Manoel Duda (do arquivo de José Gilmar)

 
 
 
Li seu texto sobre o poeta Manoel Duda e gostaria de relatar um caso interessante ocorrido em Ipaumirim, que me foi contado há muitos anos, pelo Dr. Strauss, (de saudosa memória), e que segundo ele, aconteceu na década de 1960 na calçada de um Bar, vizinho da loja de tecidos do Sr.Vicente Gomes. Eis o caso.
No auge da ditadura militar, tinha chegado em Ipaumirim um tenente bastante rigoroso e que todo final de domingo (dia de feira na cidade), prendia todos os bêbados que encontrasse pelo caminho.
Chegando o tenente na calçada desse bar, encontrou o senhor Manoel Duda totalmente embriagado e dormindo. Acionando os seus soldados, solicitou o recolhimento do mesmo para a cadeia local, sendo interrompido de imediato pelo senhor Vicente Gomes que presenciava a cena e pediu que não o levasse, pois, tratava-se de um grande POETA, e que logo que curasse a bebedeira iria tranquilamente para casa.
O tal tenente não satisfeito com o argumento do senhor Vicente, propos que se o senhor Manoel Duda fizesse um IMPROVISO e se ele gostasse, não o prenderia.
Eis que Manoel Duda, a essa altura da conversa já acordado, saiu-se com essa:
EU GOSTARIA DE VER
MAIS UM GALÃO NO OMBRO DESSE TENENTE. (aí, dizia Strauss, o tenente ficou todo satisfeito, mais uma graduação). continua..
MAS O GALÃO QUE EU FALO É UM POUCO DIFERENTE,
É UM PAU COM DUAS LATAS
UMA ATRAS, OUTRA NA FRENTE.
Quer saber o resultado dessa história? o tenente falou:É “teje preso”, pode levar, soldados.
Publicado no Memorial de Ipaumirim (2010)

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