AVENTURA NATALINA

MLUIZA
Uma vez li em algum lugar que o adultério é a única aventura da classe média. Ma, hoje, não é só o adultério. Muito pelo contrário. Considerando os novos tempos, o adultério é apenas um refresco. A grande aventura da classe média, na atualidade, é ir ao shopping perto do natal.  Jurei numa cruz que nenhum shopping me veria no mês de dezembro. Jurei e não cumpri. Hoje, cometi  essa loucura.
O hospício estava completo. Só faltou o repertório de música natalina da cantora Simone. Mais chata que músicas natalinas só conheço aquela que o Itaucard deixa você ouvindo quando liga para lá.
Estacionar é primeiro choque. Tive que ir de carro atrás de um rapaz que caminhava com a chave na mão só para ver se ele ia liberar uma vaga. A fila atrás de mim apitava e apitava. O rapaz andava tão devagar que tive vontade de descer e oferecer carona. Enfim não agüentei a pressão. Deixei o tartaruga e fui em frente. Juro que andei pelo menos uns 500 metros entre o lugar onde estacionei e a entrada do shopping.  Nem posso me queixar porque consegui uma vaga na sombra.
Tudo bem. Consegui entrar. Vamos encarar o apocalipse. Logo de cara já vi o papai Noel da TIM quase desmaiado em cima de um sofá.  Tinha tanta criança que eu pensei que era festa de Cosme e Damião. Depois me toquei. Além do natal, a petizada está de férias e as mamis que já gastaram a carga toda em casa resolvem compartilhar a prole com os incautos.  Criança correndo, gritando, chorando, esperneando, um horror. Definitivamente elas estavam possuídas. Nem pensar em entrar em loja que vende brinquedos. Nem pensar em praça da alimentação, lá estava cheio de grupos fazendo discurso de confraternização e amigo secreto.  Ala dos cinemas nem pensar. A tribo adolescente está em peso naquela área. Lembrei de uma cafeteria tranquila e resolvi tomar um café para pensar onde vou comprar alguma coisa.  De repente, chega uma mami com seu petiz faminto. Pense num gordinho ansioso! Acho que tinha compulsão alimentar.
Já que eu não consigo remar no meio daquele maremoto, decidi entrar na loja que tivesse a menor fila.  Acabei comprando quatro coisas absolutamente iguais e fui embora. Enfim sobrevivi.
MLUIZA
NATAL NÃO SEI DE QUE ANO. ACHEI NOS MEUS GUARDADOS. ACHO QUE PUBLIQUEI NO ALAGOINHA.

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