Tenho acompanhado e até me posicionado no face book
sobre a partidarização da eleição para diretor da Escola Dom Francisco de Assis
Pires. O fato não representa uma estranheza aos hábitos de Ipaumirim. O
que surpreende é a incapacidade de refletir e agir de forma a ultrapassar o
restrito, atrasado e ultrapassado modelo de pensar o município.
Chegar ao limite de aprisionar a educação a um
universo tão estreito é um desvario imperdoável. Grosseiramente comparando é
como se eu tivesse disponível um aeroporto de última geração numa cidade mínima
aonde a evolução do tráfego chegou apenas no horizonte da bicicleta.
Minha posição não tem nada a ver com candidatos A,
B, C ou quem quer que seja. O que discuto - porque acho perniciosa - é a
resistência dos métodos que nunca comprovaram sua eficácia além dos interesses
particulares, eleitoreiros e ocasionais.
Se não mudamos a mentalidade, é ilusório qualquer
sonho de mudar para melhor. Já sabemos que os processos locais não se
justificam sequer sob o manto da ideologia dos partidos porque se assim fosse
as pessoas não trocariam de partidos como trocam de roupa. Não há sequer uma
sintonia com um modo de pensar mais amplo que oriente os comportamentos. É o
puro ranço da politicagem local que também não se sustenta nem nunca se
sustentou por uma proposta ideológica clara que definisse princípios e procedimentos.
Vivemos ao sabor de interesses menores e não são só os políticos de plantão que
estão nessa. Estão também os apaniguados, os papagaios de pirata, os
bajuladores que chafurdam nas sobras das vantagens politiqueiras locais.
Que diálogo, que posição, que reflexão provocou na
comunidade os resultados desastrosos na educação em IP publicados recentemente
nos jornais? Nenhum. Sabem por quê? Por que não sabemos ir além do que o nosso
interesse menor alcança. É um desastre e uma irresponsabilidade deixar
essas marcas nas novas gerações utilizando-se da educação como se fosse mais um
palanque das minúsculas guerras partidárias locais.
Estamos caminhando na contramão dos tempos. Não
sabemos crescer com as oportunidades. Se, mesmo com problemas, já foi um avanço
exigir a avaliação da capacitação das competências e habilidades dos candidatos
a diretor da escola, por que não aproveitar este passo fundamental para
refletir nossas escolhas a partir de um parâmetro estabelecido que só vai
qualificar – ou pelo menos deveria – a gestão escolar? Se quisermos melhorar,
não temos como inverter esse processo.
Com candidatos aprovados em concursos públicos,
estamos num patamar adiante do critério do dedo apontador que define quem é e
quem não é, quem pode e quem não pode exercer cargos e funções públicas.
Precisamos agir afirmativamente estimulando os candidatos a apresentarem
programas de trabalho, fiscalizar, cobrar e, sobretudo contribuir para o
sucesso do trabalho daquele que a comunidade acha que oferece a melhor
proposta. Não interessa de que partido ou de qual escola.
A luta é por fazer valer o critério da competência
e estimular a busca de soluções criativas. É um desatino impor à educação e ao
futuro a prevalência de métodos que já provaram no passado que nunca serviram
para nada. Ou melhor, serviram sim. Ao atraso, à migração, a viver de pires na
mão, a não proporcionar alternativas de emprego e renda e a manter uma
dualidade partidarista que envergonha a história política do município.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 05.06.2013
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