Cairo Arruda
Sou, de fato, natural de Tururú, município da Zona
Norte do Ceará, mas, oficialmente, filho do Barro, na região Sul do Estado;
nascido em 1938.
O terceiro filho da prole de oito do casal Miguel Vasconcelos de Arruda e Francisca Ferreira Arruda.
O terceiro filho da prole de oito do casal Miguel Vasconcelos de Arruda e Francisca Ferreira Arruda.
Transferi-me dali, muito pequeno, pois o meu estado
de saúde exigia um meio maior, no caso, Fortaleza, para ser convenientemente
tratado; o que levou meu pai a desfazer-se de um complexo comercial composto de
farmácia, armazém de cereais e fábrica de tear. Na capital cearense,
estabeleceu-se com mercearia, no Bairro do Alagadiço, e depois, com o comércio
de peles de animais, na Rua Castro e Silva.
Por motivo de falta de saúde, o início dos meus
primeiros estudos foi retardado.
De Fortaleza, eu já com a saúde restabelecida, a minha família, em 1946, esteve por algum tempo Alagoinha (Ipaumirim), levada que foi pelo tio Chico Arruda, industrial na Região. Daí, para o Barro, onde cursei o primário, no Educandário Santo Antonio, dirigido pelo meu genitor.
De Fortaleza, eu já com a saúde restabelecida, a minha família, em 1946, esteve por algum tempo Alagoinha (Ipaumirim), levada que foi pelo tio Chico Arruda, industrial na Região. Daí, para o Barro, onde cursei o primário, no Educandário Santo Antonio, dirigido pelo meu genitor.
Portador do curso primário, em 1951, fui estudar na
Escola Agro-Técnica Vidal de Negreiros, em Bananeiras – PB, cursando ali dois
anos de Iniciação Agrícola, o equivalente às primeira e segunda séries
ginasiais. De lá, em 1954, os meus pais já residindo em São Pedro, Distrito de
Milagres (hoje, município de Abaiara), continuei os meus estudos no Liceu do
Ceará, em Fortaleza, morando em casa de tios. Por toda a década de 50, conclui
o ginasial e secundário. Durante esse período, já residindo na Casa de
Estudante, tudo conseguido através dos tios Chico e Raimundo Arruda, fui
funcionário do Departamento do Serviço de Pessoal – DSP (órgão estadual) e da
Cooperativa de Crédito de Fortaleza (pequeno banco).
No começo dos anos 60, estabeleci-me com farmácia
em Baixio, em sociedade com João Bosco Leite Tavares (de saudosa memória),
permanecendo por quase dois anos.
Em 1962, aportei em Ipaumirim, com um único objetivo: negociar e ajudar na educação dos meus irmãos mais novos. O nosso comércio (meu e do meu pai), de início, restringiu-se à farmácia, ampliando-se depois, para o de eletrodomésticos e outros artigos, tendo como ponto de apoio – a Farmácia e Magazine Arruda; e após o casamento, em 1966, com Mirian Barbosa, à frente da farmácia Barbosa Lima, quando se deu a fusão das duas firmas: Miriam B. Lima e Arruda Filho & Cia. Ltda.
Em 1962, aportei em Ipaumirim, com um único objetivo: negociar e ajudar na educação dos meus irmãos mais novos. O nosso comércio (meu e do meu pai), de início, restringiu-se à farmácia, ampliando-se depois, para o de eletrodomésticos e outros artigos, tendo como ponto de apoio – a Farmácia e Magazine Arruda; e após o casamento, em 1966, com Mirian Barbosa, à frente da farmácia Barbosa Lima, quando se deu a fusão das duas firmas: Miriam B. Lima e Arruda Filho & Cia. Ltda.
Enquanto residi em Ipaumirim, exercitei o
jornalismo, como correspondente dos jornais Correio do Ceará, Unitário e Diário
do Nordeste, de Fortaleza, e como cronista das Rádios Difusora e Alto-Piranhas,
de Cajazeiras – PB, na qualidade de integrante da Associação Cearense de
Imprensa – ACI e da Associação Cearense de Jornalistas do Interior – ACEJI.
Em 1968, como os meus irmãos mais moços já haviam
concluído o ginasial em Ipaumirim e precisavam continuar seus estudos, e como
eu era mais conhecido nos meios cajazeirenses, o meu pai me convenceu a abrir,
em sociedade com ele, uma filial da farmácia, Cajazeiras, recebendo a
denominação de Farmácia arruda, funcionando na Rua Tenente Sabino, onde
permaneci dois anos, tendo ele me substituído.
Depois, voltei a dirigir a Farmácia Barbosa Lima,
em Ipaumirim, passando, por insistência do tio Chico Arruda, a figurar na
política local, como vereador, e, em 1972, candidatando-me com êxito, também a seu
pedido, ao cargo de prefeito, para o período de 1973-1977, sem abandonar as
atividades farmacêuticas.
No segundo semestre de 1977, transferi-me para Fortaleza a fim de assumir a função de Diretor Administrativo do Serviço de Processamento de dados do Estado do ceará – SERPROCE, por nomeação do então Governador Adauto Bezerra; deixando a família em Ipaumirim, em virtude dos estudos das filhas Cairami e Kátia, e da necessidade da esposa, Mirian, ter que ajudar a sua mãe, Joaninha, nos negócios da farmácia, como também concluir o seu mandato de Diretora da Escola Estadual Dom Francisco de Assis Pires.
