Poderia até me considerar suspeito, em me reportar
neste espaço sobre um primo que faleceu recentemente em Fortaleza, aos 85 anos,
acometido de um infarto: Osmar Arruda, viúvo da ex-Professora Onélia de Sousa
Arruda, e genitor do médico Francisco Osmar de Sousa Arruda, seu único filho.
Mas, não me considero, pois estou, simplesmente, sendo-lhe justo e reconhecido,
ao expressar o meu pensamento a seu respeito.
Conheci o Osmar, na Vila de Tururu, distrito do
município serrano de Uruburetama, no Norte do Estado do Ceará, sendo eficiente
e disciplinado auxiliar de serviços gerais no estabelecimento comercial do meu
pai, e, salvo engano, morando conosco. Menino esperto e peralta, peguei, muitas
vezes, carona no carrinho de mão por ele conduzido, e transportando saco de
cereais do armazém para a nossa casa, o que fazia, diga-se de passagem, com boa
vontade e sem reclamar da tarefa.
Era uma figura por demais conhecida em Ipaumirim e
circunvizinhança, compreendendo Baixio e Umari, não só porque atuou nos
Correios durante vários anos, até aposentar-se, como Agente Postal Telegráfico,
mas também, devido a sua popularidade.
Admirava o saudoso primo, pelo seu jeito sincero de
ser, sua inteligência, dedicação ao trabalho, honestidade, generosidade e
espírito sutil de curiosidade.
Conhecia bem os meandros da geografia e história
(sendo mais versado na primeira matéria), conhecimento que fazia questão de
partilhar com os outros, principalmente os mais jovens.
Não foi por acaso, que lecionou, com competência, a
disciplina geografia, no antigo Colégio XI de Agosto, da antiga Alagoinha, por
sinal, naquela época, estabelecimento de ensino padrão, na região, cujos alunos
lhe dispensavam respeito e consideração.
Um outro motivo da minha admiração por ele, era o
apreço que dispensava a minha saudosa mãe (sua tia afim), parenta que deixou de
visitar, após ela sofrer um AVC, e ficar em cadeira de rodas, por falta de
condição emocional, razão que eu vim saber certo tempo depois, através de
terceiros.
Outra pessoa a quem Osmar se prendeu muito,
considerando-a como que uma boa irmã, foi Rosinha Leite (de saudosa memória),
com quem contava sempre, no seu dia-a-dia, na qualidade de vizinha prestimosa.
Sou-lhe grato pela valiosa e espontânea
contribuição que dispensou a minha inesquecível sogra Joaninha, quando ficou
sozinha na Farmácia, em Ipaumirim, enquanto eu e a esposa Mirian encontrávamos
em Fortaleza, dando apoio às nossas filhas que ali estudavam.
É com justiça e por merecimento, que para ele tiro
o chapéu, pois, em vida, soube valorizar o lado bom da existência, acertando
mais que errando!
MIGUEL CAIRO ARRUDA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 24.01.2012.
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