferreira de Sant´Anna. A importância do documento reside no fato de ser o próprio Sant´ana dando sua versão da situação política adversa. Transcreve-se na íntegra:
 São José do Egypto.
Ao Público
Não posso deixar de romper o silêncio que desde à muito tenho guardado não obstante ver de contínuo o meu nome e probidade subjugados por inimigos gratuitos, nos jornais deste Estado.
 Nunca pensei que uma família que se julga tão ilustrada como a que vou mencionar, não se dedicasse a prática de factos graves e reprovados pela lei e sociedade de nosso paiz.
Meus caros leitores, já está bem patenteado pelo público, o gregento se julga poderosa e eminente a família Dantas do Teixeira que, por minha infelicidade, outrora fui amiga della, que, revestida de um manto, tem adquirido a força de ferro-fogo e sangue uma prepotência geral nos Estados do Norte. O público já se acha inteirado dos graves e funestos acontecimentos dos quais tem sido víctima a população ordeira deste município, desde o dia 12 de abril de 1900 (quarta feira de trevas, da semana santa) data em que foi atacado o Meretíssimo Dr. Juiz de Direito, Francisco Farias Castro, por uma horda de cangaceiros,  a mando daquella família, em numero de 42, que felizmente escapou das sanhas dos bandidos, por ter sido auxiliado por alguns amigos.
Eu naquelle tempo, nenhuma intervenção tinha nos negócios políticos deste município, pois me conservava em completo retraimento, era e sou ainda, amigo do pessoal  que dominava a política actual daquella época, visto como, os considero meus padrinhos. É incalculável os prejuízos destorços e depredações, que durante o lapso de tempo dez annos, tem dado aquella prepotente família à população ordeira do Território deste Município.

No dia 27 do mez expirante, data em que, o meu caro sogro, Major Filippe Pedro de Souza Leite se achava agonisante, esperando o ultimo momento do seu passamento e toda a sua família estava afflitíssima, por ver o seu caríssimo assendente exhalar o ultimo suspiro, foi quando uma quadrilha de criminosos, em um número de 9, chefiada pelo celebre cangaceiro, indiciado em crime de morte, neste Município, João Ignácio de Loyola Gomes, que vive homiziado na fazenda Santo Agostinho do Termo do Teixeira, sob a proteção da família já aludida, veio à casa de meu sempre lembrado sogro, no sítio José Antonio, que dista desta Villa 3 léguas, e arrebentando as portas da mesma estorquio quatrocentas rapaduras, cereais e outros objetos existentes ali, fallecendo dois dias depois meu venerando sogro.

Ainda não satisfeitos com semelhantes torpezas, no dia 7 do andante, foi a fazenda do meu cunhado (Pedro Fillipe de Souza Leite) no Território do Município de Afogados, e atacando-o intimou-o a dar-lhe a quantia de quinhentos mil réis, o qual facilmente conseguiu-a estorquindo mais diversas imagens, jóias d´ouro e prata e mais objectos que ali existiam e logo apoz regressaram os saltiadores ao seu reducto na (Imaculada.).

São tantos os factos, finalmente registrados neste Município, praticados pela família a qual me refiro, que é impossível descreve-los todos desta vez. Vivo esperando a cada momento ser assassinado por aquella família, que homisia somente deste Município, vinte e quatro criminosos armados a rifles, que actualmente vivem de emboscadas no intuito de assassinar-me e também a meus amigos, como fizeram a poucos dias na estrada que vai para Umburana, a espera que por ali passasse o cidadão Delegado de Polícia deste Município, o qual não foi víctima, por não ter naquelle dia viajado, conforme propalarão os mesmos bandidos, cujos nomes são os seguintes: Lino José de Deus, pronunciado no art. 294, § 1° do Cód. Pen. Severino Martins Nogueira, cognominado Severino de Mãezinha, pronunciado quatro vezes no art. 294, § 1° do Cód. Pen. Ten. Joaquim Bernardo da Rocha, vulgo Joaquim Magro, pronunciado duas vezes no art. 294, § 1° do Cód. Pen. Pedro Lyra de Oliveira, conhecido por Pedro de Mãezinha, pronunciado duas vezes no art. 294, § 1° do Cód. Pen. Ten. José Vicente de Tal, pronunciado no art. 294, § 2° do Cód. Pen. Manoel Domingos, pronunciado no art. 294, § 2° do Cód. Pen. Ten. Manoel Conselheiro de Tal, pronunciado art. 294, § 2° do Cód. Pen. Júlio de Tal, pronunciado no art. 294, § 2° Cód. Pen.  Manoel Azougue, pronunciado no art. 294, § 2° Cód. Pen. Ten. Joaquim Bolandeira, pronunciado no art. 294, § 2° Cód. Pen. José Bolandeira, Manoel Cigano, Joaquim Cigano, Justino Cego, Vicente Ferreira, Agostinho Costa, Pedro Ferreira, Canuto de Tal, Manoel Theodoro, Firmino de Tal, Agostinho Fuló, José Mendes, pronunciados no art. 294 § 2/ do Cód. Pen. e João Ignácio de Loyola Gomes indiciados em crime no art. 294 § 2° Cód. Pen. 

