Hoje, recebi o convite da ACRI. Acredito que para
muita gente também chegou atrasado. Mas não importa, todos sabemos que dia 18
de janeiro é dia de rever amigos e conterrâneos de IP. Imitando o blog Sete
Candeeiros Cajá, poderia dizer os ipaumirinenses e os ipaumirinados mas como
não gosto da sonoridade de “ipaumirinado” prefiro dizer os filhos legítimos e
os adotados pelo coração da terra.
AFesta dos Filhos e Amigos de Ipaumirim começa com
um sonho de Zenira acalentado também pelos amigos mais próximos. A Associação
Cultural e Recreativa de Ipaumirim foi fundada posteriormente tendo como um dos
seus objetivos otimizar esforços para organizar, planejar e realizar o evento
anual.
Do ponto de vista organizacional, a ACRI não
conseguiu avançar além da produção da festa. É uma pena porque poderia ser, no
contexto de IP, uma entidade com objetivos e realizações bem mais amplas.
Poderia converter-se em um núcleo qualificado para repensar o Ipaumirim e as
suas prioridades desde que os seus propósitos estariam além das miudezas
políticas locais.
A ACRI da forma que foi pensada era agregadora e
democrática. Poderíamos pensar diferente – e pensávamos, sim - mas o objetivo
seria sempre o coletivo construído a partir da harmonia entre as diferenças.
Neste sentido, eu acho que a ACRI não vingou. Faltou maturidade e faltaram
metas.
Acompanhei de perto algumas crises motivadas ora
pela estreiteza de sua atuação detendo-se apenas ao evento anual ora por
diferenças de métodos na condução dos trabalhos. Sei o quanto é difícil
construir modelos de organização democráticos. Sempre estamos nos apoiando em
lideranças que sejam um amálgama perpassando e harmonizando as divergências.
Acho que faltou esta liderança e sobretudo faltou-nos competência para
construir um modelo mais agregador que viabilizasse os princípios que nortearam
a criação da ACRI. Vou mais além na minha hipótese: a ACRI não se partidarizou graças
à presença de Zenira. Não sei o que dirá o futuro.
Mas também sei o quanto é difícil organizar um
evento. Todos gostamos da festa mas se não pagar por ela, melhor ainda. Seria
hipócrita não considerar esta variável. Como a entidade não funciona durante o
ano inteiro e não moderniza os seus métodos, a captação de recursos torna-se
uma dificuldade tanto maior quanto maior se torna a festa. É no vazio da falta
de iniciativa em inovar os métodos que a política, sempre implícita, entra de
forma explícita e indispensável para bancar a festa que todos esperamos. A
política é esperta e traça sua trajetória pautada na fragilidade coletiva. Para
além da ACRI, este sempre foi o nosso problema. Não é A ou B ou C, este ou
aquele político, esta ou aquela festa. Somos nós e o nosso olhar de pouco
alcance que reforçamos e reproduzimos modelos e métodos cristalizados no nosso
cotidiano.
No mais, vamos dançar. Sempre. Em todos os
sentidos. E, como me disse minha inesquecível amiga Julinha, "dançar é a
melhor coisa da vida". Dançar entre amigos é melhor ainda, acrescento eu.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 18.01.2012
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