MLUIZA |
CHICO FARIAS |
executando
apenas o dobrado Capitão Caçula e o Hino Nacional Brasileiro, com arranjo
bastante simplificado pelo maestro Rivaldo Santana. A sua sede foi,
inicialmente, o
Clube Recreativo de Ipaumirim – CRI, sendo depois transferida para o sobradinho da Praça São
Sebastião, esquina com antiga Rua do Sol, atual Rua Alexandre Gonçalves da
Silva. Não vamos nos deter neste tema
porque já publicamos anteriormente neste blog um texto magistral de Chico
Farias sobre o assunto. Agora, vamos trabalhar sobre as orquestras de
Ipaumirim, que foram desdobradas a partir desta banda e/ou que com ela tiveram
alguma relação.
Edson de
Antonio Laurino, José Henrique Silva, Aldeísio Nery, Artista de Seu Vicente
Ferreira e José Tiburtino Filho. A criança que está acima de Edson e um pouco
abaixo de Zé Omar é Vicente Carvalho, filho de Antônio Carvalho, que foi
durante muitos anos tesoureiro da prefeitura. Fila superior: José Strauss
(apenas segurando o bombo), Vicente de Aurélio (Mala Véia), Zé Omar, Chiringa,
Zé Gomes (filho de Dona Antônia Jardineiro), Pissica, José Aldenor (filho de
Alceu) e Varneau Lopes.
executando
apenas o dobrado Capitão Caçula e o Hino Nacional Brasileiro, com arranjo
bastante simplificado pelo maestro Rivaldo Santana. A sua sede foi,
inicialmente, o
Clube Recreativo de Ipaumirim – CRI, sendo depois transferida para o sobradinho da Praça São
Sebastião, esquina com antiga Rua do Sol, atual Rua Alexandre Gonçalves da
Silva. Não vamos nos deter neste tema
porque já publicamos anteriormente neste blog um texto magistral de Chico
Farias sobre o assunto. Agora, vamos trabalhar sobre as orquestras de
Ipaumirim, que foram desdobradas a partir desta banda e/ou que com ela tiveram
alguma relação.
A Orquestra
Marajaig, banda instrumental, não teve nenhum cantor, com repertório para
baile, foi fundada por Zé Henrique, depois que este saiu da banda municipal, no
início do ano 1967. Esta orquestra durou até o fim deste mesmo ano. Deste grupo
participaram Chico de Alberto (sax tenor), Zé Strauss (sax alto), Zé Gomes e
Chiringa (pistons), Luiz Carivaldo e Besouro (trombones de vara), Chico Farias
(bateria) e Chico Pissica (percussões). O coordenador musical desta orquestra
era o trombonista e maestro Luiz Carivaldo, na ocasião já escrevendo inspirados
arranjos das belas páginas musicais veiculadas nas estações de rádio, que
encantavam os corações apaixonados. Os
componentes da Orquestra Marajaig vieram, todos, da banda municipal, após serem
dispensados pelo notável Prefeito Ademar Barbosa, que estava assumindo o seu
segundo mandato, em 15 de março de 1967, data em que, na época, ocorria a posse
dos políticos eleitos no ano imediatamente anterior.
Na oportunidade, foram excluídos da Banda,
usando o termo empregado na ocasião, os sete músicos a seguir: Chico de
Alberto, Chico de Áurea (Pissica), Chico Farias, Besouro, Chiringa, Zé Gomes e
Luis Carivaldo. Esses músicos haviam tocado num comício de campanha de Jerônimo
Jorge, em Felizardo, a convite de Zé Henrique. Esse, o motivo. Quem ainda guarda alguma lembrança da época,
deve se dar conta, que, dos que ficaram
na banda, apenas Alceu, Aldeísio e Nino eram músicos qualificados, uma
vez que Vicente Mala Véia, excelente ritmista e, Edson Laurino, um dos maiores
destaques no quesito leitura de música (profundidade de conhecimento de teoria
musical) haviam se mudado do município, Vicente Crispim para Brasília, e, Edson, para Cajazeiras, onde imediatamente
passou a tocar saxofone-tenor, tendo ali se notabilizado, brilhando neste
instrumento em vários conjuntos musicais.
