FESTA ACRI 2010



MLUIZA
Como todos os anos, a cada festa vai chegando gente que fazia tempo não andava por IP. Isto é o resultado do esforço que a comunidade tem feito para melhorar o evento, da divulgação da festa e principalmente da hospitalidade dos que aí vivem que sempre recebem os filhos e amigos com muita alegria. Para mim, o ponto alto da festa é sempre reencontrar as pessoas. Ver a casa cheia de gente de todas as idades, família, amigos, conhecidos. Vi tanta gente que há anos não via, teve gente que nem vi mas sei que esteve lá. No fuzuê, a gente vai-se topando pelas calçadas e praças. Não há tempo de dar atenção a todos, mas o importante é saber que nos reunimos para revisitar nossas origens, nosso jeito simples de ser. Eu diria que ver São Sebastião e Zenira já é metade da festa. São eles que nos agregam por sentimentos nobres: fé, gratidão e amizade. Precisa dizer mais alguma coisa?
A festa deste ano foi excelente. Pela primeira vez, eu percebi uma integração maior entre a igreja, o poder público, a ACRI e a comunidade. Isto não é fácil conseguir, é preciso habilidade para lidar com as divergências e interesses múltiplos. Foi perfeita? Claro que não. Mas a melhora foi expressiva em relação aos anos anteriores. Naturalmente, isto acontece sob as bênçãos de São Sebastião mas não por sua obra e graça. Sem articulação, foco e muito trabalho não há sucesso possível.
Tenho acompanhado a ACRI, por dentro quando lá estive e por fora quando passou meu tempo participando da diretoria executiva como secretária. A ACRI começou de forma efusiva e improvisada. Graças ao carinho que todos temos por Zenira, idealizadora do encontro, fomos chegando, um a um, atendendo ao convite. Foram seus primeiros tempos. Tempos de João Dino que não era láaaaaaa essas coisas mas atendia ao momento. Depois, foi criada a ACRI com o objetivo de sistematizar os trabalhos, planejar a festa que crescia a cada ano. Passada a fase inicial e os primeiros tempos da ACRI, confesso que temi pela sua continuidade. As festas seguintes foram fraquíssimas, pouco organizadas, uns conjuntos mixurucas tocando na praça e aquele clima de última hora que, por si mesmo, depõe contra qualquer iniciativa. Certo é que chegou a Blitz apostando alto - inclusive no dia 18 - mas não foi ela quem desanimou a festa. São públicos diferentes, objetivos diferentes. Tolice pensar que teria sido apenas concorrência ou disputa política. A intenção até pode ter sido, mas eu acredito que não foi só isso. Era a indigência das festas que estava esvaziando os encontros. Ano passado, deu uma melhorada embora o conjunto ainda fosse fraquinho. Esse ano, a ACRI retoma com força o seu lugar e otimiza sua capacidade de produzir eventos de qualidade. Eu a considero consolidada embora mantenha uma postura crítica, clara e transparente sobre algumas questões que precisam avançar.
Este ano, ouvi críticas em relação a inserção de questões políticas e politiqueiras no contexto da festa. Deixo as questões politiqueiras para quem disso vive e prefiro ficar onde sempre estive: sem compromisso político-partidário. O importante, para mim, é a festa. A maioria vem para a festa, quer se divertir, rever os amigos. Todo mundo gosta porque a festa é gratuita, mas, como se diz popularmente, “não existe almoço de graça”. Se a população presente e ausente não se mobiliza para colaborar, tem que partir para o patrocínio. A medida que a festa se amplia, vai ficando praticamente impossível realizar sua produção a partir de pequenas doações como era antigamente. As demandas se multiplicam e as despesas também. Quem produz eventos sabe que não dá para improvisar. Aliás, essa é uma das críticas que faço. Está na hora de contratar uma empresa especializada em produção de eventos. Gente que sabe captar recursos, conseguir parcerias, patrocínios, que já tenha um staff preparado para tocar o evento. A ACRI daria a pauta e supervisionaria as etapas. Profissionalizar é o caminho. Sempre mantive esta posição. Mas enquanto este tempo não chega, é preciso arrumar patrocínio. Traduzindo, no popular, patrocínio é grana. Patrocina quem pode e não há patrocínio sem interesse. Quem trabalha com marketing sabe disto e não há nenhum pudor. Vergonha seria se o dinheiro do patrocínio desaparecesse e a festa não se realizasse. Aí, sim, seria grave. Vamos botar os pruridos e os falsos julgamentos de lado e olhar a realidade como ela é.
A ACRI não tem renda. Não se faz uma festa deste tamanho sem dinheiro. Portanto, a conversa miúda é só um tititi de calçadas. Todas as contribuições e colaborações são bem recebidas inclusive daqueles que porventura falam mal. Festa é pra isso mesmo, pra ser boa e também pra se falar mal porque tem gente que detesta ser feliz.
Como estou falando da ACRI, vou começar a resenha da festa pelos eventos promovidos por ela. Não fui a todos, vou registrar os que assisti e alguns comentários que ouvi. 
CASAMENTO COLETIVO
Iniciativa bonita e bem conduzida. As autoridades locais prestigiaram o evento. Cerca de 83 casais participaram da cerimônia coletiva, na Praça da Matriz, realizada com a presença do juiz da cidade e do padre Sebastião que gratuitamente realizaram os casamentos. Após a cerimônia, um bolo - muito bem ornamentado- foi compartilhado entre todos que estiveram presentes. Tudo muito singelo e bonito. A cobertura fotográfica você vai encontrar no site do Ipfest.
Na praça bem ornamentada, por João Paulo Alves, deu gosto ver o respeito das pessoas pela cerimônia. Com tanta gente casando, o evento ultrapassou o horário previsto e a missa do Filhos e Amigos de Ipaumirim foi transferida para o dia seguinte.

