MLUIZA |
Hoje, 20 de julho, é o dia internacional da
amizade. Não sei por que no Brasil é 18 de abril. Como é bom ter amigos, como é
bom ser amigo. Meus amigos de infância eram os companheiros e companheiras de
brincadeiras e travessuras. Aquele jogo de bem me quer/mal me quer. Dois
brincam, três brigam e mais do que isso é muito alarido e muita correria. Tenho
o melhor carinho pelas lembranças, mas o tempo e a distância acabou evaporando
aquele combustível que acende a alma e se perpetua na convivência. Para não ser
traída pela memória, eu preferia não citá-los. Mas não resisto. Graça (de
Senhor Damião), Zefinha Ribeiro, Valquíria, Neide (de Zé Saraiva), Célia (de
Euclice), Zefinha (de Dona Odete), Lúcia Dore, Sonia (de Cirilo Sampaio) – um
pouco mais velha, adorava uma brincadeira liderando jogo de quipa e roda de
correr-, Maria do Carmo (de Seu Nel) – mais reservada, - Josélia (de D.
Rosário), éramos mais ou menos da mesma idade. Os meninos não nos davam bola.
Faquito, Tadeu, Carivaldo, Nino (de Maurde), Amaro Filho, Océlio, Mujica, Assis
e Zeca (de Vicente Ferreira) e os demais viviam em outro planeta. Depois, o
tempo foi incorporando gente mais jovem que ia crescendo e se inseria no grupo:
minhas primas, Fátima e Rosamaria, Geysa, Norma (de Boaventura), Fátima Dore,
Rita de Cássia, Dilma (de Maria de Afonso), Martha e Ceição (de seu Amaro).
Esqueci alguém? Peço desculpas.
O tempo e as necessidades foram nos separando, e,
na adolescência, eu ainda permaneci com parte delas, mas fui incorporando gente
mais de longe. Dos tempos cajazeirenses, na austera vida do internato, tenho um
carinho especial por Graça Brasileiro (Baixio), as irmãs Elizabeth e Hosana
Soares (Santa Helena), Kátia Gonçalves (Aurora) e Yeda Pires de Sá (Sousa).
Quanta presepada. Resultado drástico: todas convidadas a sair do colégio.
Depois foi o Crato, no pensionato de Dona Maria
Nunes. Muita festa, muito passeio, convivência saudável, boas lembranças. Em IP,
era a jovem guarda das tertúlias com aquelas radiolinhas portáteis e discos
muitas vezes inaudíveis. A turma da Bananeira, os meninos que estudavam no
Colégio Agrícola de Lavras. Os mais adultos que estudavam em Fortaleza eram de
outra classe, Vips, não se misturavam com a gente. Como nos divertíamos!
Em Campina Grande conheci muita gente. De muitos não
tenho mais notícias. Ficaram Alba, Gal, Fátima Melo, Celeste, Lula Suassuna,
Maristela, Valéria, Verônica, a maioria delas continuam amigas até hoje. Os
meninos eram Zé Alves Filho, Mazim Felinto, Strauss, Mujica , alguns mais
outros colegas de escola e amigos de amigos.
No Recife, foi o corte definitivo. Era eu e eu
mesma e o mundo a conquistar. A partir daí, aprendi que a amizade é uma
construção que nunca termina e que os amigos formam um plantel de gente
totalmente diferente uma das outras e absolutamente queridas como se fossem
únicas. Cada um de um jeito, formando sustentáculos em torno de você. Uns são para
as farras, outros pra estudar, outros para os desacertos, outros para dar fogo
às suas ousadias. Uns para quando estiver doente, outros para chorar no colo, e
ainda outros pra te tirar do buraco. E outros, especialíssimos, que ousam dizer
tudo o que você nunca quis ouvir. E para tantas outras coisas são os amigos e
amigas.
Perdi gente muito especial que se foi muito cedo e
deixou muita saudade. Mas ficaram os demais espalhados pelo mundo. Em Recife,
Fortaleza, Campina Grande, João Pessoa, Rio de janeiro, São Paulo, Europa, Nova
Zelândia, Rio Grande do Sul, no interiorzão do Brasil, em tantos outros lugares,
mas principalmente no meu coração.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 20.07.2009
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