É esta corja executora dos planos sinistros da família Dantas.

15 de janeiro de 1909.

José Ferreira de Sant´Anna
Assumo a responsabilidade do que disse na missiva supra. São José do Egypto 15 de janeiro de 1909 José Ferreira de Sant´Anna
 Reconheço verdadeira a firma supra do Coronel Jose Ferreira de Sant´Anna: dou fé. Villa de São José do Egypto em 15 de janeiro de 1909. Em Testamento da verdade”.
Ouvindo-se agora o coronel José Ferreira de Sant´Anna, através de sua carta denúncia, constata-se que dois anos antes da eleição de Dantas Barreto, suas  dificuldades políticas já se registravam, consubstanciadas nas ameaças de adversários locais,  que não somente a Igreja, tentando manter seus direitos que remontavam à Monarquia. Digno de nota é que o poema guardado por meu pai, tinha por autor exatamente a pessoa que o coronel José Ferreira de Sant’Anna apontava como cangaceiro,  líder de grupo de rapinagem, acusado de crimes de homicídios e roubos. Não sei se meu pai tinha conhecimento desses fatos e o que representaram seus personagens quanto às hostilidades sofridas por sua família e que terminou em êxodo.”
No período em que a família chegou a Alagoinha, a situação, no Ceará,  estava tão conturbada quanto em Pernambuco. Sob a liderança de Padre Cícero Romão Batista, em 1911, foi assinado o Pacto de harmonia Política entre os coronéis da região que propunha a solidariedade pessoal e política entre eles e o apoio incondicional ao governador Antonio Pinto Nogueira Acioly que acabaria renunciando por pressão política no ano seguinte. Assume o governo Marcos Franco Rabelo com o objetivo de desarticular as oligarquias e a política dos coronéis, Em 1914 foi eleito para presidente do ceará Benjamin Liberato Barroso tendo como 1º vice-presidente Padre Cícero Romão Batista, 2° vice-presidente – Aurélio Lavor e terceiro Coronel Gustavo Augusto Lima. As oligarquias voltam ao poder.
Gustavo Augusto Lima, filho da matriarca do coronelismo cearense, Fideralina Augusto Lima, era chefe político do município de Lavras da Mangabeira que dominava toda a região em que se encontrava o povoado de Alagoinha.
Diante da organização política da região, não haveria espaço político para alguém vindo de fora mesmo que possivelmente trazendo um razoável patrimônio. Ainda assim, o casal tem uma projeção social na localidade.
“Em 1913, um pernambucano conhecido como José Ferreira de Santana, avô do nosso estimado Dr. Jader Nogueira de Santana, comprou ao Sr. José Lobo, esse atual pedacinho do céu, pela importância de três mil e quinhentos reis, com seiscentas braças quadradas. Naquela época, existia a figura dinâmica do respeitoso padre Inácio, que se utilizando dos próprios esforços, viu nascer a primeira capela, erguida de maneira humilde e acabrunhada, dando-nos a impressão de uma casinha de palha. Situava-se onde hoje residem os Srs. Eugênio e Vicente Ferreira, à Rua São Vicente. Com o novo surgimento da segunda capela, erguida onde hoje é a nossa atual matriz, aquela acanhada e já citada igrejinha cedeu lugar ao campo da paz, onde ficou instalado o cemitério.” (HENRIQUE, Josa. História do município de Ipaumirim).
Cazuza doou parte de sua propriedade para a capela de Alagoinha que, na ocasião, fazia parte da Freguesia de Umari. Posteriormente, o bispo do Crato,  Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, vende o terreno doado por Cazuza a João Augusto Lima, filho do Coronel Gustavo Augusto Lima.
João Augusto Lima, de Lavras da Mangabeira,  instala-se em Ipaumirim em 1919. João Augusto era casado com Marieta Leite Lima, sua prima legítima, filha de Luiz Leônidas Lacerda Leite e Joana Augusto Leite. Joana (8.02.1858 – 22.11.1927) era filha de Fideralina Augusto Lima casada com o major Ildefonso Correia Lima. Luiz Leônidas Lacerda Leite era paraibano pertencente ao ramo da Família  Leite de Piancó- PB. Luiz Leônidas Lacerda Leite era também avô de Luiz Leite da Nóbrega casado, em 1919,  com Maria Leite da Nóbrega, filha de José Ferreira de Santa’Anna (Cazuza) e Ursulina de Souza Leite (Lalá), estes do ramo da Família Leite de Teixeira - PB.
Politicamente, João Augusto e Luiz Leite da Nóbrega eram  membros do Partido da Aliança Liberal, no Ceará.
João Augusto dá uma nova feição ao distrito de Alagoinha construindo as primeiras estradas carroçáveis para facilitar o comércio do algodão e alguns prédios. Entre eles,  o prédio do Mercado Público onde Pedro Santana, filho de Lalá e Cazuza,  instala seu comércio. A disputa por um espaço melhor localizado gerou um conflito entre João Augusto e Pedro Santana. Em 1923, João Augusto, transfere-se novamente para Lavras da Mangabeira onde era prefeito na ocasião.
Por informações de José Henrique Silva, residente em Ipaumirim, cuja avó e um tio eram muito próximos da família de Cazuza e Lalá, eles teriam voltado a Pernambuco porque Cazuza “não aceitava morar em um local onde dois homens mandavam”. Cazuza vende sua propriedade onde havia instalado uma bolandeira a Pedro Alexandre, na época esposo de Dona Naninha. Na separação do casal, parte da propriedade  que era de Cazuza ficou com Naninha, especificamente a parte que fica do lado esquerdo da atual Av. Doutor Arruda na saída para a cidade de Baixio.    
Pedro, nascido em São José do Egito, em 1890,  casou com Rocilda Nogueira e tiveram dois filhos: Jader e Jacílio. Pedro faleceu aos 42 anos durante a epidemia de febre tifóide que assolou o Ceará em 1932. A medicina rude da época recomendava uma dieta à base de líquidos de chá de ervas, repouso e antitérmicos desautorizando qualquer nutriente aos pacientes. Eu lembro minha vó dizendo que o seu irmão, Pedro, morreu à míngua. Na realidade, a causa da morte de Pedro  foi a ignorância da época.

