ESCOLA ISOLADA DE IPAUMIRIM: LEMBRANÇAS DE ALUNOS


Eu tenho por hábito ter um caderno para cada entrevistado. Assim, tenho o caderno de Jarismar, de Zé Henrique, de Julinha, de Flávio, de Vivaldo, entre outros, com os quais coletei informações. Sempre que trato de um tema específico volto aos meus cadernos porque neles eu encontro informações que complementam a fonte principal e que é de vital importância para compreender os fatos através de múltiplos olhares. Como a individualidade do olhar seleciona diferentes perspectivas que formam as memórias individuais, sempre haverá alguma coisa a registrar a partir de diferentes percepções que enriquecem o conjunto. Os registros de Flávio trazem detalhes que não foram registrados no post anterior porque eu quis priorizar  o texto de Zenira como protagonista-professor. Neste texto, o protagonismo é do aluno, é o que ficou na memória do aluno e os dois textos oferecem um panorama mais rico e detalhado de uma experiência comum. Se, por acaso, você foi aluno desta escola e quiser compartilhar conosco as suas lembranças, pode enviar para o e-mail luizanobrega_ufpe@yahoo.com.br
FLÁVIO LÚCIO
 
Lembro da escola isolada onde estudei. Só haviam três tipos de publicações impressas que davam suporte ao ensino: as tabuadas, a carta do ABC e a cartilha.  Os demais conteúdos eram estudados em anotações nos cadernos. Pessoas que tinham uma boa letra copiavam os cadernos com as lições. Lembro-me que algumas das irmãs Batista copiavam cadernos para os alunos. Depois, chegou o livro de Filgueira Sampaio, ele editava e vendia no interior. Inicialmente, eu estudei quando a escola ficava no prédio da Associação Rural de Ipaumirim. O prédio era de propriedade de Pedro Alexandre que depois pediu para construir sua casa. Ficava perto do chafariz , onde Zenilda , sua filha morou depois. (obs. Nas imediações da atual . Praça Padre Cícero). Depois, a casa foi para a sala da casa de Dionísio Olímpio, que ficava entre a casa de Beatriz Barros e a casa de Menininha Osório, na Rua Coronel Gustavo Lima, logo ao lado da igreja matriz. Passou também  pela casa de Dona Carlota Henrique As carteiras eram de dois lugares. Foi Dr. Arruda quem trouxe essa escola para Ipaumirim. O inspetor da educação, em Ipaumirim, era Adolfo Augusto de Oliveira, meu pai. Na época, inspetor não tinha remuneração. Quando Getúlio morreu, meu pai avisou a Zenira para suspender a aula. Depois a escola passou para o Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires. Eu fiz a terceira série estudando particular com Zenira, não era na escola isolada. Esudávamos eu, Francimar Gonçalves e Nery. Depois, eu fui para Fortaleza, Francimar foi estudar interno no Colégio Diocesano de Cajazeiras e Nery foi para a Marinha. ”
(FLÁVIO LÚCIO BEZERRA DE OLIVEIRA)
NOTA: Flávio lembra que foi colega dos irmãos Jorge (João, Gerôncio e Geraldo) e ainda dos colegas que estão na foto dos alunos em 1952. 

JARISMAR GONÇALVES

“A Escola Isolada de Ipaumirim era uma escola estadual que Dr. Arruda conseguiu para Ipaumirim no Governo Raul Barbosa que nomeou como professora Zenira Gonçalves Gomes. Passou por vários locais inclusive pela casa de Dona Mariinha Dantas na esquina da travessa 14 de dezembro com a Rua do Sol. O pagamento do professor vinha para o Baixio que era a sede do município. Depois essa escola foi formar O Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires.”
JARISMAR GONÇALVES DE MELO
MLUIZA
RECIFE
22.08.2020

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