FORA DOS TRILHOS

MLUIZA
Não dá pra ser igual todos os dias. Hoje, me dei folga da coluna Nossa terra, nossa gente e voei para a poesia popular. Sei que Ipaumirim tem muita gente talentosa em várias áreas mas preciso de fontes que me informem. Nem tudo está na internet e nem todos os dias meu espírito fuçador está com vontade e tempo de passar horas e horas garimpando um poeta aqui, um escritor ali, um artista plástico acolá. Já abri o blog para quem tiver suas produções ou souber de alguém que queira publicar, é só mandar que publicaremos com o maior gosto. Ainda mais hoje que o calor está insuportável, daqueles que dá uma indolência que parece que a gente vai levitar. Junta isso com as cinzas de um carnaval bem brincado e vê se dá vontade de ir atrás de alguma coisa além do que está mais perto. Enquanto isso, vamos visitando outras inspirações. Selecionei quatro poetas populares da Paraiba mas existem outros, muitos outros. Entre os versos que já vi, o que particularmente me encanta é esse de Pinto do Monteiro quando fala de saudade. Até já publiquei uma vez por aqui. Conheci Pinto do Monteiro quando morei em Sumé, acho que lá pras bandas do distrito de Amparo ou em algum outro lugar que não lembro, numa calçada alta de uma casa de sítio no Cariri paraibano onde trabalhei. Foi a única vez que o vi. Aquela região perto de São José do Egito é um reduto de poetas populares. Depois que saí de Sumé, em 1979, nunca mais voltei por lá. Conhecia muita coisa por alí. Monteiro, Congo, Camalaú, Taperoá, São João da Boa Vista, Prata, Ouro Velho, Sertânia, Santa Luzia dos Grudes, distrito de Serra Branca e outros povoados, vilarejos e sítios. Até que gostei de lá mas nunca tive saudade nem vontade de rever.
"Esta palavra saudade
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade, é lembrança
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança"
(Pinto do Monteiro)
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 07.12.2008

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