A sede da orquestra Marajaig era uma garagem
emprestada por Adolfo Augusto de Oliveira, na bela residência da Rua do
Colégio, atual Av. Francisco Vasconcelos de Arruda.
A banda municipal também teve sua própria
orquestra, comandada pelo maestro Rivaldo Santana. Existe pouca alteração entre os músicos da orquestra da
banda municipal e os músicos da orquestra Marajaig.. Os saxofonistas da orquestra da banda eram Zé
Henrique e Aldeísio Nery. Chico Farias foi o único baterista da Marajaig,
tendo, também, atuado na orquestra da banda, por pouco tempo, substituindo
Vicente Mala Véia, quando este se mudou com a família para Brasília. O cantor
da orquestra era o também saxofonista Aldeísio Nery, que fazia muito sucesso
com sua linda voz. Não participaram da orquestra da banda, Edson e Zé Strauss,
por tocarem clarineta, e Nino de Maurde, por tocar trompa, instrumentos
considerados não compatíveis com os padrões das orquestras, na ocasião idealizados. Até mesmo o notável Chico de
Alberto, por ter a tuba por instrumento, tocava na orquestra da banda apenas
nos carnavais. Depois, veio a aprender a tocar saxofone tenor, a seu estilo, de
ouvido e em pouquíssimo tempo. Tivemos, enquanto tocou trombone de pistos,
entre 1963 e meados de 1964, a presença de Alceu na Orquestra da Banda. Quando,
porém, houve a promoção de Besouro para o Trombone de Pistos, instrumento que
era por ele Alceu até então usado, ele não participou mais da orquestra da
banda. Essa mudança ocorreu por mais uma saída de Alceu da Banda, sempre por
causa de política, mas, depois, ele se arrependia, e voltava ao seu ninho.
Dessa vez, entretanto, Zé Henrique aceitou,
mas, ele teve que ficar tocando Bombardino, uma vez que o trombone estava muito
bem entregue à perícia do Besouro.
A vaga de trompa na Banda, que era de Besouro,
foi ocupada por Nino, seu muito talentoso sobrinho. Nino é um músico
extraordinário, multi-instrumentista, que tocou com desenvoltura, trompa,
trombone de pistos, trombone de vara, tuba, passando, a partir de sua banda
Nino som 5, a tocar Baixo de Cordas até
chegar aos atuais teclados.
Com início de atividades em 1963, a orquestra
da banda animou os carnavais no Clube Recreativo nos anos de 1964, 1965 (o CRI
estava em reforma no carnaval de l965,
com os festejos na Praça Cel. Luiz Nóbrega) e 1966, além de muitos dos bailes
que a agremiação CRI promovia, notadamente nos meses de julho e
dezembro/fevereiro de cada ano, incentivados pelas férias escolares. No ano de
1967, foi a Orquestra Marajaig quem tocou essas festas do CRI, já que a Banda
ficou o ano tentando se reorganizar, e não
teve mais condições de refazer uma Orquestra, por absoluta falta de
músicos. Homem de uma capacidade administrativa espantosa, e de muita
praticidade em suas ações, o prefeito Ademar Barbosa preferia mandar contratar
músicos, aleatoriamente, em Cajazeiras, que, sob a batuta do entusiasmado
maestro Alceu Laurentino, estavam sempre a animar os muitos eventos que
inventava, para animar o município. A qualidade, e as consequências futuras do
comprometimento da renovação de talentos, nesta hipótese, não entram na
equação.
No
início de 1967, começaram os problemas que acabaram por afetar esse
interessante movimento em torno da banda de música e das orquestras de
Ipaumirim. Na verdade, já sabíamos desse desfecho desde as eleições municipais
de outubro de 1966, com a vitória do Sr. Oswaldo Ademar Barbosa sobre o Sr.
Jerônimo Jorge, que era o candidato apoiado pelo nosso Diretor Comercial da
Banda, desde o seu início, José Henrique Silva.
