"Alberto Alexandre Viana de Moura, filho de Manoel Alexandre de Moura e Teresa Viana de Moura, nasceu no dia 9 de julho de 1915 no sítio Córrego, Município de Cedro, Ceará. Até aos dezenove anos viveu com os pais cuidando da agricultura e da pecuária. Em 3 de janeiro de 1935, pelo então prefeito José Gabriel Diniz, foi nomeado amanuense arquivista da Prefeitura. Depois de exercer outros cargos na mesma repartição, em janeiro de 1947, foi nomeado, pelo IBGE, Agente Municipal de Estatística. Em junho do mesmo ano, por imposição política o IBGE o removeu para o município de Baixio, onde ficou trabalhando até dezembro de 1953, quando aconteceu a transferência da sede daquele município para Ipaumirim, cidade onde reside até hoje.
Os dotes poéticos de Alberto de Moura despertaram cedo e muito jovem ele já fazia versos de toda natureza, muitos deles engraçados e humorísticos. A sua lavra de sonetos e trabalhos literários é grande, não se sabe porque até hoje ele não quis reunir em livros toda sua produção poética. Alberto de Moura não é de todo ignorado, porque muitos admiradores e amigos que conhecem o seu talento e a sua brilhante inteligência, publicam muitos de seus sonetos em jornais, revistas e são recitados em festividades e reuniões culturais. Há algum tempo publicava em jornais da capital, “Estudos de Português”, matéria de que é conhecedor.
Tem uma vida simples e modesta, pautada numa linha de serenidade e de estudo, por isso mesmo é muito ouvido e consultado. É ainda um infatigável leitor e grande estudioso dos segredos da nossa língua a qual escreve com segurança e vernaculidade. Lê muito, principalmente os clássicos da língua portuguesa, de Camões a Garrett. Dos escritores brasileiros tem preferência por Machado de Assis, Rui Barbosa e Euclides da Cunha. Lê “Os Sertões” diariamente e possui um acervo de quase 150 livros sobre o episódio de Canudos. Os seus sonetos intitulados: Canudos, Antonio Conselheiro, a Queda de Canudos e Salomão da Rocha, encontram-se na Bahia, para publicação.
Também é grande admirador e leitor dos poetas
cearenses, principalmente José Albano, Júlio Maciel e Cruz Filho. Nas suas
estantes se encontram os melhores dicionários da língua portuguesa, desde
Moraes até Aurélio. Possui obras importantes como os Sermões do Pe. Antonio
Vieira e as obras do Padre Manuel Bernardes e outras. Autodidata, não tendo
freqüentado escolas o único diploma que possui é de um curso que fez em
Fortaleza com o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, que logo nas primeiras
aulas observou o seu destaque no conhecimento da matéria e o convidou para
proveitosas conversas particulares. Manteve correspondências com autoridades
intelectuais do Ceará e de outros Estados. Guarda como relíquias as cartas e
trabalhos do Desembargador Valdetário Pinheiro Mota, do Príncipe dos Poetas
cearenses Cruz Filho e da escritora Nenzinha Galeno.
Há alguns anos escreveu o soneto “Cidade do Cedro”
e dedicou ao seu parente e amigo Cândido Acrísio Costa. Em 1944 casou-se com a
professora Graziela Albuquerque e tiveram cinco filhos. Da sua terra natal,
Cedro, ele fala sempre na família, nos amigos: Coronel Celsinho, Dr. João
Viana, Raimundo Pinheiro, Horácio Medeiros,Luiz de Moura e outros, e guarda com
saudades lembranças dos Srs. Celso Alves de Araújo, conhecido por Celso
Marinheiro, pai do atual prefeito Dr. João Viana, do Coronel Celsinho e outros
que são continuadores daquela grande amizade que havia entre ele e o seu
genitor, do farmacêutico José Firmino, do médico Dr. Antenor Cavalcante, do
poeta Antonio Valdivino, do comerciante Joquinha Bezerra, dos parentes Acrísio
Costa, Plácido Viana, Salustiano de Moura e do advogado José Militão que fora
seu sogro e amigo.
Até aqui, se fala das lembranças que guarda da sua terra natal, mas sua história não se completa sem falar da sua vivência em Ipaumirim, terra que o adotou e acolheu como filho. Chegou o poeta Alberto de Moura a Ipaumirim no início do ano de 1954, logo granjeou a amizade de todos e principalmente do prefeito que acabara de assumir o cargo, o senhor Osvaldo Ademar Barbosa, que, como ele costuma dizer, fora o seu maior amigo, nesta terra.
