GRUPO ESCOLAR DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES


MLUIZA
A despeito dos problemas que não contribuíram para a sua implantação plena, a Lei Nº 1953 de 02/08/1922 significou uma renovação no ensino do Ceará. O Regulamento da Instrução Pública que procedeu ao detalhamento da lei estabeleceu marcos importantes para a educação no Ceará definindo questões relativas a compreensão do ensino público e privado, a organização da direção e fiscalização do ensino, a organização das escolas de ensino primário, entre outras questões e atribuições.
A reforma de 1922, através do seu artigo 116, estabelece como deveres dos alunos das escolas isoladas, reunidas ou grupos escolares. Esta reforma recebe influência da experiência paulista na organização do ensino primário e se reflete na regulamentação das escolas reunidas e dos grupos escolares. As antigas salas de ler e escrever que existiam desde o Império são substituídas por uma nova organização das escolas primárias tendo como base as classes sequenciais.  
Conforme o Regulamento da Instrução Pública proposto pela reforma de Lourenço Filho, fica clara a orientação para a abertura de grupos e de escolas reunidas.
As escolas reunidas são definidas como escolas com poucas classes, menor número de alunos por classe e distribuição segundo o grau de adiantamento. Elas estariam situadas nas vilas ou cidades onde o nº de escolas for de 2 a 6 podendo funcionar simultaneamente em dois períodos, no mesmo prédio, e a direção seria de responsabilidade de um professor que também rege a classe. 
Os grupos escolares localizam-se em vilas ou cidades nas quais a população escolar permita o funcionamento de oito classe, ou mais, sob a direção especial de um professor.
CAPÍTULO II
DAS ESCOLAS REUNIDAS
Art. 67 – Nas villas ou cidades onde o número das escolas for de 2 a 6, poderão estas funcionar, simultaneamente, ou em dois períodos, no mesmo prédio, sob a denominação de Escolas Reunidas, entregando-se a direção a um professor que também reja classe. (...)

CAPÍTULO III
DOS GRUPOS ESCOLARES
Art. 70 – Nas cidades e villas em que a população escolar permitir o funcionamento de oito classes, ou mais, formarão ellas um grupo escolar, sob a direcção especial de um professor.
Paragrapho Único – O Governo preferirá criar os grupos ou escolas reunidas nas localidades em que já dispuzer de prédio, ou a Municipalidade o der, para o seu funccionamento, incumbindo-se esta de fazer a limpeza e a conservação do edifício, num ou noutro caso. (REGULAMENTO DA INSTRUCÇÃO PÚBLICA, 1923. p. 25)