Por volta de 1920 Cazuza Sant’Anna sai de Alagoinha e volta para as imediações de Barra de São Pedro e Ouricuri,  onde compra a propriedade “Saco do Minador” e ali passa a residir.
Não levou os filhos, Maria e Pedro, que haviam constituído família em Ipaumirim. Os cunhados, Irineu e Tito, os acompanharam. Em 1932, Cazuza teria voltado a Alagoinha e algum tempo depois retorna a Pernambuco mas, até o momento, não há registro preciso dessa passagem.  
Com idade avançada  vieram morar no sitio Betânia,  em Barra de São Pedro. Conforme consta do Cartório do Registro Civil de José Erismar Coelho de Lima, situado na rua “A”, nº 62, Vila Barra de São Pedro, Município e Comarca de Ouricuri, do livro nº 1, fls. 882v/83, sob o nº de ordem 127, Ursulina Ferreira de Souza Leite faleceu no dia 05 de junho de 1943, na Vila de Imbiassaba, aos 75 anos. Com o falecimento de Lalá, Cazuza faleceu meses depois  inconformado com a ausência da companheira. Cazuza morreu pobre. Quando o  casal faleceu, apenas a  filha Maria ainda era viva. Já haviam falecido Pedro e Zefinha sendo que esta não deixou filhos. 

Pedro Santana deixou dois filhos: Jader e Jacílio. Jacilio migrou para São Paulo e lá se casou  Maria Jose. Faleceu deixando duas filhas: Mônica e Rocilda. Jáder casou-se com Laire, filha do seu padrasto, Luiz Pinheiro Barbosa, Deste casamento deixou os seguintes filhos: Lídia, Vera, Virgínia, Pedro e Renata.  Do seu segundo casamento, com Magna Gonçalves, deixou os filhos Jáder Segundo e Iasmin.
Maria casou com Luiz Leite da Nóbrega, em 1919. O casal fixou residência em Alagoinha/Ipaumirim.

Luiz Leite da Nóbrega e Maria Leite da Nóbrega. Foto 1919. É provável que esta seja a foto do casamento.

