(CONTINUAÇÃO DO INVENTÁRIO DAS NOSSAS PLANTAS)
PEGA
PINTO – popularmente conhecida também pelas denominações erva tostão,
beldroega-grande e bredo-de-porco, esta planta de origem nacional é indicada
para tratar uma série de problemas de saúde. Constituída por amido, ácido
boerhávico, boerhavina, lipídios, matéria sacarina, sais inorgânicos (nitratos),
substâncias gomosas e pécticas é
conhecida como uma das ervas rasteiras mais utilizadas na medicina
natural para tratar problemas hepáticos, problemas nas vias urinárias, entre
outros. A parte mais utilizada é a raiz, que integra a receita de um chá
natural que apresenta propriedades antissépticas, anti-inflamatórias e
diuréticas. Os frutos são
pequenas cápsulas com pêlos glandulares que se aderem à roupa e à pele.
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Pé de pega pinto |
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Flor de pega pinto |
QUEBRA
PEDRA – Originária da Ásia e Europa, ela é facilmente encontrada, já que
costuma nascer até mesmo nos espaços entre pedras e entulhos, sendo comumente
encontrada entre fendas de muros, em quintais e calçadas. Por possuir
excelentes propriedades medicinais o seu uso atravessa gerações. Possui muitas propriedades entre as quais a
mais conhecida é a sua eficácia no combate aos problemas renais. Na medicina popular, produz-se o chá a partir
de folhas e/ou raízes. Por ser uma planta que possui fortes substâncias, é contraindicado
que seu consumo dure mais de 21 dias, podendo causar intoxicação.
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Pé de quebra pedra |
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Flor de quebra pedra |
QUINA-QUINA - planta
arbórea amplamente distribuída no Brasil. A árvore é muito ornamental,
ocasionalmente utilizada no paisagismo, contudo hoje é muito rara pelo
extrativismo predatório (retirada da casca para fins medicinais). É na medicina
natural que esta planta tem sua maior importância para a população. O chá de
sua casca é popularmente utilizado como diurético, como abortivo e no combate à
dor e à inflamação. Pode também ser utilizada como cicatrizante sob forma de
banhos e compressas. As pesquisas farmacológicas têm descoberto outras
finalidades. Contraindicada na gravidez,
amamentação, úlcera gástrica ou duodenal.
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Casca de quina quina |
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Flor de quina quina |
SABUGUEIRO – planta nativa da Europa, oeste da Ásia e norte da
África que se disseminou facilmente pelo mundo todo. É uma
planta medicinal e ornamental, muito usada em quebra-ventos e cercas-vivas. A
utilização do sabugueiro para fins medicinais, culinários e cosméticos era já
conhecida dos povos pré-históricos e muito popular entre os gregos e os
romanos. O chá das flores secas do sabugueiro é utilizado contra resfriados,
gripes, anginas e nas enfermidades eruptivas, como sarampo, rubéola, varíola e
escarlatina, por provocarem rapidamente a transpiração. O chá das cascas,
raízes e folhas é indicado para combater a retenção de urina (efeito diurético)
e o reumatismo. Além disso, o chá da frutinha purifica o sangue e limpa os
rins. Como alimento, o sabugueiro é muito apropriado para sobremesas e compotas
e pode conservar-se como suco, geleia. Com os frutos se faz uma bebida
alcoólica e certos fabricantes usam flores para dar gosto de moscatel ao vinho
comum. Bagas combinam também com preparação de maçãs, guisados, pastéis, tortas
e xaropes. Também se usa como aromatizador de compotas de frutas, saladas,
pudins gelatinosos. Na cosmética, a infusão de sabugueiro é usada para clarear
e amaciar a pele, em cremes contra rugas, loções tônicas e loções para os
olhos. As flores do sabugueiro, são muito utilizadas no fabrico de sabonetes,
cremes e loções para peles sensíveis, sendo a água de flores de sabugueiro uma
apreciada loção pós-barba. Sua madeira pode ser utilizada na confecção de
instrumentos musicais. Na medicina popular, no Brasil, é muito usado no Brasil
contra sarampo e catapora em banhos e infusos, mas não há referências
experimentais ou científicas que confirmem ou excluam esse fato. A planta
também tem seu uso mágico. O sabugueiro é indicado para pessoas que estão
sempre temendo perder o controle das situações. Medo do descontrole sobre as
atividades do corpo físico, como no caso de tremores, tiques nervosos, enurese
noturna, pesadelo, gagueira e roer unhas. Útil nos casos de estados obsessivos,
na agressividade verbal e física, na agitação corporal e sempre que houver
desorganização nas atividades do corpo físico. O sabugueiro reconstitui o EU,
traz confiança, e amplia os sentidos. É ótimo para pessoas que se sentem
embotadas, sem conseguir agir, vendo toda sua vida através de um esquema
nebuloso.
