Por Cairo Arruda
(membro da ACI)
Há
exatamente 39 anos, morria em Fortaleza, aos 62 anos, vitima de
distúrbios cardiovasculares, o Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda,
conhecido na Região do sertão do alto salgado, como Dr. Arruda. Morreu
pobre, como se esperava, dado o seu espírito generoso, desprendido e de
servir sem olhar a quem.
Como
líder estudantil que foi, nas décadas de 30, 40 e 50, presidente do
Centro Estudantal Cearense por duas vezes, um dos fundadores da Casa do
Estudante Pobre do Ceará (vendeu apólices da Seguradora Sul América,
para empregar na 1ª etapa da construção daquele estabelecimento), apoiou
corajosa e destemidamente todos os movimentos em prol da classe
estudantil cearense, inclusive, o direito ao abatimento de 50% em
passagens de ônibus, casas de diversão, estádios de futebol, etc, e as
célebres greves da categoria, tendo sido criada em sua gestão à frente
do CEC, a polícia estudantil, para que o estudante, em caso de
irregularidade pública, não fosse detido pela polícia militar. Era um
representante da classe, respeitado até pelos poderes públicos daqueles
tempos, inclusive, governadores e chefes de polícia.
Pode-se dizer sem medo de errar, que ele, pelo apoio e realizações em favor dos estudantes, ficou conhecido nacionalmente.
Deu
a sua vida por Ipaumirim – terra que considerava seu berço, de coração
e, apesar dos pesares...nunca a deixou de amar fiel e sinceramente.
Os
seus feitos a bem dela, não é necessário citar, pois já é do
conhecimento de quantos não têm interesse em omiti-los por qualquer
motivo, e por saberem que são muitos e importantes, e ainda, por terem
contribuído eficazmente para o que Ipaumirim é hoje, em matéria de
educação , saúde, comércio, religiosidade, etc.
Lamentavelmente,
muitos daqueles que o conheceram de perto e sabiam do seu ideal e
verdadeiros propósitos em relação ao futuro desse Município,
encontram-se noutra dimensão. Porém, a verdadeira história é infalível
e, por mais que se queira omitir ou deturpar os fatos, eles vêm à tona,
mais cedo ou mais tarde, e a posteridade, as futuras gerações, que
dificilmente têm interesses contrariados, vão fazer justiça a quem
realmente a merece.
Basta que se cite o por demais conhecido exemplo do mineiro Joaquim José da Silva Xavier, o saudoso e herói Tiradentes...
Como
sobrinho, e um dos beneficiados por ele, quando estudante carente em
Fortaleza, sou-lhe grato pelo que recebi de ajuda, e honra-me dele poder
falar, sem antes reconhecer, que defeitos ele tinha, mas, suas
qualidades e virtudes, como cidadão comum e como homem público,
superava-os e encorajavam-no, principalmente, quando estavam em jogo os
interesses maiores da comunidade ipaumirinense.
Que ele descanse em paz, onde quer que se encontre!
E-mail: cairomiri@yahoo.com.br
MLUIZA |
Sei
que tenho nos meu PC uma foto de Dr. Arruda ainda jovem. Desde ontem,
procuro na desarrumação dos meus arquivos e não consigo localizar.
Ipaumirim muito deve ao Dr. Arruda principalmente no quesito educação.
Além do trabalho em prol da cidade, Arruda ajudou definitivamente para a
graduação de muita gente de Ip que de lá saiu para estudar em Fortaleza
nos anos 60 do século passado. É provável que poucos dos que
desfrutaram do seu esforço lembrem do que passou. Como diz Hartley, "o
passado é um país estrangeiro". Muita gente esquece que passou por lá ou
vive como se nunca tivesse passado por ele.
A gratidão é um sentimento nobre e, com certeza, Arruda bem o merece quando se fala de Ipaumirim.
MLUIZA
PUBLICADO NO ALAGOINHA EM 23.10.2011
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