VAMOS ABORTAR?



 
MLUIZA
Uma vez que a campanha política abortou os debates que tem importância, nós podemos abortar o resto. Sem culpas, sem remorsos, sem o inferno à nossa espera.
A primeira coisa que eu abortaria seria a campanha política para Presidente 2010. Aproveitava o embalo e, junto, eu também abortava os políticos ficha suja, a mídia escandalosa e manipuladora, os marqueteiros maquiadores de campanhas políticas. Eu não abortaria Marina Silva que já se auto abortou com o próprio discurso.
Abortaria a corrupção, os administradores mal intencionados e também os incompetentes. As propinas, o desvio de verbas e a lavagem de dinheiro. O tráfico de drogas e a insegurança em que vivemos. A violência contra a mulher. A discriminação e o preconceito. A desigualdade social, a ignorância e a fome. O turismo sexual. O abandono das crianças e dos idosos.
Abortaria os bancos que me passaram a perna naquela confusão dos juros da poupança e continuam nos explorando com a cobrança de suas altas taxas. As empresas que desobedecem aos direitos do consumidor, a exploração dos planos de saúde, os desconfortáveis ônibus que fazem o transporte público e os aviões com cadeiras apertadas.
Sem medo de ser feliz, eu aplicaria uma dose dupla de Cytotec na exploração inescrupulosa da fé e da religiosidade popular.
Todo e qualquer método seria permitido para abortar o excessivo nº de vereadores, deputados e senadores ociosos e improdutivos que vivem às nossas custas fazendo negociatas com os caros impostos que pagamos.
Só essa listinha já dava uma boa aliviada no nosso cotidiano.
E você, o que abortaria?
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 10.10.2010

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