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Pé de sabugueiro |
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Flor de sabugueiro |
TRAPIÁ – o nome
vem do tupi guarani e quer dizer “fruta de anta”, pois esse mamífero tem grande
predileção por essa fruta. A polpa pode ser consumida com a ajuda de uma
colher, colocando porções na boca e chupando e jogando fora as sementes. Os
frutos sem casca podem ser usados para enriquecer sopas de legumes. A arvore
tem magnífica floração e com grande produção de frutas. Adequada a projetos de
reflorestamentos. Sua madeira é utilizada na construção, forros, caixotes,
cabos, coronhas, tamancos e canoas. Na medicina popular, são utilizadas a
entrecasca, as folhas e a seiva. A polpa pode ser consumida com a ajuda de uma
colher, colocando porções na boca e chupando e jogando fora as sementes. Os
frutos sem casca podem ser usados para enriquecer sopas de legumes. Os frutos também
servem de alimento para a fauna nativa e como isca por pescadores. .
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Pé de trapiá |
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Flor de trapiá |
URTIGA – planta muito comum em
jardins, beiras de estrada e campos. Antigamente, a urtiga foi muito usada como
alimento pois é riquíssima em ferro e outros nutrientes importantes bem como na
medicina popular por sus propriedades curativas. No gênero Urtica existem várias espécies e
todas elas expelem ácido fórmico
à distância de até 1 metro. O
contato com a pele pode gerar uma urticária bastante incômoda, com ardor que
pode durar horas. Todas as urtigas são
adequadas ao preparo de sopas e refogados pois sua riqueza em
ferro e outros sais minerais fazem desta verdura um coadjuvante interessante
para as pessoas que sofrem de anemias ou enfraquecimento geral. Como
verdura, após cozida ou refogada, a urtiga tem sabor suave e agradável, que
lembra o espinafre. Rica em
proteína vegetal bastante usada em receitas veganas
e vegetarianas. A urtiga é rica ainda em vitaminas (B, C e H), magnésio, ferro, oligoelementos,
betacaroteno, aminoácidos, proteínas, cálcio, sais diversos e fosfatos. Ela é considerada
medicinal para gota, reumatismo, anemia e processos
inflamatórios. Seus cremes e unguentos são úteis em casos de contusões, queimaduras,
urticárias, dores musculares e reumáticas. No comércio fitoterápico são
encontrados para venda em forma de chá e cremes. Ela também produz uma fibra
que pode ser tecida para confecção de
vestuário e era muito utilizada, por essa sua característica, em regiões
onde o linho não era disponível.
