MLUIZA |
Cleidinha)
A estrada está recuperada. Se for o mesmo tipo de
trabalho feito das outras vezes, teremos estradas boas até as próximas chuvas.
Tiraram a guarita ali da entrada da BR 116 e colocaram um símbolo pintado de
verde que deve ter alguma relação com as obras do governo. Ficou vistoso, mas
quem vai esperar um transporte sob o sol inclemente do sertão está mais
preocupada em abrigar-se do que em identificar quem fez a obra.
Masssssssssssss... na política como na vida, “Vaidade das vaidades, tudo é
vaidade” (Eclesiastes 1:2). No caso, no kit da vaidade incluem-se os votos.
Deixa pra lá. Estrada feita é melhor que buraqueira. Quem quiser que leve sua
sombrinha.
O pretenso aterro sanitário continua lá com o lixo
a céu aberto e a fumaça saindo. Isto não é novidade.
Mais adiante, a prefeitura fez um campo de futebol,
o que é uma iniciativa louvável. Agora só falta uma política de esportes que
traga os jovens para uma atividade saudável e sistemática. Acredito que devem
plantar algumas árvores na volta para perder aquele ar desértico típico da
região. Não tem arquibancadas, mas já é alguma coisa. Aliás, uma política de
esportes é muito mais importante do que arquibancadas.
Perto do campo, umas poucas casas populares que
estão construindo. Pela aparência externa devem fazer parte de um mesmo
programa. Não lembro quantas, mas não chegam a dez. De qualquer maneira, são bem-vindas.
Mais adiante, tem a ponte que não terminou, mas já
está liberada. Ficou muito boa principalmente com os corredores laterais para
pedestres.
Após a ponte, tem o velho prédio da lavanderia
caindo aos pedaços e, junto, derrubaram o antigo açougue que há bastante tempo
estava abandonado pelo poder público. Dizem que lá vão construir alguma coisa.
Entrando na cidade, o calçamento é a buraqueira de
sempre. Está em reforma a Praça Padre Cícero. Vamos ver como fica depois de
terminada para não tecer comentários precipitados. Também ouvi dizer que vão
recuperar a Praça São Sebastião. As duas sempre foram mais descuidadas que
propriamente feias. Que elas atrapalham o trânsito na volta do comércio é
inegável. A Praça São Sebastião - além de atrapalhar o trânsito - é o point preferencial dos paredões de som e
da bebedeira inclusive de menores de idade. Só não vê quem não quer.
O velho mercado público continua lá caindo aos
pedaços, o espaço poderia ser muito bem aproveitado pela Secretaria de Cultura
com uma infra permanente para cursos, oficinas e eventos. O quarteirão do
mercado está totalmente descaracterizado. Ainda bem que as lojas estão
arrumadinhas e com muita coisa bonita e de qualidade para vender. Melhor seria
se tivéssemos atividades econômicas que promovessem empregos para fortalecer o
comércio que acaba dependendo diretamente dos salários vindos do governo. A
falta de horizontes em Ipaumirim é
terrível.
Também vi a ponte da saída para o Baixio que está
em construção. Não atravessei mas vi algo como uma coberta de quadra no antigo
Colégio XI de Agosto, atual Escola Municipal Dr. Jarismar Gonçalves. Não posso
falar mais porque não vi de perto.
Soube, através da mídia da prefeitura e de
comentários, que chegou um aparelho de ultrassonografia que será operado por
Dr. Miraneudo. A competência de Miraneudo é inquestionável e um aparelho de ultrassom
com certeza vai melhorar bastante na questão de diagnósticos da população. Como
não visitei o hospital, não sei se continuam as precárias condições que -
diga-se de passagem – são tradicionalmente a sua marca registrada. Parece que
fizeram reformas em postos de saúde, mas prefiro falar apenas do que vi. E, com
certeza, não tive tempo de andar a cidade inteira.
Gostei de ver como estão construindo casas boas na
cidade. Uma casa com instalações corretas não traz apenas conforto, ajuda
bastante na saúde. A população está fazendo sua parte. O poder público é que
continua indiferente à qualidade de vida. As ruas centrais são esburacadas e as
novas vias sequer são calçadas e/ou pavimentadas. Nem estou falando de
saneamento. Estou falando do básico do básico.
Vésperas de eleição é temporada de construção. Em
todo lugar é assim. A ilusão é a mãe da vida, como diz Fernando Pessoa. Tá
bonito, tá bom. Vamos arrumar a vitrine e pronto.
E as coisas fundamentais ficam como? As grandes
questões que não dizem respeito apenas ao poder público, mas à população
inteira continuam debaixo do tapete?
Muito tititi em torno de nomes de candidatos. Ninguém
fala em programa de governo talvez porque a população nada reivindique e fique
à espreita de quem dá mais. Por enquanto, é hora de lotear o eleitorado e ver
quanto vai custar cada voto.
"Em política, sempre é preciso deixar um osso
para a oposição roer" (Joseph Joubert)
Em Ipaumirim é o mesmo osso desde sempre. Independentemente
de quem seja oposição, tudo acaba sempre tão parecido. Tão, tão e tão que entra
e sai e fica e sai e entra e fica e fica e fica e é tudo a mesma coisa.
As questões fundamentais vão para baixo do tapete
que encobre a dignidade adormecida e o futuro improvável.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 02.10.2011
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