Nascido em 04 de abril de 1934, no sítio Unha de
Gato, lugar denominado Poço Preto, às margens da BR 116, município de
Ipaumirim. Filho de Alexandre Gonçalves da Silva e Maria Gonçalves de Melo.
Jarismar
concluiu o curso primário no primeiro Colégio XI de Agosto em Ipaumirim, tendo
como professores José Henrique Silva, Osmar Arruda e Onélio de Sousa, dirigido
na época, pelo Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda, funcionando no local onde
hoje é a Escola Fundamental Dr. Jarismar, agora em novas e modernas
instalações.
Como não tivesse curso médio, na época ginasial, em
Ipaumirim, passou a estudar no colégio Diocesano na cidade do Crato no período
de 1949 a 1952, de onde completando 18 anos de idade migrou para Fortaleza
capital do Estado, passando a servir o Exército e ao mesmo tempo, estudando no
Colégio Estadual do Ceará conhecido por Liceu do Ceará, onde cursou o Clássico
que correspondia ao cientifico, ocasião em que participava ativamente de
movimentos estudantis e sociais.
Eleito
Presidente do Centro Liceal de Educação e Cultura (CLEC), representação
legítima do corpo discente do Liceu, recebeu em nome dos liceais, em memorável
concentração popular realizada no Estádio Presidente Vargas, das mãos de D.
Albaniza Sarasate, esposa do governador do Ceará, na época Paulo Sarasate, a
medalha de Honra ao Mérito; Na sua gestão promoveu e coordenou a campanha para
a eleição da Rainha do Liceu, recaindo a escolha na pessoa de Odele de Paula
Pessoa, hoje Juíza de Direito.
Realizou ainda as Olimpíadas dos estudantes do
Liceu em instalações esportivas da Marinha; Participou da fundação da Nova
Padaria Espiritual, sendo seu primeiro presidente, (Padeiro Mor), inclusive, um
dos redatores do seu jornal denominado “o Pão”, que tinha como redator chefe o
saudoso Jáder de Carvalho Nogueira, na época principal colunista do Jornal
“Diário do Povo” de grande renome em Fortaleza.
Residiu por vários anos na casa do Estudante do
Ceará, onde foi Diretor Patrimonial daquela instituição; Nesse período já
sentindo pendores para o magistério, lecionou por algum tempo no Colégio D.
Bosco, no bairro Joaquim Távora em Fortaleza na disciplina de História.
No ano de 1958 ingressou, aprovado em vestibular,
no Curso de Direito da Universidade Federal do Ceará, período em que contando
com o apoio do Deputado Estadual por Ipaumirim Francisco Vasconcelos Arruda,
coadjuvado por vários Ipaumirinenses, na época estudantes em Fortaleza, entre
eles: José Aristides Lisboa, Geraldo Saraiva, Jarismar e Jacílio Saraiva,
Valter Vieira, Francisco Assis Gonçalves, Raimundo Meira Barbosa, Francisco
Alderí Gonçalves e outros, participou ativamente da criação de uma sociedade,
denominada “Centro Ipaumirinense”, sendo eleito o seu primeiro Presidente.
O centro recentemente criado realizava reuniões
dominicais, inicialmente no auditório da casa do estudante onde eram discutidos
assuntos relacionados com o desenvolvimento do Município de Ipaumirim; sem
descurar da parte sócio cultural, a presidência do centro chegou a alugar uma
casa próxima ao Centro Massapeense, na praia do Meireles para sede da entidade,
onde passaram a acontecer as reuniões e também festas dançantes bastantes
fraternas e bem freqüentadas. Terminando o mandato de dois anos, a presidência
do Centro foi assumida, mediante eleição por Geraldo Saraiva. Após algum tempo
os mais entusiastas foram dispersando, uns por concluírem os estudos
regressando ao interior e outros buscando dias melhores em outros Estados, e
assim terminou o Centro, ficando só na saudade.
Em dezembro de 1962, quando concluía o curso de
Direito, antes de se instalar profissionalmente como advogado em Ipaumirim,
ouviu falar pela imprensa da existência no Ceara das chamadas “escolas de
comunidades” criando estabelecimento de ensino à nível médio nas cidades do
interior e sabendo que a juventude de Ipaumirim apenas terminava o primário e
somente os pais abastados tinham condições de levar os filhos para escolas a
nível médio, em Cajazeiras, Crato ou Fortaleza, não tergiversou em procurar o
dirigente da Campanha Nacional de Escolas de Comunidade (CNEC) em Fortaleza, o
Comendador Luiz Sucupira e expor a situação educacional de sua terra, sendo
assim Ipaumirim contemplado com uma dessas escolas à nível médio, a qual em
homenagem a antiga escola XI de Agosto,(Colégio XI de Agosto) e também por ser
11 de agosto o dia do estudante, foi o referido estabelecimento de ensino
denominado Colégio XI de Agosto, posteriormente centro educacional XI de
Agosto.