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Pé de urtiga |
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Flor de urtiga |
VASSOURINHA
DOCE – planta herbácea nativa da América Central e do Sul é também conhecida como vassourinha de botão, entre outras
denominações, é uma é uma espécie anual que ocorre principalmente
em locais abertos e em solos arenosos. Suas flores são pequenas, brancas e
disponibilizam néctar e pólen para muitas espécies de insetos. As abelhas
nativas são visitantes frequentes das flores dessa espécie. Ela também pode ser
plantada em jardins residenciais. Esta planta é historicamente utilizada pela
população cabocla e na medicina popular, além de também fazer parte da
farmacopeia homeopática. Os principais componentes ativos da herbácea são os
ácidos graxos (esteárico, mirístico e linoleico), adrenalina, amelina,
mucilagem, glicose, azeite viscoso, taninos, alcaloides, dentre outros. Tem
múltiplas aplicações na medicina popular. Todas as partes da planta podem ser
utilizadas no preparo de chás e infusões. A vassourinha doce também é usada de
modo externo, em banhos de assento. O emplastro de suas folhas verdes
vaporizadas é utilizado nas picadas de inseto. Com a tintura, é preparado um
xarope.
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Pé de vassourinha doce |
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Flor de vassourinha doce |
VELAME - arbusto cheio de pelos, tanto pelo caule como pelas
folhas, que não passa de 1 metro de altura, no máximo dois. O velame possui
folhas bem grossas e ásperas, que liberam um odor relativamente agradável em
virtude de gases que se desprendem do óleo presente principalmente nas folhas. As
flores do velame, apesar de miúdas são muito belas devido sua estrutura
alongada formando uma inflorescência que atrai atenção de animais polinizadores
como a abelha, que usa o néctar desse arbusto para produzir um mel de coloração
bem clara. Na parte superior do cacho de flores brancas e belas, estão às
flores macho e na parte inferior, do cacho, se encontram as flores fêmeas. Tem
propriedades medicinais que envolvem sua ação como depurativo, desobstruente e
diurético.
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Pé de velame |
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Flor de velame |
CANSANÇÃO
- nome
vulgar dado a várias das espécies de vegetais das famílias das urtigas. Também
conhecida como urtigão, o seu efeito é maior e mais agudo. A urina, por seu alto teor de ureia, é um antídoto eficaz, se aplicado imediatamente
após o contato. Entretanto é uma planta usada na culinário pelo alto valor
proteico. Tem propriedades medicinais que atuam para combater e tratar variados
tipos de enfermidades e problemas. Os seus princípios ativos
correspondem ao acetilcolina, histamina, nitrato de potássio, ácidos gálico,
ácidos fórmico, caroteno, enxofre, cálcio, potássio, vitamina C, tanino,
silício e magnésio.
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Pé de cansanção |
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Flor de cansanção |
CARRAPICHO
- erva nativa do Brasil. Pequena e
rasteira, é e possui ramos que podem chegar aos 50 cm de comprimento. Suas
flores têm coloração rosada e são pequenas, e seus frutos tem formato
semelhante ao de vagens que são conhecidos como carrapichos por grudarem
facilmente na roupa e nos pelos daqueles que passam. Possui
ação vermífuga, tranquilizante, sedativa, hipotensora, hipotensiva,
expectorante, estimulante, emoliente, diurética, depurativa, cicatrizante,
catártica, carminativa, antisséptica, antimicrobiana, anti-inflamatória,
antiespasmódica, antibiótica, antibacteriana e adstringente.
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Pé de carrapicho |
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Carrapicho |
PAPOULA –
usada
na culinária há muito tempo pelos povos gregos e romanos, ainda sendo consumida
em regiões do Mediterrâneo. O fruto proveniente da planta é fonte de produção
da heroína, codeína e morfina. Atualmente, as sementes são usadas para dar
sabor a molhos de salada e pratos assados. Ricas em ferro, fósforo, fibras, tiamina,
riboflavina e vitamina B, as sementes de papoula podem ser usadas para, além de
dar sabor aos molhos, tratar algumas doenças e ainda como afrodisíaco natural A
papoula é recomendada na forma de infusão para combater sintomas de estresse e
ansiedade entre outras indicações. As pétalas podem ser utilizadas em saladas.
Também utilizada em forma de xarope.
