VERDE QUE TE QUERO VERDE: APONTAMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DA FLORA IPAUMIRINENSE (II)

(CONTINUAÇÃO DO INVENTÁRIO SOBRE NOSSAS PLANTAS)

ESPINHEIRO - é conhecida por vários nomes em várias regiões do Brasil. Sua madeira é própria para marcenaria, torno e obras internas. Além disso, a casca serve para curtir couro. Madeira própria para marcenaria, torno e obras internas servindo para lenha e carvão.
Pé de espinheiro

Flor do espinheiro
FICUS BENJAMIN - Originária da Ásia e Austrália, fícus  é popular no mundo todo. Seu crescimento rápido e facilidade de manuseio tem o tornado uma planta muito popular para os iniciantes de bonsai. Pode chegar a 30 metros de altura, e possui um crescimento de tronco e raízes muito violento. Não deve ser plantada próximo a construções por conta das suas raízes que estouram calçadas, muros, tubulações e inclusive casas.

LEMBRANDO POR LEMBRAR
Apesar de adorar a sombra que eles faziam na Praça da Matriz, os pés de ficus estão associados a uma praga de ‘lacerdinha’ que apareceu em IP. “Lacerdinha” era um inseto pequenininho e terrível que quando caia no olho provocava um ardor insuportável. Essa praga deu no Brasil inteiro. Dizia-se que o inseto era atraído por cores claras. Vestiu branco não passe perto de um pé de ficus. Foi um terror. Para sanar o problema, extinguiram o ficus das praças e calçadas e introduziram a algaroba que havia chegado ao Brasil, em 1961, vindo da Ásia. Acho que foi nessa época que também cortaram os pés de flamboyant que deixavam a praça tão linda na época que estavam floridos. (mluiza)
Ficus benjamin

Flor do ficus
FLAMBOYANT -  Originário de Madagascar. Sua floração é uma explosão de vermelho. A nossa Praça da Matriz ficava linda quando o flamboyant floria. As raízes são agressivas, mas é adequada a espaços como praças, sítios e quintais grandes. Até hoje não entendi porque extinguiram o flamboyant da praça.
Parece que vem de longe a disputa de qual será o nosso prefeito que vai deixar a praça mais feia. A disputa continua. (mluiza)
Flamboyant
Flor de Flamboyant


FREI JORGE – conhecida também como freijó, frei-jorge, freijó-branco, freijó-preto, freijó-rajado, freijó-verdadeiro, louro-freijó. Sua madeira é utilizada em moveis finos e decorativos. É usada para portas, venezianas, caixilhos, lambris, painéis, molduras, forros, escadas, etc.  Também é utilizada para artigos esportivos, brinquedos e instrumentos musicais. 
FREIJÓ
Flor do Freijó

IMBURANA - árvore nativa na caatinga. É tradicional na medicina indígena e na medicina popular. Recebe popularmente várias denominações tais como imburana de cheiro, cumaru do ceará, cumari, entre outros. Tanto as sementes quanto as cascas são muito utilizadas por suas propriedades medicinais. É bastante utilizado na preparação de garrafadas.
Imburana de cheiro
Flor da imburana
JUAZEIRO - árvore de médio porte pode chegar a 15m de altura. Bastante comum na região por suas propriedades cosméticas e medicinais. Utilizada para fazer sabão, produtos de limpeza para os dentes e para o cabelo. O fruto é pequeno e delicioso. Oferece uma sombra muito grande e o frutinho é delicioso. A madeira é utilizada em construções rurais, cercas, marcenaria, cabo de ferramenta e como lenhas.

LEMBRANDO POR LEMBRAR
No Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires onde hoje, reformado, funciona a Escola Jarismar Gonçalves havia um famoso e frondoso pé de juá. Quando eu estudei no grupo, na década de 50, o imaginário infantil acreditava que logo atrás do pé de juá, no grande terreno aos fundos da escola, vivia o ‘Nego Coquin’ uma espécie de assombração que apavorava a criançada principalmente as meninas que estudavam no turno da manhã. Não sei se os bravos meninos que estudavam no turno da tarde tinham o mesmo sentimento. O certo é que nunca se viu o ‘Nego Coquin’ mas a criançada da manhã tinha pavor. É possível que fosse uma estratégia criada para melhor controlar a disciplina da meninada.  Pobre de Dona Chicô, esposa  de Seu Vicente Piquili, que morando defronte a escola, algumas vezes, tinha sua casa invadida por uma revoada de crianças aterrorizadas com uma provável aparição do ‘Nego Coquin’.(mluiza)
 
Pé de Juazeiro
Flor de juazeiro

Juá

JUREMA -O nome Jurema designa vários tipos de arvores existentes no Nordeste. Os mais conhecidos são a jurema branca e a jurema preta.

A jurema branca é  uma planta rústica que se dissemina com facilidade. Germina e se desenvolve com rapidez. Sua madeira não tem muita qualidade sendo utilizada em pequenas construções para estaca, lenha e carvão. As suas flores atraem abelhas. 
Jurema branca
Flor da jurema branca.
“Como um tapete a babugem
Nasce levantando a terra
Enquanto a névoa na serra
Da pedra encobre a ferrugem
Toda bezerrada mugem
O touro escava o chão
E um cavalo alazão
Pra correr não tem problema
A flor branca da jurema
É quem perfuma o sertão”
(Verso de DAVI CALISTO NETO. 
Fonte: sertaoepoesia.blogspot.com/2013/11/mote-flor-branca-da..

A jurema preta é uma árvore de porte pequeno conhecida pelos espinhos que cobrem os ramos. Apresenta bastante resistência às secas com grande capacidade de rebrotar durante todo o ano. Suas inflorescências são reunidas em espigas, formadas por flores brancas e pequenas que fornecem pólen e néctar para muitas espécies de abelhas, vespas, moscas e outros insetos. Sua casca é usada para fins medicinais e a casca de sua raiz é utilizada no xamanismo religioso pois possui grande quantidade de substâncias psicoativas semelhante ao ayahuasca.

JUREMA PRETA
Inflorescência da jurema preta

Aguardem a próxima etapa. Essa série conta com a valiosa participação de Chico Farias, Federalina Quaresma, Gildaci Leandro, Gizeldina Macedo, Irma Macedo, Josenira Brasil, Lúcia Dore, Magna Gonçalves, Nilda Josué Alves, Pedro da Nóbrega Jorge e Salete Vieira. 
MLUIZA
RECIFE
15.05.2018 
Você também pode participar. É só enviar suas informações para luizanobrega_ufpe@yahoo.com.br ou diretamente pelo face.

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