Casou-se no ano de 1963 com Francisca Felinto
Gonçalves, residindo em Ipaumirim; Do enlace matrimonial nasceram Márcia Maria
Gonçalves Felinto, Mércia Maria Gonçalves Felinto, Marciana Gonçalves Felinto,
Alexandre José Gonçalves Trineto e Jarismar Gonçalves Melo II, todos com
formação educacional a nível superior.
Atuou profissionalmente em Ipaumirim, no período de
1963 a 1970, exercendo a função advocatícia e a de Professor do Colégio XI de
Agosto, sendo inclusive um dos seus diretores; nesse período no ano de 1966
assumiu por um ano a promotoria de justiça da cidade do Cedro Ceará.
Em 1970, aprovado em concurso Público para Juiz de
Direito do Estado da Paraíba assumiu a Comarca de Teixeira em 12 de Setembro
daquele ano, ali criou uma escola para presidiários com professores cedidos
pela prefeitura.
No final de 1971 foi removido a pedido para a
comarca de São José de Piranhas, onde foi nomeado pelo governo do Estado,
também professor do colégio Estadual São José, em virtude da proximidade da
nova comarca com a cidade de Ipaumirim, voltou a ministrar aulas no colégio XI
de Agosto final de semana, reassumindo a pedido dos alunos e professores a
direção do mesmo colégio.
Porém, ao assumir os serviços forenses da Comarca
de Bonito de Santa Fé, passando a responder cumulativamente pelas duas comarcas
e ainda as aulas do Colégio Estadual S. José, foi forçado pelas circunstâncias
a deixar em definitivo a direção do Colégio XI de Agosto.
Após quatro anos judicando nas duas comarcas e
lecionando no colégio estadual São José foi promovido no ano de 1975, por
merecimento, para a comarca de Guarabira, que por ser perto de João Pessoa foi
convocado, sem prejuízo das atividades de sua comarca pelo Tribunal de Justiça
para igualmente responder pela 8ª vara criminal da capital.
No ano de 1977, atendendo pedido de um colega que
estava enfrentando problemas na sua comarca e para ficar mais próximo de
Ipaumirim onde já possuía uma fazenda, permutou a comarca de Guarabira pela de
Catolé do Rocha onde judicou por apenas um ano. Com pretensões em lecionar na
Faculdade de Direito de Sousa pediu remoção para aquela comarca.
Assumiu a comarca de Sousa em janeiro de 1978, com
exercício na 2ª vara assumindo igualmente o cargo de Diretor do fórum e a 63ª
zona eleitoral. Convidado, passou a lecionar na referida faculdade de Direito a
disciplina de Direito Penal na condição de T 20 (20h/a) semanais, no expediente
noturno. Um ano depois a Faculdade foi encampada pela Universidade federal da
Paraíba, com todo seu acervo, inclusive professores e funcionários; sendo os
professores titulados e estabilizados por decreto da Presidência da República.
Em 1988 foi promovido para o fórum da capital do
Estado, assumindo a 1ª Vara civil da comarca de João Pessoa, porém já com tempo
para se aposentar, contrariando aconselhamento de colegas e até de
Desembargadores, pediu sua aposentadoria da magistratura a qual lhe foi
concedida com todos os Direitos e vantagens da magistratura. Passando então, a
assumir o seu magistério na Universidade, em Sousa, com tempo integral.
No mesmo ano, animado e incentivado pelo corpo
docente e discente da instituição aceitou candidatar-se a diretor da faculdade,
sendo submetido a diversas sabatinas e debates em uma campanha de 60 dias o que
resultou no apoio do seu concorrente, e sendo eleito por unanimidade da
comunidade academia, assumindo no dia 07 de março de 1989 a direção da
Faculdade, em solenidade presidida por seu amigo e reitor Antônio de Sousa
Sobrinho para um mandato de quatro anos.
Seu
primeiro ato administrativo fez gestão junto a reitoria em João Pessoa, Campus
I da Universidade, conseguindo a criação em Sousa do Campus VI da universidade,
ensejando oportunamente a criação de outros cursos de nível superior. Bem-sucedido
no seu pleito, já como Diretor do Campus VI da Universidade Federal da Paraíba
criou e instalou os departamentos de Direito Público, Direito Privado e Prática
Forense devidamente mobiliados e em funcionamento e a construção do prédio onde
ainda hoje funciona a prática Forense, bem assim, providenciando junto a
Reitoria, residências para estudantes que residiam fora do município de Sousa,
fazendo ainda funcionar o restaurante universitário.
Apesar de ser legalmente dispensado de sala de
aula, jamais deixou de ministrar suas aulas de Direito Penal, além de diretor,
exercia também a função de membro nato do conselho Universitário com reuniões
semanais na reitoria em João Pessoa.
Em 1993, em face de nova eleição para o referido
cargo, transferiu o cajado para a nova diretora Maria de Lourdes Rodrigues,
voltando a lecionar nos três turnos. Sendo ao mesmo tempo eleito pelos
professores e alunos para representar o Campus VI no Conselho Superior de
Extensão e Pesquisa da Universidade, com reuniões em João Pessoa, por um
período de dois anos.