EXPOSIÇÃO CENTENÁRIA
Vi as fotos expostas na tenda ao lado da praça. Infelizmente eram poucas e sua disposição não ajudavam a chamar a atenção. A falta de legenda em algumas fotos dificultou a identificação dos personagens e dos eventos. Talvez um bem produzido banner exposto na praça ou a utilização do data show causasse mais impacto. Mesmo assim, cumpriu o propósito de apresentar os homenageados aos que não participaram da solenidade na Câmara de Vereadores.
Não estive na Câmara para a solenidade. Os comentários que escutei foram positivos mas uma observação é recorrente em Ip. A fuga da programação do cerimonial. O excesso de discursos podem até satisfazer aos falantes mas quase sempre são entediantes para o público. Deixemos à Sucupira, de Odorico Paraguassu, essa metodologia superada. Quanto mais focadas e mais enxutas, mais agradáveis são as cerimônias. O que saiu de gente reclamando do blá-blá-blá.....
Posso até ser leviana no comentário, afinal eu não estava lá, mas foi voz corrente entre os que aguentaram até o final porque outros saíram antes.
Ponto positivo para o ar condicionado na Câmara dos Vereadores. Muito discurso e ainda sem ar condicionado seria “demasiado matador”, como dizem os hispanos.
Estiveram presentes familiares dos homenageados: Dr. Arruda (Telmo Arruda, Marley Arruda e Ricardo Arruda), Ademar Barbosa (Chiquinho Barbosa e família)e Argemiro Felizardo (Aldeisio, Otoni, Anchieta, Lau e Lila e seus familiares). Lamentei porque Auxiliadora Barbosa, filha de Ademar, teve um contratempo de última hora e acabou confundindo a data. Chegou no dia 19, veio de João Pessoa com a família e eu sei o quanto ela ficou agradecida pela homenagem. Faltou na equipe organizadora alguém que se responsabilizasse em checar e confirmar as presenças com antecedência. As fotos com a cobertura fotográfica estão no site do Ipfest.

FESTA NA PRAÇA
Pela primeira vez, eu vi um conjunto à altura da proposta da festa. Som bem instalado, iluminação boa, sem exageros, repertório eclético e músicos muito simpáticos atendiam aos pedidos dos participantes. Parabéns Acri. E, sinceramente, obrigada Neto Nunes porque foi ele quem pagou. Eu não sou eleitora no Ceará, digo isso sem compromisso e sem constrangimento. A contribuição dos homenageados e de algumas outras pessoas foi fundamental para cobrir as despesas da festa – que não foram poucas - mas a festa da praça foi ele quem pagou. Custou 7.000,00 (sete mil reais) entre banda e infra-instrutura de palco. É preciso dar a César o que é de César. Nem vou discutir interesse político porque é uma discussão primária.
O show pirotécnico esteve bem bonito. Foi patrocinado pela Prefeitura Municipal e custou R$ 1.900,00 (hum mil e novecentos reais).
A produção da praça custou R$ 600,00. Teve gente que achou cara, eu não achei. Dá trabalho e só você não ficar na miudeza, tratando coisa por coisa, acho que foi justo. Afinal, foi casamento e festa.
O serviço de bar não foi de primeira mas, com certeza, estava bem melhor que nos anos anteriores. Sinal de que gente jovem tem competência para assumir responsabilidades. O atendimento foi muito bom e a bebida não estava geladíssima, mas também não estava morna.
Foi bom ver na praça gente de todos os partidos, de todas as classes, de todas as idades, de várias cidades. Isso é fundamental para tirar aquele ranço doa que dizem que a festa é segregadora. Ela sempre foi e deve ser de todos que quiseram participar. Gente de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí. Que bom reencontrá-los. Vale salientar que foi no meio da semana e ainda assim a participação foi muito boa. Eu seria injusta citando nomes de gente que veio de longe, provavelmente eu esqueceria alguém. Mas foi show. E, olha lá, vocês me conhecem e sabem que eu sou cáustica nos comentários.
Animada e tranquila, a festa foi sobretudo o encontro da família ipaumirinense, a oportunidade de rever tantos amigos que mesmo longe não deixam de fazer parte da nossas vidas. Tem coisa melhor que reencontrar amigos em clima de festa?
Parabéns, ZENIRA, porque a ideia é sua. Parabéns a diretoria da ACRI pela organização. Parabéns aos participantes porque sem eles a festa não teria sentido.