No segundo semestre de 1977, transferi-me para Fortaleza a fim de assumir a função de Diretor Administrativo do Serviço de Processamento de dados do Estado do ceará – SERPROCE, por nomeação do então Governador Adauto Bezerra; deixando a família em Ipaumirim, em virtude dos estudos das filhas Cairami e Kátia, e da necessidade da esposa, Mirian, ter que ajudar a sua mãe, Joaninha, nos negócios da farmácia, como também concluir o seu mandato de Diretora da Escola Estadual Dom Francisco de Assis Pires.
Permaneci no SERPROCE até 1991, quando me
aposentei. Nesse interregno, exerci, temporariamente, a sua presidência.
Aposentado, voltei ao ramo de farmácia, transferindo para a capital cearense, a
empresa Mirian B. Lima, de Ipaumirim, e estabelecendo-me no Bairro Edson
Queiroz, onde funcionei até 1999 quando ela encerrou definitivamente as suas
atividades.
RETALHOS DO PASSADO
RETALHOS DO PASSADO
Os anos 60 lembram-me alguns eventos – uns, menos, outros, mais importantes mas que merecem destaque e devem ser revelados: A injusta cassação, pela Revolução de 64, do mandato de Deputado estadual do tio Chico Arruda, representante de Ipaumirim na Assembléia Legislativa do Estado e uma de suas maiores lideranças políticas, fato este, que causou indignação e revolta a seus familiares e amigos.
A volta de Ademar Barbosa à chefia da
Municipalidade, em 1966, com o apoio dos industriais locais e devido à
neutralidade do tio Chico Arruda quanto àquela eleição municipal. A astúcia do
meu irmão, Arruda Sobrinho, que, aos 15 anos, em pleno período revolucionário
de 64, nas suas experiências na área de eletrônica, instalou um rádio
transmissor, chegando a atingir um raio de ação de aproximadamente 30 km, e que
foi motivo de admiração de ouvintes ipaumirinenses e da circunvizinhança, e
também de denúncia por parte de quem tinha interesses contrariados, cujo
parelho foi lacrado pelo Agente Postal Telegráfico local, por determinação
superior; (Mas, ele, persistindo em busca do seu ideal, chegou a concretizá-lo
anos depois, ou seja, em 1979, com a instalação da Rádio Vale do Salgado Ltda.,
em Lavras da Mangabeira, que, diga-se de passagem, não foi instalada em
Ipaumirim porque o município não fazia parte do Plano Nacional de
Radiodifusão).
A demolição do antigo prédio do Colégio XI de
Agosto, pelos dirigentes da CNEC, por sinal, contestada por nós (membros da
família Arruda), por intermédio do serviço de alto-falantes do Magazine Arruda,
sob a alegativa de que o imóvel devia ser preservado por se tratar de um
patrimônio histórico da cidade.
Da década de 70, trago algumas boas recordações.
Da década de 70, trago algumas boas recordações.
Recordo-me bem do trabalho desinteressado do Lions
Clube, como um dos seus fundadores e ex-presidentes, destacando-se uma das suas
principais promoções, àquela época – o Festival da cerveja – cuja renda era
destinada, principalmente, ao Natal das crianças pobres, e uma festa popular de
muito agrado da sociedade ipaumirinense.
Relembro também a luta titânica dos companheiros
leões para construir a sede própria do clube, no bairro Alto Bandeirantes, em
terreno doado pelo saudoso Cel. Mano Ferreira, cuja obra e eletrificação, por
mim conseguida no segundo Governo do Cel. Virgílio Távora, através do CL Aécio
de Borba (seu super-secretário), contribuíram largamente para a maior
urbanização daquele bairro. Dessa brava luta, participaram, dentre outros, CLs
Vicente Taveira Sobrinho (o popular Castro Alves, de saudosa memória), Raimundo
Ferreira de Sousa, Donato Crispim de Menezes, Antônio Ribeiro Cisalpino, Antônio
Airton de Lima e a minha pessoa.
Quando prefeito, vem-me à lembrança, a batalha que
empreendi para equipar com recursos próprios da Prefeitura, (o Governador de
então não deu uma pequena ajuda), o Hospital Maternidade Maria José dos Santos,
denominação esta em homenagem a mais antiga mulher ipaumirinense (Dona Piquili,
na intimidade); e a minha alegria e admiração de considerável parte da
população quando ali foram realizadas as primeiras cirurgias de médio porte a
cargo do cirurgião Manuel Arruda, de Sousa – PB, ora prestando seus serviços
médicos àquele estabelecimento, tendo como pacientes o popular carreteiro Louro
Piauí, operado de apendicite, e um membro da Família Felismino, do Sítio
Umburana, de quem não recordo o nome, que sofreu uma facada no tórax, tendo
ambos sidos bem sucedidos.
Vem à minha mente, também, a fundação, em 1975, da
Sociedade Beneficente de Ipaumirim, uma espécie de substituta da operosa
Associação Rural de Alagoinha (que foi dignamente presidida pelo saudoso José
Macedo e que teve em sua tesouraria, a não menos digna figura de Vicente Gomes
de Morais). A Sociedade Beneficente de Ipaumirim, dentre outros benefícios
prestados á comunidade ipaumirinense, é mantenedora da Casa Doutor Arruda e do
memorial do ex-deputado Francisco Vasconcelos de Arruda, os quais conservam a
maior parte do acervo deixado por aquele homem público e, modéstia à parte, o
grande emancipador de Ipaumirim.
A nota triste dos anos 70 foi, sem dúvida, a morte
prematura, aos 62 anos, do tio Chico Arruda, ocorrida em 23.10.1972, em
Fortaleza.
Recordo-me por fim, de um soneto de Mirian, minha
mulher, feito por ocasião do 3° aniversário de emancipação
político-administrativa deste município, intitulado "Ipaumirim".
(Miguel
Cairo Arruda)
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 07.10.2007
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