Enquanto
o marceneiro me enlouquece com o barulho da furadeira, fui ler um texto leve de
Flávio Gikovate sobre amor e paixão. Fiquei aki pensanu. Tudo bem, o amor é
lindo. Mas, poramordijotacristo, longe está do arrebatamento da paixão. Paixão
é o ‘cão do segundo livro’. É viral. Pegou e pronto. Desmantelou o juízo. Outro
dia, vi um vídeo explicando como funciona a paixão em nosso cérebro. Haja
química, haja hormônio, haja circuito para alimentar o fogaréu. Fiquei
maravilhada. Esqueça seus remorsos e suas culpas. O culpado é o cérebro. Que
culpa tem o sujeito se a circuitaria do cérebro endoideceu? Pelo menos, esse
problema já está esclarecido. Agora, o
que vc vai fazer com esse cérebro desmiolado é um problema seu. De repente,
pode valer a pena correr os riscos. Vamos ser sinceros: quem não gosta daquela
aflição, daquele frio indescritível subindo e descendo na barriga, do coração acelerado
fazendo tum-tum? Perigo? E eu com isso? Serenidade? Quem é essa triste que eu
nunca ouvi falar e nem estou interessada? E aquela sensação de poder e coragem,
tem melhor? Vai dizer que não é bom? Confessa, vai. Não minta pra vc e nem pra
mim. Depois é sempre depois. Resolve depois. Igual a virose, paixão não tem
remédio. Além do mais, paixão é democrática, inclusiva. Ninguém está fora da zona de perigo. Pega qualquer um. Geralmente dá e passa. Mas se virar crônica, quem sabe, pode até se
transformar em amor. Ou em obsessão. Aí, o cérebro esgotado sai de cena e entra
o juízo, o psicólogo, os ansiolíticos, os amigos, os livros de autoajuda e as
mandingas. A seu critério, cada um se vira como pode. Mas que é bom demais da conta, isso é.
MLuizaRecife
01.08.2018
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