Neste contexto onde convivem as escolas isoladas as escolas reunidas e o grupo escolar, este representa um diferencial em relação aos demais. A edificação oferece mais condição de conforto e higiene, o número de alunos por classe é menor, as crianças são distribuídas por idade e grau de adiantamento em diferentes salas e cada sala tem seu próprio professor.  Os métodos pedagógicos, os conteúdos e a organização da escola são superiores principalmente em relação as escolas isoladas. Se nos demais modelos a preocupação era instruir ensinando a ler, escrever e contar, o foco dos grupos escolares era educar, promover comportamentos, condutas e hábitos civilizatórios. A Reforma de 1922 marca o início da formação dos grupos escolares no Ceará.
Os grupos escolares criados em 16 de dezembro 1922 foram: Aracati, Baturité, Barbalha, Crato e Icó.
No seguinte, em 1923, foram criados: Quixadá (12 janeiro de 1923), Lavras (15 janeiro de 1923), Parangaba (31 julho de 1923), Redenção (31 julho de 1923), Crateús (31 julho de 1923).
Em Fortaleza, foram reorganizados e criados grupos: Benfica, Rio Branco, Fernandes Vieira, Norte da Cidade e Outeiro.
As escolas reunidas foram instaladas nos seguintes municípios: Acaraú, Aquiraz, Campo Grande, Camocim, Cedro, Granja, Ipueiras, Ipu, Maria Pereira, Messejana, Viçosa1.Pacatuba, Quixeramobim, Santana, Soure, Senador Pompeu, Tianguá, Tamboril e Viçosa.
Segundo Moreira de Sousa (1955), no final de 1923, o Ceará possuía: 17 grupos escolares; 20 escolas reunidas; 102 escolas urbanas; e 296 escolas rurais – todas devidamente aparelhadas, organizadas, com diretoria própria. (p. 53).” (ALMEIDA, 2009, p. 48)
Conforme as informações que temos identificado até o momento, não encontramos em Alagoinha/Ipaumirim registros de escolas que se enquadrem na categoria de escolas reunidas. É possível que o antigo Colégio XI de Agosto e o Educandário Municipal de Ipaumirim, duas instituições de ensino que existiram quando ainda éramos distrito de Baixio, possam aproximar-se do modelo das escolas reunidas mas a indisponibilidade de registros documentais e as lembranças das fontes orais não nos permitem, até o momento, enquadrá-las em qualquer modelo preciso.
O que temos de concreto são as escolas isoladas, a maioria privadas, pulverizadas na sede do distrito de Alagoinha/Ipaumirim, no Distrito de Felizardo e em alguns sítios na área rural. Neste universo, as mais estruturadas eram as escolas públicas:  Escola Isolada de Felizardo e a Escola Isolada de Ipaumirim.
Para falar sobre o Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires  optamos por publicar um depoimento da sua primeira diretora, Zenira Gonçalves Gomes,  em texto de lavra própria. 
ZENIRA GONÇALVES GOMES
 Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
“A Escola Isolada de Ipaumirim transformou-se, em julho de 1954 no Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires em julho de 1954, ocasião em que fui nomeada diretora da instituição. Dom Francisco de Assis Pires era bispo da Diocese do Crato a qual estava vinculada a paróquia onde se inseria Ipaumirim além de ser padrinho de crisma de Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda a quem dedicava muito carinho e amizade. 
DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
Lembro-me que fui convocada pelo Dr. Arruda, de saudosa memória, e na presença do Coronel Luiz Leite da Nóbrega, José Saraiva de Araújo e José Henrique Silva, ele me entregou a nomeação. Fiquei surpresa, emocionada e disse-lhe:
- Dr. Arruda, eu não sou digna deste cargo, não sei mandar, prefiro ser soldado raso.
Ele riu e disse:
- O direito é seu e você vai dar conta muito bem. 

Dr. FRANCISCO VASCONCELOS DE ARRUDA
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
Saí dali nervosa e preocupada. Entrei na igreja e entreguei nas mãos de Deus e de Nossa Senhora o meu novo cargo. Acompanhada também da minha nomeação de diretora, recebi também a nomeação das professoras que iriam integrar o primeiro quadro docente do grupo escolar: Ofélia de Sousa, Gizeldina Macedo, Socorro Pontes, Raimunda (Mundinha) Serafim e Terezinha Paiva. 

O grupo foi instalado no prédio onde havia funcionado originalmente o Colégio XI de Agosto, na saída para a cidade de Baixio.  Era um prédio pequeno, sem conforto. Tudo foi difícil, carteiras poucas e já usadas, mesas e lousas velhas, um relógio antigo, faltava até giz. As salas eram pequenas e o prédio, em si, não era adequado a uma escola, mas era bem melhor que o período anterior no tempo da esc0ola isolada. Tinha algumas salas independentes onde funcionavam as classes mais adiantadas. Num salão único funcionavam as primeiras séries e o limite entre as salas era estabelecido pela disposição das carteiras duplas que utilizávamos. Era mais uma convenção que uma divisória.  
 
Imagem ilustrativa capturada na internet

Eu e as professoras fazíamos tudo. Não havia servente, vigia,  nem secretária, Tudo era feito por nós. Depois,  arrumei uma mocinha para fazer a limpeza básica e os alunos nos ajudavam a manter a escola em condições de funcionamento. Foi muita luta.  