Três
meses antes do carnaval deste ano, saíram da banda por motivações políticas
Aldeísio, que tocava sax-alto e cantava, e Alceu Laurentino. Zé Strauss, que
até então só sabia tocar clarineta, teve, com um prazo de menos de três
meses para dominar o instrumento, que
substituir Aldeísio, no sax alto, no
carnaval de Brejo Santo. Vicente Crispim (mala veia) que era o baterista passou
a ser o cantor em substituição a Aldeísio que também era o cantor e Chico
Farias, que estava tocando caixa naquele momento, assumiu a bateria.
A
Orquestra Marajaig teve por despedida dos músicos, que foram alçar voos mais
altos, na vida e na profissão, em cidades mais desenvolvidas, a tocata, na
garagem sede, para exibição aos dirigentes do Clube Recreativo de Brejo Santo,
da qualidade do grupo, para fins de possível contratação para o carnaval de
1968. Isso aconteceu, no início do mês de janeiro de l968. Como não poderia
deixar de ser, a Orquestra, que já havia deixado excelente impressão aos
brincantes daquela cidade no ano que passou, agradou aos entusiasmados e eufóricos
dirigentes, não tendo estes firmado contrato com Zé Henrique pela exigência
absurda que fizeram de que estivesse na Orquestra o Maestro Rivaldo Santana.
Rivaldo, naquele momento, era o regente da Orquestra Manaíra de Cajazeiras, e
sua grande estrela, e não deixaria de estar no Cajazeiras Tênis Clube,
presidido pelo seu amigo e protetor Mozart, Presidente do Clube, por dinheiro
nenhum.
A
Banda Municipal continuou. Como Ademar prometera, foram Aldeísio Nery e Alceu
Laurentino promovidos a diretores da Banda. Uma pena que, não contrataram mais
maestros para o ensino de teoria musical, e, a consequência, foi que quase não
houve, na chance de renovação, o surgimento de novos talentos em substituição
aos que dali sairam. Passei o ano de 1967 ali, em Ipaumirim, pois, vim-me
embora pra Fortaleza no dia 25 de janeiro de 1968, e vi, com muita tristeza,
que a lição não foi aprendida. A renovação de músicos foi pífia, lembro-me que,
apenas, Zezé Simpaúba, Bosquinho de Manuel Gomes e Benedito Suliano conseguiram
um certo destaque entre os novatos. É muito pouco para uma banda que ,de 1963 a
1966, 04 anos, de intensa atividade,
tinha quinze músicos, assíduos,
responsáveis, profissionais, com um índice
quase zero de mudanças.
Abaixo a relação dos músicos das antigas orquestras de Ipaumirim, suas habilidades e sua relação com a Banda Municipal.
Aldeísio
– sax alto na Banda Municipal. Na Orquestra da banda tocou sax e foi também
cantor. Não teve participação na Orquestra Marajaig.
Besouro
– trompa e trombone de pisto na Banda Municipal, trombone de pistos na
orquestra da banda e trombone de vara na Orquestra Marajaig.
Chico de Alberto
– tuba na Banda Municipal e na Orquestra da banda apenas nos carnavais e
sax-tenor na Orquestra Marajaig.
Chico Farias – trompa
na Banda Municipal, bateria na orquestra da banda e na Orquestra Marajaig.
Chiringa
– trompa e piston na Banda Municipal e
apenas piston na orquestra da banda e na Orquestra Marajaig.
Luiz Carivaldo – trompa
e trombone de vara na Banda Municipal, trombone de vara na orquestra da banda,
coordenador da Orquestra Marajaig onde
também tocou trombone de vara.
Rivaldo Santana –
trombone de vara e maestro na Banda Municipal
e na orquestra da banda. Não participou da Orquestra Marajaig.
Zé Gomes
– piston na Banda Municipal, na orquestra da banda e na Orquestra Marajaig.
Zé Henrique – Clarineta
e sax tenor na Banda municipal e sax tenor na orquestra da banda. Fundador da
orquestra Marajaig.
Zé
Strauss – Clarineta na Banda Municipal, Sax-Alto – somente no Carnaval de 1967 em Brejo Santo e e
sax alto na Orquestra Marajaig.
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