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Papoulas |
OITICICA - planta típica do sertão nordestino. Tem grande
importância, quer pelo aspecto ambiental de ser uma espécie arbórea perene
sempre verde que preserva as margens dos rios e riachos temporários na região
da caatinga, quer como espécie produtora de óleo. Além de ser empregada na
indústria de tintas de automóvel e para tintas de impressoras jato de tinta,
além de vernizes, biodiesel e na apicultura, a Oiticica também é utilizada como
planta medicinal. Rica em iodo, é anticorrosivo, impede a formação de crostas e
se usa na produção de borrachas, lonas de freios, tintas e vernizes.
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Flor de oiticica |
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Pé de oiticica |
ARROZ – lembro que
o meu avô e o meu pai plantavam arroz nas vazantes dos açudes mas não lembro a
variedade. Era um arroz do grão pequeno, comum na região. Com ele se fazia o
arroz branco, o baião de dois, o arroz de leite e o arroz doce. Lembro ainda
que ninguém lá de casa gostava do que chamávamos arroz vermelho. Não tenho a mínima ideia
porque, às vezes, aparecia esse tipo arroz entre as sacas de arroz branco que
vinham lá do nosso sítio. Se não me falha a memória, o grão era de tamanho
similar ao arroz branco. Era bem parecido com a variedade que se chama arroz da
terra cultivada no Rio Grande do Norte. Com certeza, não era a mesma variedade
do arroz vermelho que hoje compro nas lojas de produto natural. Tirava-se a casca socando no pilão. Depois, apareceram as descaroçadoras
mecânicas. (mluiza)
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Arroz |
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Arroz da terra/arroz branco |
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Pilando arroz |
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Descaroçadora de arroz dos anos 70 |
FEIJÃO- não
lembro que variedade de feijão se plantava. Mas lembro como batiam o feijão
para tirar a casca e lembro das debulhas que funcionavam como um mutirão. No
Sítio São Pedro, as debulhas eram muito animadas. Eu era criança e adorava ver
aquela animação. Era uma festa. Até que um dia houve uma tragédia passional
durante uma debulha e meu avô acabou com esse mutirão que era um interessante
espaço de sociabilidade entre os que ali viviam. (mluiza)
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Debulha de feijão |
MILHO – não
lembro a variedade de milho que se plantava mas tenho bem claro o que
significava uma boa safra de milho. O plantio, a expectativa do inverno, a
colheita e as festas que fechavam o inverno onde o milho era o principal
protagonista. São João e São Pedro. As adoráveis comidas de milho, o cuidadoso
processo de transformar o grão em pamonha, canjica, cuscuz e bolo. O milho
assado no braseiro ou cozido na panela. O moinho manual. Depois, tocava tirar a
palha do milho já seco, debulhar e guardar nos silos de zinco até chegar a hora
de utiliza-lo. (mluiza)
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Debulha manual de milho |
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Silo de zinco |
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Moinho doméstico |
ALGODÃO – Sobre
o algodão há muito que falar. O ciclo do algodão foi fundamental para a nossa
região. Plantar, colher, comercializar, beneficiar trouxe-nos riqueza, ocupação
e renda. Guardo este tema para explorá-lo posteriormente pela sua importância
que demanda informações mais detalhadas por tudo o que significou para nós.
(mluiza)
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Roça de algodão |
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Capulho de algodão |
Aguardem
a próxima etapa. Essa série conta com a valiosa participação de Chico
Farias, Federalina Quaresma, Gildaci Leandro, Gizeldina Macedo, Irma
Macedo, Josenira Brasil, Lúcia Dore, Magna Gonçalves, Nilda Josué Alves,
Pedro da Nóbrega Jorge, Vania Maria Rolim, José Ribeiro, Salete Vieira, Vanuza Brasil, Josecy Almeida e José Gomes de Holanda.
MLUIZA
RECIFE
25.05.2018
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