ENTRE O PASSADO PRÓXIMO E O PRESENTE:  descendência de Maria Leite da Nóbrega e Luiz Leite da Nóbrega
  “Seria talvez mais justo dizer que os tempos são três, isto é, o presente dos fatos passados, o presente dos fatos presentes, o presente dos fatos futuros. E estes três tempos estão na mente e não os vejo em outro lugar. O presente do passado é a memória. O presente do presente é a visão. O presente do futuro é a espera.” (Santo Agostinho)
Luiz Leite da Nóbrega e Maria Leite da Nóbrega. Entre o casal Maria Vilany Nóbrega Brasil (a filha mais nova) De pé, da esquerda para direita: Luiz Leite da Nóbrega Filho, Maria Eunice Nóbrega de Morais, Sebastião Leite da Nóbrega e Maria Luiza Leite da Nóbrega.
 Maria casada com Luiz Leite da Nóbrega  deixou os seguintes filhos: Luiz Leite da Nóbrega Filho (falecido), Maria Eunice Nóbrega de Morais, Sebastião Leite da Nóbrega, Maria Luiza Leite da Nóbrega (falecida) e Vilany Nóbrega Brasil (falecida). O casal teve  mais quatro filhos: Maria ( primeira filha do casal, nascida em 09.07.1920 viveu apenas três dias), Pedro, Marieta e Maria Luiza que faleceram ainda crianças.
Filhas de Luiz Leite da Nóbrega Filho casado com Alaís Lócio: Tereza Christina, Verônica, Elizabeth e Ana Cristina. Netas: Ana Carolina e Patrícia. Bisneto: José Mateus (filho de Ana Carolina). Filhos de Maria Eunice e Vicente Gomes de Morais: Maria Luiza e Haroldo. Netas:  Olga (filha de Maria Luiza) e Gesilda (filha de Haroldo). Filhos de Sebastião Leite da Nóbrega casado com Romilda Nery da Nóbrega: Luiz Leite da Nóbrega Neto, Rosamaria Nery da Nóbrega e Sebastião Leite da Nóbrega Filho. Netos: Diego e Davi (filhos de Luiz Neto) e Maiara (filha de Sebastião Filho). Filhos de Maria Luiza Leite da Nóbrega casada com João Jorge Sobrinho: Pedro da Nóbrega Jorge e Fernando Luiz da Nóbrega Jorge. Netas: Ana Luiza e Laura (filhas de Pedro Jorge). Vilany Leite da Nóbrega casada com José Brasil não tiveram descendentes

O REENCONTRO 
Os descendentes da Família Leite que migrou para Alagoinha/Ipaumirim reencontrou os familiares de Pernambuco 100 anos depois que Cazuza Santana e Lalá saíram de São José do Egito. O reencontro da família só foi possível   através do blog  http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com que promoveu este e outros reencontros entre algumas famílias de Ipaumirim e seus membros distantes que o tempo e as dificuldades  se encarregaram de afastar. 
Descendentes de Felipe Pedro de Souza Leite.Da esquerda para direita: Valdir Leite Perazzo, Lourdinha Leite Amaral, Maria Luiza Nóbrega de Morais, Rita Leite Perazzo, Elisa Leite Perazzo, Maria Eunice Nóbrega de Morais e Olga Proaño de Morais. 

Bibliografia:


1.     ALBUQUERQUE, Ulysses Lins. Um Sertanejo e o Sertão (Memórias). Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1957.
2.     CHAGAS, Maria Flaucineide Vieira; ROLIM, Raimunda Vieira. Em família.  Cajazeiras: Gráfica Real. 2004. 176p.)
3.     CIRANO, Marcos. São José do Egito: um século de história 1909-2009. Recife: Formato8 Produções Editoriais, 2009. 164p.
4.     FERREIRA,  Florentino Barbosa Leite. A Família Leite no Nordeste Brasileiro (1755-. 1948). 
5.     GONÇALVES, Rejane Monteiro Augusto; MACEDO, Joaryvar. Os Augustos. Fortaleza: ABC Editora. 2009. 628p.
  1. HENRIQUE, Josa. História do município de Ipaumirim. Anotações pessoais publicadas no blog http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com  em 09.09.2007)
  2. PAIVA, Melquíades Pinto. Uma matriarca do sertão: Fideralina Augusto Lima (1832-1919). Edições Livro Técnico. Fortaleza. 2008. 156p)
  3. PERAZZO, Francisco Leite. Eu e minhas circunstâncias. Tuparetama. 2007.
  4. PERAZZO, Valdir. A família Leite de São José do Egito – PE: anotações sobre a descendência de Felipe de Souza Leite. Rio Branco. 2011.
  5. PORTO, Jose da Costa.  Os tempos de Rosa e Silva. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1970.. 217p.
DOCUMENTOS
  
  1. Livro de Tombo da Igreja Central de São José do Egito
      2. Carta denúncia do coronel José Ferreira de Sant´Anna

  1. Arquivos particulares da Família Leite Perazzo - PE
      4. Arquivo particular de Maria Luiza Nóbrega de Morais – CE

LINKS
https://www.facebook.com/familialeite (grupo administrado por Argemiro Leite)

https://www.myheritage.com.br/site-family-tree-69360821/familia-leite


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