Grupo Escolar Dom Francisco de Assis Pires 
no antigo prédio do Colégio XI de Agosto
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
A matrícula dos alunos foi grande. Como o número de professoras era pequeno, fiquei ensinando a turma do 3ºano até que surgissem mais professores. No ano seguinte, foi transferida da vizinha cidade de Baixio, a professora Graziela Militão Albuquerque que passou a assumir a minha turma. A partir de então, exerci exclusivamente a função de diretora. 
PRIMEIRAS PROFESSORAS  DO GRUPO ESCOLAR DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES 
 
OFÉLIA DE SOUSA
 Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
GIZELDINA MACEDO
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes


SOCORRO PONTES
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

MUNDINHA SERAFIM
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

GRAZIELA MILITÃO
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes 

TEREZINHA PAIVA NÓBREGA
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

Posteriormente, este grupo foi-se ampliando à medida que a escola crescia e outras jovens foram incorporando-se ao corpo docente. Parte delas, tinham concluído o Curso Pedagógico em escolas religiosas da região e outras, mesmo não concluindo o curso pedagógico, também foram contratadas. 


 Da direita para esquerda. De pé: Marileide Albuquerque, Socorro Pontes, Ofélia Sousa, Socorro Nóbrega, Olga Sousa Arruda, Blandina Henrique, Miriam Barbosa Lima. 
Eentadas: Mundinha Serafim, Maria Sousa, Dolores Pires, Zenira Gonçalves Gomes (Diretora), Terezinha Paiva Nóbrega e Graziela Militão.
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
Adaptamos um pequeno espaço para funcionar como copa onde ficavam os potes e alguns utensílios para uso diário. Tempos depois, essa pequena copa passou a servir merenda para os alunos com doações da campanha da Aliança para o Progresso que distribuía alimentos para as escolas.

(NOTA 1: Dentro da campanha Aliança para o Progresso, havia um programa chamado “Alimentos para a paz”. “Estes alimentos podiam ser utilizados nas áreas de saúde, educação e obras públicas. No caso das escolas, esses alimentos eram utilizados para reforçar a merenda e suplementar os baixos salários de professoras de escolas primárias, especialmente rurais, com equivalente em alimentos três meses de salário” (BARROS, 2017, P. 87) 
NOTA 2:  Na década de 60, a Cáritas foi responsável pelo recebimento e distribuição do programa mundial “Alimentos para a paz”.  O leite em pó vinha em latas de 5 kg, vinha também óleo de soja e triguilho. O leite deste programa que chegava a Ipaumirim através da Igreja Católica e era popularmente conhecido como “leite do padre”. O triguilho era um tipo de suplemento alimentar que era misturado com o leite no preparo da merenda escolar.  No pacote de ajuda da Aliança para o Progresso vinham também fardos de roupas usadas mas estes eram distribuídos com a população em geral e não tinham relação com os alimentos que vinham para a escola. Lembro que o ponto de distribuição dessas roupas era na casa de minha vó, Maria Nóbrega. Não lembro se havia outros pontos de distribuição mas tanto a comida quanto as roupas vinham através da Igreja Católica. MLUIZA)

Na enorme área livre da escola haviam alguns pés de juazeiro e um cacimbão. Era preciso sempre mandar cortar o capim.
Maria Luiza Nóbrega de Morais (farda) e 
Socorro Nóbrega (professora) junto ao cacimbão do grupo.
Arquivo:  Maria Luiza Nóbrega de Morais
Na frente da escola, os pés de viúva alegre distribuíam-se internamente ao longo do muro com suas alegres florzinhas de cor lilás. De manhã, estudavam as meninas. De tarde, os meninos. Antes de entrar na aula, formava-se uma fila e cantava-se o hino da escola de autoria de  Alberto Moura e foi cantado a primeira vez no dia 29.11.1955 na solenidade de formatura da primeira turma de quintanistas.  