No final da administração da professora Maria de
Lourdes Rodrigues, com todas as condições favoráveis de retornar à direção do
Campus VI, porem já com tempo suficiente para aposentadoria e com idade se
aproximando do limite legal, ou seja, da chamada aposentadoria compulsória,
resolveu com muita saudade despedir-se do magistério, profissão que mais lhe
fascinou.
Recebeu varias homenagens da comunidade
universitária e do povo Sousense, que muito o sensibilizou, dentre elas
“Homenagem de Honra”, nos seguintes dizeres: “Os formandos do curso de Direito
da UFPB, campus VI, prestam esta homenagem de gratidão ao mestre Jarismar Gonçalves
Melo que com seu irrefutável caráter e conhecimento nos ensinou e incentivou a
buscar a justiça no melhor Direito. Nossa eterna gratidão pelos relevantes
serviços prestados ao campus. Assinando: A coordenação do curso, professores,
alunos e funcionários”.
Igualmente
recebendo do povo Sousense a homenagem de “Titulo de Cidadão Sousense” através
da lei 1.013/81 por iniciativa da Câmara Municipal, sancionada pelo prefeito
Municipal de Sousa Sinval Gonçalves Ribeiro, comunicação abaixo transcrita:
“Estou comunicando a Vª. EXª. Que o projeto de lei originário do legislativo
Sousense, aprovado por unanimidade de votos, que lhe concede o título de
cidadão Sousense, foi transformado em lei municipal 1.031/81. Comunicamos
ainda, da enorme satisfação de todos os filhos da cidade sorriso em receber tão
renomada personalidade para nossa comunidade e para a galeria de filhos
ilustres da nossa terra”.
Na qualidade de maçon, em 2011 recebeu dos seus
irmãos da loja maçônica Calixto Nóbrega a comenda “Doca Pereira” em uma placa
de bronze em miniatura com os seguintes dizeres: “A loja Maçônica Calixto
Nóbrega, oriente de Sousa – Paraíba torna público o exemplo demonstrado pelo homenageado
Jarismar Gonçalves Melo pela sua extrema dedicação em suas ações fraternas e
beneméritas, contribuindo de modo relevante e destacado para beneficio da
humanidade e da maçonaria, dentro dos mais elevados e sublimes valores cívicos,
éticos e morais fazendo o bem pelo amor do próprio bem”.
Ao se aposentar restaurou sua inscrição de advogado
na OAB, seção do Ceará, retornando ao fórum da comarca de Ipaumirim, passando a
prestar gratuitamente assistência jurídica aos mais necessitados e cuidando ao
mesmo tempo ate hoje dos seus afazeres de agropecuarista na fazenda barra
município de Ipaumirim, sua terra natal.
Ainda com intuito de trabalhar em prol do
crescimento de seu município, incursionou na política, candidatando-se a
prefeito de Ipaumirim em 1991, não logrando êxito, perdendo por apenas 72
votos, numa questionada apuração de votos, Por muitos anos ocupou a presidência
do Diretório Municipal do PMDB de Ipaumirim; Também foi chefe de gabinete na
administração do seu pai Prefeito Alexandre Gonçalves, nos anos de 1959 a 1962;
Foi assessor Jurídico da Câmara Municipal de Ipaumirim nos biênios
administrativo da presidência dos vereadores Higino Diniz e Alberto Alexandre
Viana de Moura e em 1990, igualmente chefe de gabinete na administração do
Prefeito José Miraneudo Linhares.
Recebeu da Câmara Municipal de Ipaumirim “Moção de
Aplausos” nos termos seguintes: a câmara municipal de Ipaumirim aprovou na
sessão ordinária de 30 de Junho de 2011, o requerimento nº 012/2011, pelo qual
ficou registrado em ata dos trabalhos legislativos, uma moção de aplausos ao
excelentíssimo senhor magistrado Doutor Jarismar Gonçalves Melo, ex-assessor
jurídico da câmara municipal, figura de maior representatividade deste
município. Em nome dos Edis desta Câmara legislativa (legislatura 2009-2012),
receba carinhosamente o reconhecimento do povo de Ipaumirim, por nós
representado, pelo exemplo de dignidade honradez e espírito público demonstrado
através de suas escolhas profissionais e acadêmicas, enriquecendo, assim a
história deste município.
Autoras do requerimento: Joselba Maria Alencar
Diniz, Mércia Maria Gonçalves Felinto Barros e Maria Flaucineide Vieira Chagas,
Wilson Alves de Freitas presidente da Câmara Municipal.
Foi homenageado na administração do prefeito José
Miraneudo Linhares com a denominação de uma escola de ensino fundamental de “Dr.
Jarismar Gonçalves Melo, funcionando hoje onde antes funcionava o antigo
Colégio XI de Agosto pelo mesmo fundado.
Em dezembro de 2011 foi homenageado pelo prefeito
municipal, pelos alunos e professores da referida escola, em sessão solene,
inclusive com aposição do seu retrato na galeria de honra da escola.
Foi assim...
MÉRCIA GONÇALVES
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 03.06.2012
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