Ao que me parece as cidades brasileiras estão em
fase de faxina. Pelo menos, é o que diz a imprensa e as redes sociais
principalmente nos municípios onde as coligações capitaneadas pelo prefeito
anterior perderam as eleições.
Em Recife, a faxina do dia, conforme os jornais, diz
respeito à limpeza e desratização dos canais e das habitações em volta deles.
Em IP, estamos em fase de varrição de ruas, becos e vielas. Falo apenas nestes
dois municípios que são, para mim, os mais próximos. Mas a lista é grande.
Abandonar as cidades e os seus habitantes quando se
perdem as eleições faz parte da personalidade dos políticos brasileiros.
Exagerar no que se está fazendo também faz parte dos ganhadores. É uma questão
de valorização dos feitos ainda que eles tenham razão de ser.
Há toda uma questão política atrás de tudo isto.
Rei morto, rei posto. Quem sai, perde os holofotes que agora dão espaço aos que
entram. Supervalorizar as falhas dos gestores que saíram, além da euforia da
vitória, faz parte do esquema de desconstrução e enfraquecimento da oposição. O
modelo consiste em ressaltar o negativo e esquecer o positivo. Há questões
negativas e positivas, é claro, mas uma coisa não anula outra. Por
conseguinte, antes de tudo, é preciso ter consciência do jogo do desmonte da
imagem pública dos derrotados.
Isto sempre aconteceu, não há novidades. A
repercussão deste procedimento conta, atualmente, com a disponibilidade
das redes sociais. Fora esta novidade tecnológica, não há nenhuma criatividade
no que diz respeito ao conteúdo.
O equilíbrio na apreciação precisa estar atrelado à capacidade de avaliar o conjunto da gestão e aí, sim, emitir uma opinião confiável e sem sensacionalismo.
O equilíbrio na apreciação precisa estar atrelado à capacidade de avaliar o conjunto da gestão e aí, sim, emitir uma opinião confiável e sem sensacionalismo.
É notório que os perdedores - por despeito,
decepção e/ou irresponsabilidade - também contribuem para o desgaste da
sua imagem ao abandonarem as cidades como se a partir do resultado desfavorável
nas eleições nada mais fosse problema deles.
Se os gestores estão faxinando as cidades, nada
mais justo. Estão cumprindo a obrigação do cargo que é inclusive corrigir as
falhas e pagar as contas deixadas pelos outros e que são contas do poder
público pelo qual ele passa a ser o responsável quando assume a gestão do
município. É louvável cumprir as obrigações, mas não é extraordinário.
Fazer faxina é uma rotina obrigatória dos
responsáveis pela limpeza e conservação urbana que, aliás, custa muito caro ao
contribuinte. Basta observar o valor dos contratos no setor.
Qualquer sujeito minimamente inteligente sabe
que governar é muito mais do que fazer faxina. Ainda estamos na fase da euforia
que é sempre curta. Algumas prefeituras já estão saindo desta etapa para o
momento seguinte que é a hora de apresentar suas metas à sociedade
principalmente aos que pagam impostos.
Este é o momento aguardado, o mais significativo: caracterizar a intenção e o ritmo das realizações de uma gestão. Quem vai fazer o que, como e quando vai fazê-lo é o que interessa principalmente nos municípios como o nosso em que os registros do passado costumam não ir além da boataria popular das campanhas eleitorais e ninguém quer mexer com ele. Talvez, porque este tipo de lixo venha de muito longe, o cheiro pode incomodar indiscriminadamente. Pena que - nesse caso - uma faxina não resolve. O que resolve é uma auditoria. Aí, sim, com os resultados produzidos através de uma auditoria realizada por uma empresa reconhecidamente idônea, podemos fazer uma avaliação equilibrada das gestões sem receio de cometer injustiças e se comportar como um incauto inconsequente.
Este é o momento aguardado, o mais significativo: caracterizar a intenção e o ritmo das realizações de uma gestão. Quem vai fazer o que, como e quando vai fazê-lo é o que interessa principalmente nos municípios como o nosso em que os registros do passado costumam não ir além da boataria popular das campanhas eleitorais e ninguém quer mexer com ele. Talvez, porque este tipo de lixo venha de muito longe, o cheiro pode incomodar indiscriminadamente. Pena que - nesse caso - uma faxina não resolve. O que resolve é uma auditoria. Aí, sim, com os resultados produzidos através de uma auditoria realizada por uma empresa reconhecidamente idônea, podemos fazer uma avaliação equilibrada das gestões sem receio de cometer injustiças e se comportar como um incauto inconsequente.
Eu sei que uma auditoria idônea custa muito
caro. Às vezes bem mais caro que o valor cobrado.
O nosso lixinho cotidiano é mais barato. De
repente, reciclá-lo pode ser interessante. Já é alguma coisa.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 14.01.2013
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