 HINO DO GRUPO ESCOLAR DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

 A primeira turma de quintanistas concluiu em 1955. Composta de doze alunos teve como paraninfo Dr. Francisco Vasconcelos de Arruda e como patrono Monsenhor Manuel s Carlos de Morais, vigário local.
1ª turma de quintanistas. 1955. 
Fila superior, da esquerda para direita: Marileide  Albuquerque,  
Socorro Henrique, Sebastião Baraúna, Avani Oliveira, Odete Freitas, Socorro Batista.
 Fila inferior: Josevaldo (Vavá) Felinto, Socorro Olímpio, Alzeni Oliveira, Socorro Estolano, 
Maria Nery e Francisco Ribeiro (Quinco de Manuel Gomes). Ao centro, Dr. Arruda, Zenira Gonçalves Gomes  e Gizeldina Macedo. 
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

Recortes de jornais da época. 1955
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
Em 1957, o jardim de Infância Menino Deus que pertencia ao grupo mas funcionava num armazém defronte à escola graduou sua primeira turma. A professora era Terezinha Paiva.
CONVITE FORMATURA 5º ANO E JARDIM DE INFÂNCIA 
1957

ARQUIVO MARIA LUIZA NÓBREGA DE MORAIS

MARIA LUIZA NÓBREGA DE MORAIS
ORADORA DA TURMA DO JARDIM DE INFÂNCIA
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

Também celebrávamos festas religiosas. As nossas comemorações do mês de maio dinamizavam a vida na comunidade. Durante todo o mês rezava-se a novena, um dia em cada classe. Havia uma saudável comnpetição pelo altar mais bonito. Os altares eram decorados com coelhinho, carneirinhos, corações etc.. e nele colocávamos o nome de cada aluno que recebi sua lembrancinha no final do mês. No final do mês, fazíamos uma linda cerimônia de coroação de Nossa Senhora.
CCOROAÇÃO DE NOSSA SENHORA. 
Grupo Escolar D. Francisco de Assis Pires. 
MAIO, 1956
 Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
Esta escola praticamente monopolizou o ensino primário na sede do município recebendo ainda alunos que moravam nos sítios mais próximos e que vinham diariamente assistir aula. Por ela, passaram várias gerações que posteriormente seguiram para o ensino médio no Colégio XI de Agosto ou migraram para estudar em outras cidades para complementar os estudos.
Abrigamos em nossas salas de aula o primeiro contingente expressivo dos filhos de Ipaumirim que chegaram à universidade. Anteriormente, poucos filhos da terra conseguiram se graduar em nível superior mas num contexto bastante privilegiado. A maioria que ingressou na universidade, por volta dos anos 70 assim como aqueles que exerceram profissões e atividades que demandavam um grau de escolaridade mais alto mesmo não concluindo o curso universitário fez o curso primário neste educandário. Este registro é muito importante porque mostra a importância da escola para ascensão social de uma parcela significativa da população local.
Os desfiles de sete de setembro marcaram época. Alegorias, banda de música, pelotões perfilados desfilavam pelas ruas da cidade. Com a inauguração do Colégio XI de Agosto (CNEC) a disputa se acirrou e os desfiles ficaram cada vez mais bonitos. Muita pompa e muito luxo. Os pais faziam questão de fazer belos trajes para os seus filhos desfilarem. 
Tinhamos por costume comemorar como dia do estudante, dia do município, dia do professor, etc. Os nossos alunos apresentavam-se também em praças públicas recitando poesias, cantando músicas e enchendo a cidade de festa e alegria. 