Em Ipaumirim, Alberto de Moura goza do respeito e da amizade dos mais simples aos mais requintados espíritos da cultura desta terra; professores, advogados, sacerdotes, agricultores, industriais, comerciantes e políticos. Tanto em Baixio como em Ipaumirim, prestou serviços à justiça como promotor ad-hoc e defensor dativo e pela sua admirável inteligência conquistou a amizade dos juízes e promotores que passaram por esta Comarca nas décadas de 60 a 70. Ainda hoje lhe dispensam atenção especial os juízes Arísio Lopes da Costa e Paulo de Tarso Vieira Ramos e os desembargadores Gilson Viana e Raimundo Bastos de Oliveira, este último, há bem pouco tempo publicou um livro intitulado “Fatias de Pão”, no qual relata a sua vida como juiz em Ipaumirim e fala em várias páginas do seu relacionamento com o poeta Alberto de Moura.
Até aqui, se fala das lembranças que guarda da sua terra natal, mas sua história não se completa sem falar da sua vivência em Ipaumirim, terra que o adotou e acolheu como filho. Chegou o poeta Alberto de Moura a Ipaumirim no início do ano de 1954, logo granjeou a amizade de todos e principalmente do prefeito que acabara de assumir o cargo, o senhor Osvaldo Ademar Barbosa, que, como ele costuma dizer, fora o seu maior amigo, nesta terra.
Em Ipaumirim, Alberto de Moura goza do respeito e da amizade dos mais simples aos mais requintados espíritos da cultura desta terra; professores, advogados, sacerdotes, agricultores, industriais, comerciantes e políticos. Tanto em Baixio como em Ipaumirim, prestou serviços à justiça como promotor ad-hoc e defensor dativo e pela sua admirável inteligência conquistou a amizade dos juízes e promotores que passaram por esta Comarca nas décadas de 60 a 70. Ainda hoje lhe dispensam atenção especial os juízes Arísio Lopes da Costa e Paulo de Tarso Vieira Ramos e os desembargadores Gilson Viana e Raimundo Bastos de Oliveira, este último, há bem pouco tempo publicou um livro intitulado “Fatias de Pão”, no qual relata a sua vida como juiz em Ipaumirim e fala em várias páginas do seu relacionamento com o poeta Alberto de Moura.
Homem de vida simples todo o seu tesouro se
encontra nos seus livros que ele tanto ama e sempre diz que faria a mesma coisa
se começasse a sua vida hoje. Ele sempre teve tendências políticas e foi eleito
Vereador por cinco legislaturas consecutivas com significativas votações e numa
delas presidiu a Câmara Municipal. É autor dos hinos do Colégio Estadual Dom
Francisco de Assis Pires, do Colégio XI de Agosto, do hino Centenário da Festa
da Padroeira e de um belo soneto intitulado “Ipaumirim”, dedicado ao ex-líder
político Dr. Francisco Vasconceles de Arruda. Em 1981, casou-se em segundas
núpcias com a professora Maria Socorro Olímpio Lucena com quem tem uma feliz
união conjugal.
Hoje vive mais em sua casa, na sua calçada, cercado por amigos, muitos de nível intelectual elevado e assim leva uma vida saudável, com leituras aprazíveis, estudos, charadas e gozadas anedotas.
Hoje vive mais em sua casa, na sua calçada, cercado por amigos, muitos de nível intelectual elevado e assim leva uma vida saudável, com leituras aprazíveis, estudos, charadas e gozadas anedotas.
Os que o conhecem traçando o seu perfil dizem: “ele
é um tanto esquisito e reservado por temperamento, sempre procura fugir de
homenagens e elogios à sua pessoa”. Várias vezes já foi convidado para receber
o título de cidadão de Ipaumirim, honraria que sempre recusa alegando que é
cidadão em qualquer lugar e que não é preciso título para ser cidadão.
Literariamente o poeta e prosador subscreve os seus
trabalhos com apenas dois nomes: Alberto de Moura. É difícil descrever a vida
do poeta por desconhecimento da sua história e pela sua incalculável modéstia.
O que aqui tratamos é fruto de uma pesquisa de muitos anos, trabalhos
realizados por professores e alunos das escolas de Ipaumirim e por informações
da sua esposa, quase sem o seu conhecimento. Mas de uma coisa temos certeza:
que a vida do poeta Alberto de Moura um dia há de merecer um estudo maior para
que os do futuro possam valorizar um homem estudioso, um homem de letras, um
mestre da língua, produto do seu próprio esforço. Hoje, aos 88 anos ele goza de
razoável saúde, com perfeita lucidez e vive feliz como bem retrata esta sua
história.
Ipaumirim-CE, janeiro de 2003."
Ipaumirim-CE, janeiro de 2003."
Publicado
no alagoinha.ipaumirim em 23.12.2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Respeitar sempre.