ENTREGA DE TÍTULO BENEMÉRITO E MENÇÃO HONROSA
O evento foi bem organizado, os convidados estiveram presentes, tivemos oportunidade de reencontrar vários amigos que há tempo não víamos. Também não vou citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém. A cerimônia foi bem conduzida mas aconteceram deselegâncias imperdoáveis.
Perderam o currículo de Luiz Leite da Nóbrega Neto e ainda cometeram a ingenuidade de passar recibo publicamente de tamanho descuido. Informaram que o currículo não chegou a tempo para sua apresentação. Chegou, sim. E por meu intermédio. Foi enviado para três diferentes endereços eletrônicos e nenhum voltou. Chegou, sim, e foi impresso porque minha mãe viu a cópia impressa. Foi enviado no dia 03 de janeiro. Além do mais, ainda que não tivesse chegado, houve tempo suficiente para entrar em contato com o próprio que desde sábado estava em Ipaumirim. Ficar tateando e dando informações desarticuladas como se as tivesse apanhado em qualquer esquina foi um momento desagradável. Além do mais, algumas equivocadas. Não sou partidária de textos laudatórios que beiram à bajulação, são inadequados e há muito caíram da moda. Mas o tratamento desigual foi mais do que deselegante. Foi constrangedor. Que sirva, pelo menos, de exemplo para que não se repita da próxima vez. Não estou creditando o percalço à má vontade, prefiro apostar na falta de habilidade em produzir solenidades harmônicas e adequadas aos seus propósitos explícitos.
Outro vexame foi o atraso de Maria Glaydson Araújo que chegou depois fazendo com que o evento retrocedesse. É preciso informar que ela já estava em Ipaumirim e não chegou atrasada por sua culpa. Ela foi informada que o evento só começaria após a missa. Essa informação também circulou lá em casa e não chegamos atrasados porque optamos pela solenidade. Muita gente estava na missa por conta da informação equivocada e não por desatenção. É preciso, em outras ocasiões, atentar para a uniformização das informações para evitar quebra de protocolo ferindo a formalidade exigida em solenidades desta natureza.
É por estas e outras que acredito que está na hora de considerar estratégias de trabalho que incluam a contratação de profissionais para trabalhar na produção das atividades festivas da ACRI.
Após o final do evento, houve a venda da revista produzida pela equipe do IPfest. Se houve lançamento, no dia anterior, eu não sei porque não estive presente. Lançamento é sempre uma coisa que acaba ficando pendente quando falta uma estratégia de apoio na divulgação. Isto acontece em vários lugares, fica uma coisa tipo cego em tiroteio, quase sempre fica perdida no meio da festa e não tem nunca a repercussão merecida.
Algumas reflexões que, acredito, precisam ser discutidas, a curto e médio prazo, pela ACRI:
- na próxima eleição, considerar a inclusão de outros nomes que poderão participar da composição da diretoria. É sempre bom renovar ideias e compartilhar com os outros a experiência acumulada.
- abrir espaços para outras atividades, sempre submetidas aos critérios explícitos da ACRI.
- preocupar-se com a formação de lideranças jovens que possam dar continuidade ao trabalho e propostas da ACRI no futuro.
- discutir a profissionalização da produção do evento contratando empresas especializadas.
Para finalizar, quero parabenizar a diretoria da ACRI, através do seu presidente Dr. Anchieta Nery, que fez uma festa bonita, organizada e bem concorrida. Falhas acontecem mas o tempo existe para corrigi-las.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim emn 31.01.2010

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