UMA DAS ALAS DO DESFILE DO GRUPO 
EM 07.09.1965 
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

 07 de setembro de 1965
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes 
 Evento não identificado
1963
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

Dia do estudante - 1968
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes 
  
A fase mais complicada veio no período de reconstrução do prédio que ocupávamos para sediar o Colégio XI de Agosto vinculado à Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC). Nesse período, nossas salas de aula foram transferidas para residências. Salas, quartos e outros cômodos e ainda prédios comerciais que estavam desocupados foram disponibilizados pelas pessoas de boa vontade. O conjunto da escola ficou repartido e distribuído por várias partes da cidade. A desagregação aumentou muito o trabalho. Foi mais um período de muita dificuldade que atravessamos. Enquanto isso,  estava sendo construída, em um terreno adquirido so Sr. Luis Ferreira,  a nova sede do grupo na Rua Castelo Branco Nº 110 com o esforço e empenho de Dr. Almir dos Santos Pinto, na época, Secretário da Educação do Ceará e de Oswaldo Ademar Barbosa, prefeito da cidade. O governador da época era Dr. Parsifal Barroso. O grupo começou a funcionar no prédio novo no dia 15.04.1963.
 NOVAS INSTALAÇÕES DO GRUPO ESCOLAR DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES
 Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes


ALMIR SANTOS PINTO
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO CEARÁ
 Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
OSWALDO ADEMAR BARBOSA
PREFEITO DE IPAUMIRIM
FONTE DA IMAGEM: alagoinha.ipaumirim.blogspot.com

As autoridades que passavam pela cidade faziam questão de visitar o grupo. Políticos, bispo, padres, prefeitos nos faziam visitas. 
Além dos professores, a nossa equipe de apoio era composta por Letícia Ferreira, Ilca Henrique, Zeneide Xavier e Vicente Catarina.
Tudo valeu a pena. 
Depois, este grupo foi transformado na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dom Francisco de Assis Pires em 17.10.1975.

