Considero-me uma sobrevivente do ano 2011. Para
mim, foi um ano devastador e ponto final.
Acordei inteira para 2012. Absolutamente sem
planos, propósitos e promessas. Chega do planejamento nunca cumprido e dos
balancetes no fim do ano. Já me basta o imposto de renda para encher o saco.
Xô opressão. Nada de achar que tenho obrigação de
seguir as regras da sociedade de consumo que fica empurrando todo mundo para
fazer a mesma coisa. Nada de felicidade obrigatória. Viajar para tirar fotos?
Deus me livre. Se eu viajar ainda que seja para a cidade vizinha quero ver o
que eu gosto: becos e ruelas, gente nas ruas. Quero sobretudo me admirar com
tudo que eu já vi e vejo no meu cotidiano. Acredito que precisamos pouco para
viver. A maioria das nossas demandas é construída sobre sonhos, expectativas
alheias e alucinações impostas pela mídia.
Quero coisas que me tornem melhor, saúde, paz,
amor, bons livros, boa música, bons filmes, eventos agradáveis, gente para
compartilhar, amizades, compreensão, tolerância, sensibilidade, critérios, ser
leal comigo mesma, principalmente. Já nem ouso dizer fiel porque fidelidade às
vezes parece gaiola. Isto não quer dizer que busco um modelo utópico para
centrar-me. Apenas quero combustíveis que deixam qualquer um mais disposto para
enfrentar a Fórmula 1 em que se transformaram nossos dias no século XXI. Não
quero velocidade, emoção nem urgência só para alcançar holofotes ou enfrentar
rankings que, no fim das contas, são efêmeros e só.
Depois de tirar mil fotos, qual a que você
realmente gostou? Chega de quantidades, quero qualidade. Não me interessa uma
vida por km rodado, uma relação de livros lidos e medidos por metro linear na
prateleira das estantes, todos os shows, todas as peças, todas as praias da
moda, tudo, tudo, tudo e muito mais.
Quero a coragem e o prazer de viver com vontade de
acordar no dia seguinte. Só isso.
MLUIZA
Postado no alagoinha.ipaumirim em
01.01.2012
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