Juarez Macedo
Eu tinha apenas 12 anos.
Aos 13 já me mandei, fui estudar em Cajazeiras e de lá ganhei o mundo para
nunca mais votar a morar nesta terra que tanto amei. Ipaumirim não existia
ainda nesta época. Veio dois anos depois quando, por empenho do Dr Francisco
Vasconcelos de Arruda, se tornou sede do município. Alagoinha- lagoa pequena-
Ipaumirim. O nome ficou mais sugestivo e bonito.
Olhando o traçado da
cidade, praticamente um retângulo, de memória andei percorrendo as ruas e me
vieram à mente as pessoas que a habitavam naquela época. Vou começar pela velha
Naninha que foi casada com Pedro Alexandre e que corajosamente foi ao Catete
pedir a Getúlio Vargas que resolvesse o litígio pela divisão de suas terras, o
reparte que lhe cabia. Sua foto com Getúlio saiu no Correio do Ceará.
Outros mais, por ordem
de residência.:
Adolfo casado com
Maristela, pais de Gerardo e Flávio Lúcio.
Aristides Lisboa, pai de Zé Aristides, Vicente e Maria Lisboa.
Ernane Dore/Neusa, farmacêutico, pai de Gilberto e dono de uma fubica, um Ford ano 1929.
Aristides Lisboa, pai de Zé Aristides, Vicente e Maria Lisboa.
Ernane Dore/Neusa, farmacêutico, pai de Gilberto e dono de uma fubica, um Ford ano 1929.
Miceno Alexandre.
Seu Barrin, pai de
Helio, Evilásio, Hilton, Deca, Eudes, Stela e Maria Augusta.
Cicero Fernandes/Da. Zefinha, donos da Souza Fernandes, beneficiadora de algodão. Pais de Ester, Eneida, Tarcísio.
Cicero Fernandes/Da. Zefinha, donos da Souza Fernandes, beneficiadora de algodão. Pais de Ester, Eneida, Tarcísio.
Chico Olivio, pai de
Onélia, Maria de Souza, Ivone,Olga, Ofélia e Ormezinda (quando dançava com ela
sentia um friozinho da espinha)
Joana Doida, que morava
debaixo de uma tenda perto da Souza Fernandes e percorria a rua cercada de cães
famintos, falando sozinha sem fazer mal a ninguém.
Argemiro Nery, pai de Anchieta e Aldeisio.
Argemiro Nery, pai de Anchieta e Aldeisio.
Beatriz, professora
emérita.
Francisquinha Nunes
também professora
Da Zenira, a mais
querida da cidade.
Cicero Bento, pai de Zé
Henrique e Maria Blandina.
Luiz Leite da Nóbrega,
pai de Luiz Nóbrega Filho, Sebastião, Maria Eunice, Maria Luiza e Vilani.
Zé Saraiva (Zé do Péu)
dono de um automóvel o único a serviço da cidade.
Da. Yáyá, sogra de
Cirilo, barbeiro.
Nogueira/Delícia,
fotógrafo, fumava cachimbo, cunhado de Menininha, uma boneca que me causava
frisson.
Odilon, pai de Edvaldo,
Romilda (nasceu na mesma data em que eu nasci), Edmilson e Geraldo.
Ademar Barbosa/Lidinha,
pais de Chiquinho e Bosa.
Mario Viana, Áurea e
Violeta.
Joaquim Pires, pai de
Juvenal e Vicente.
Zé Filinto, pai de
Socorro e Nance
Luiz Barbosa/Rocilda,
pais de Luiz Barbosa Filho, Luídio, Jader, Jacílio, Laire e Lenira (minha
cunhada que foi casada com Evandro)
Pedro Alexandre/Maria
Alzira, pais do Pedrão e da Zireta.
Velho Custódio,
barbeiro, pai de Lauro.
Tiburtino, barbeiro.
Zé Macedo/Soledade, meus
amados pais, e pais de Giselda, Evandro, José, Gesilda, Giseldina, Genilda,
Toizão, Bosco Macedo
Batista pai de Maria de
Lourdes, Zefinha, Maria do Céu, Joana Bosco e Zé
Cicero Vermelho.
Cicero Vermelho.
Da. Piqueli cujo pé de
fícus benjamim, amaldiçoado por mim, vindo a secar, serviu para meu pai tirar
um galho com que me deu uma surra que dói até hoje, porque cheguei em casa
depois das vinte horas. Estava dançando no XI de Agosto.
Manoel Sapateiro, pai de
Terezinha.Sr. Isidro Nery/Da. Cecília. Tinha um caminhão e uma mercearia onde,
em cima, funcionava a escola em que estudei e meu professor foi o Zé Henrique.
Maria do Vigário.
Vicente Victor, o
Centor, filho de Cícero Victor
Vicente Gomes de Morais,
de saudosa memória, foi quem ajudou meu pai a educar aqueles filhos todos e o
tínhamos como irmão.
O vigário na época era
Pe. Manoel Carlos de Morais sediado em Umari.
Foi esta gente que fez
de Ipaumirim uma grande família. Todos se conheciam e se gostavam. Era um povo
festeiro. Festa da Padroeira e de São Sebastião movimentava a cidade com
quermesses, leilões beneficentes onde se reunia a nata da cidade e os que
tinham dinheiro disputavam o maior lance. Havia até um serviço de alto-falante,
aos domingos, com músicas e noticias e concurso de calouros. Frequentes eram os
bailes no XI de Agosto onde não perdia um sequer.
Se me fosse dado prestar
uma homenagem à figura mais ilustre de Ipaumirim naquela época, ergueria uma
estátua ao Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda. Ele foi quem deu maioridade à
cidade, politicamente, dedicando-se principalmente à educação, saindo daí
muitos doutores que dignificaram a cidade.
Hoje, sou um filho
distante desta terra querida. Moro em São Paulo onde constitui uma família,
muito bonita por sinal, e milito no mercado publicitário.
Ao povo de Ipaumirim meus cumprimentos e minha saudade.
Ao povo de Ipaumirim meus cumprimentos e minha saudade.
Juarez Macedo
São
Paulo, setembro de 2007
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 16.09.2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Respeitar sempre.