INVENTÁRIO DO MATERIAL EXISTENTE NO GRUPO ESCOLAR DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES NA SUA NOVA SEDE - RUA PRESIDENTE CASTELO BRANCO 110 – IPAUMIRIM – CE
Nota: o patrimônio está composto pelo material registrado como ‘particular’, ou seja, vindo das instalações anteriores do antigo grupo e os novos enviados  pelo Estado para as novas instalações. Vamos identificar apenas aqueles recebidos do Estado. 
INVENTÁRIO:
93 carteiras grandes sendo 78 recebidas do Estado em 01.06.1964,  28 carteiras pequenas ( recebidas do Estado), 01conjunto de cadeiras e um centro, 08 mesas grandes (01 recebida do Estado), 06 mesas pequenas, 4 estantes (02 de vidro e 02 de madeira sendo 02 recebidas do Estado), 03 birôs (01 do Estado), 12 cadeiras de madeira (03 do Estado), 01 relógio de parede (recebido do Estado), 01 filtro para o jardim de infância  (recebido do Estado), 02 cestos de madeira (Estado), 08 cestos plásticos 01 porta-chapéus servido de espelho e pente (particular), 01 álbum de retratos (particular), 01 jarro de louça, 11 jarros plásticos, 01 porta durex, 01 depósito de carimbos, 01 depósito de goma arábica, 01 farmácia (medicamentos), 01 lavatório, 01 bacia (saboneteira e sabonete), 01 balde para água servida, 01 Coração de Jesus (Jarro, flores), 01 Nossa Senhora grande (pé de madeira e dois jarros), 01 Nossa Senhora pequena (pé de madeira), 20 quadros de formatura, 01 capacho verde, 01 sineta (presente de Dr. Arruda), 01 perfurador, 01 grampeador, 01 tesoura, 03 almofadas de carimbo (Estado), 02 carimbos com o nome do grupo e da diretora, 06 mesas (Curso infantil), 01 martelo, 03 toalhas de mão (01 nova, 02 velhas), 01 cinzeiro, 05 dicionários (Estado), 01 atlas, Conjunto de mapas (Mundi, América do Sul, Brasil e Ceará), 05 livros (atas, visitas, ponto e termo de abertura com o nome das professoras), Apagadores, Tinteiros, Giz escola, 04 bandeiras do Brasil (Estado), 01 bandeira do Ceará, 01 bandeira de Brasília, 03 tambores e 01 corneta  (presentes de Oswaldo Ademar Barbosa, em 1970), Flores plásticas, Toalhas plásticas, 01 plástico para o altar, 01 régua grande, 01 crucifixo para entrada (presente de Gizeldina Macedo), 06 crucifixos para salas de aula (presentes de ex-alunas), 02 estantes  (Biblioteca), 03 retratos de Dr. Arruda, 02 retratos de Monsenhor Carlos de Morais, 01 retrato do Coronel Luiz Leite da Nóbrega, 01 retrato de Ademar Barbosa, 01 retrato de José Alves de Oliveira, 01 retrato de Dr. Almir dos Santos Pinto, 01 retrato de Zenira Gonçalves Gomes, 01 retrato de Francisco Nery ( com jarro), 01 retrato de Luiz Carlos Lustosa (com jarro), 01 retrato de D. Francisco de Assis Pires, 02 taças de louça (futebol), 01 trena (presente de Olga Sousa Arruda), 14 pincéis atômicos, Copinhos e pratos de papelão (festa), 01 dominó, 01 pega varetas, 01 placa (Diretoria), 01 placa com o nº da escola., 01 jarro grande e 01 pé de ferro (presente de Ivone Brasileiro), 04 cabides de madeira, 01 porta bandeira, 03 lousas avulsas (Estado), Rodo, vassoura e pá, 01 retrato de Neli Firme, 02 jarrinhos de plástico com flores, 03 toalhas pintadas de Nossa Senhora (uma delas foi presente de Socorro Lemos), 01 calendário plástico, 02 paus de bandeira, 02 panos de cetim (azul e branco) para o altar de Nossa Senhora, 01 pedaço de tule (presente de Terezinha Paiva), 01 mastro, 01 coroa de ouro de Nossa Senhora, 01 lapiseira plástica, 02 toalhas plásticas (birô e estante), 13 espanadores, 01 globo (1972), 01 flor de plástico (Diretoria), 04 camisas de jogo, 03 camisas de meia para o sete de setembro, 01 Menino Jesus com caminha, 01 soquete com tomada, 01 tomada em T para a geladeira, 2m1/2 de opaca branca para o altar, O1 beca (Jardim da Infância), 04 faixas de tipos variados, 15 faixas verde e amarela, 01 faquinha (tomada de um aluno), 20 carimbos do jardim da infância, 01 Estatuto dos funcionários (presente de Amaro Farias), Bandeirinhas do Brasil, 30 emblemas (Eu te amo, meu Brasil),
MATERIAL EXISTENTE NA CANTINA
01 estante de vidro, 01 chaleira de alumínio (Estado), 01 cafeteira, 01 conjunto de latas (Estado), 01 caldeirão grande de alumínio, 01 espremedor de alumínio, 02 conchas de alumínio, 01 bacia pequena de alumínio, 01 frigideira pequena de alumínio, 01 tacho grande de alumínio sem tampa, 01 tacho maior de alumínio com tampa, 01 tacho comprido de alumínio com tampa, 01 caneco, 01 panela de ágata, 01 papeiro de ágata, 01 tigela de louça, 35 pratinhos plásticos (Estado), 01 casal de talheres, 02 potes, 01 fogão gás butano (presente do prefeito Expedito Dantas Moreira), 01 colher de pau, 01 pratinho de louça, 06 copos de vidro, 01 crucifixo, 04 quadrinhos, 01 bandeja, ½ dúzia de louça de café, 01 filtro, 01 coadeira de chá de alumínio, 01 açucareiro plástico, 01 pano de fogão, 01 poncheira plástica, 08 colherinhas, 01 cortina plástica, plásticos para toalha da cantina, 02 depósitos plásticos pequenos, 01 colher de pau, 01 peneira de arame, 01 liquidificador Arno (comprado com o dinheiro da quadra em 1972), 01 lata de querose vazia, 01 assadeira de bolo, 01 pilão de tempero, 01 geladeira GE (1972), 01pegador de geladeira, 02 caixinhas de gelo, 01 depósito de plástico da geladeira, Garrafas plásticas para geladeira, 01 peneira plástica e 01 porta-toalhas.  
Maria Zenira Gonçalves Gomes
Inventário do material existente no Grupo Escolar
 Dom Francisco de Assis Pires.
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
(NOTA: Documento manuscrito por Zenira Gonçalves Gomes. Sem data. Acredito que o inventário é do que ela deixou no grupo quando se aposentou. )

PROFESSORAS DO GRUPO ESCOLAR DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES 
PROFESSORAS DO GRUPO EM 1965
DA ESQUERDA P/ DIREITA. 
DE PÉ: BLANDINA HENRIQUE, OLGA SOUSA ARRUDA, FRANSCISQUINHA SERAFIM, EXPEDITO DANTAS MOREIRA (PREFEITO DE IPAUMIRIM), IVONE BRASILEIRO, SOCORRO NÓBREGA E GRAZIELA MILITÃO.
SENTADAS; OFÉLIA SOUSA, MIRIAM BARBOSA LIMA,  ZENIRA GONÇALVES GOMES (DIRETORA), MUNDINHA SERAFIM, ANITA NEVES.
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes
 PROFESSORAS DO GRUPO EM 1968
Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

 
DOLORES PIRES FERNANDES 
VICE DIRETORA DO GRUPO 
 Arquivo:  Zenira Gonçalves Gomes

EQUIPE DE APOIO. Arquivo Zenira Gonçalves Gomes

NOTA: O ACERVO FOTOGRÁFICO DE TODA ESTA ÉPOCA ´PERTENCE AO ARQUIVO PARTICULAR DE MARIA ZENIRA GONÇALVES GOMES E ESTÁ DISPONÍVEL NO BLOG PORTRAIT: IPAUMIRIM EM BRANCO E NEGRO. (http://portraitipaumirimbn.blogspot.com)

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Jane Maria F. A reforma da instrução pública do Ceará de 1922: as diretrizes políticas do Governo Justiniano Serpa . Fortaleza, 2009. UECE (Dissertação de Mestrado). 127p. Disponível em:  http://www.uece.br/politicasuece/dmdocuments/jane[1].pdf. Acesso em 17 de agosto de 2020.
BARROS,  Artur Victor Gonçalves. “A pobreza como estopim da revolução”: a Aliança para o Progresso em Pernambuco (1959-1964). Recife, UFPE/ , Programa de Pós-graduação em História, 2017.Dissertação (mestrado) . Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28092 Acesso em março de 2020.
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES: 1954-2004. 50 anos de história.  Ediçao comemorativa. (Sem data e sem autor).
GOMES, Maria Zenira Gonçalves. Arquivo particular: documentos e imagens.
_____. Depoimento a Maria Luiza Nóbrega de Morais. Documento manuscrito. 2003
VIEIRA, Sofia Lerche (Org.) Documentos de Política Educacional no Ceará: Império e República. Brasília, INEP, 2006. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/documents/186968/487843/Leis+de+Reforma+da+Educa%C3%A7%C3%A3o+do+Cear%C3%A1/67667e78-59e9-4f7d-9b2d-ce02819b5fea?version=1.1 Acesso em 15 de julho de 2020.
MLUIZA
RECIFE
29.08.2020

EDMILSON QUIRINO DE ALCÂNTARA: A LEMBRANÇA ALEGRE DE QUEM TEM APREÇO PELO TRABALHO QUE REALIZA.

Conversar com Edmilson é sempre muito agradável. Apesar da memória já comprometida ele adora falar sobre sua experiência como dono de bar....