NOTA: EM
VIRTUDE DA EXTENSÃO DO ARQUIVO, ESTE POST FOI SUBDIVIDO EM DUAS PARTES E
CONTINUA NO POST: PERFIL DO MUNICÍPIO DE BAIXIO EM 1940). AGRADECIMENTO ESPECIAL AO PESQUISADOR HEGILDO HOLANDA QUE GENTILMENTE COMPARTILHOU COMIGO INFORMAÇÕES IMPORTANTES E ESCLARECEU MINHAS DÚVIDAS NA CONSTRUÇÃO DESTE TEXTO.
COMO SEMPRE, TRABALHO NA PERSPECTIVA DE UM TEXTO ABERTO A OBSERVAÇÕES, COMPLEMENTAÇÕES E CORREÇÕES. SE VC QUISER ESCLARECER OU ACRESCENTAR ALGUMA COISA ENVIE EMAIL PARA luizanobrega_ufpe@yahoo.com.br
MLUIZA |
“Entre
eles, Lavras da Mangabeira criado por “Resolução Régia de 20 de Maio de 1816 e Alvará
de 27 de junho do mesmo ano, com sede na povoação de São Vicente Férrer de Lavras da
Mangabeira, então elevada a vila com a denominação de São Vicente Férrer de Lavras.
A partir de 1827, passou a Vila de Lavras. Foi instalada a 08 de janeiro de
1818 e elevada a categoria de cidade por Lei n° 2.075, de 20 de agosto de 1884,
quando era Presidente da Província do Ceará Carlos Honório Benedito Otoni. Em
1835, o município tinha 3 capelas curadas, portanto, 3 distritos.” ( GONÇALVES, Rejane Monteiro Augusto.
Lavras da Mangabeira um marco histórico.1984. p. 23)
Geralmente,
a implantação dos povoados, no Brasil,
surge de um processo que compreende várias fases. Com a instalação dos
primeiros povoadores numa determinada região ainda desabitada havia uma
distância considerável entre este local e uma igreja ou capela. Assim sendo,
eles se reuniam para construir um pequeno templo que possibilitasse os atos
religiosos das famílias. Esse local era também utilizado para eventuais
celebrações religiosas por ocasião da passagem de um pároco pelas cercanias.
Com a instalação de novos povoadores e o consequente aumento da população, os
moradores se reuniam e solicitavam ao bispo o reconhecimento da capela através
de um processo de sacralização que implica no reconhecimento da capela como
ermida da Igreja e na visitação regular de um padre. Como essa capela não
poderia ser construída em terras particulares, era necessário que se
constituísse um patrimônio próprio para a capela que deveria situar-se num
local privilegiado. Nesse momento, entram os proprietários de terra que fazem a
doação de uma área que vai além do espaço da capela. As terras doadas deveriam
também gerar receitas para sua manutenção quando ali se instalassem outros moradores
de posses limitadas. A concentração de moradias em torno da capela daria origem
aos povoados e vilas. Com o tempo, essas capelas podem passar à condição de
paróquia também conhecida, em tempos antigos, pelo termo freguesia. A freguesia
seria um módulo da organização da Igreja associada a uma unidade territorial.
Posteriormente, elas se transformariam em paróquia obedecendo às demandas e
regras da Igreja.Havia portanto uma relação entre a instalação da capela curada
e a importância econômica da vila e, por conseguinte, com a sua organização
espacial e vida política. Cada capela curada correspondia a um distrito e para
cada distrito um Juiz de Paz, função de relevância expressiva. Em 20 de agosto
de 1768 registra-se a primeira cerimônia religiosa realizada na capela de São
Vicente Ferrer. A criação da paroquia deu-se em 1813.
Em 27
de março de 1765, no Icó, “apareceu o Tenente-coronel Manuel Ribeiro de Campos,
morador em sua fazenda chamada Umari, disse que é senhor e possuidor de um
sitio de terra com três léguas de comprimento e uma de largura na beira do Rio
Salgado, chamado Umari, o que houvemos por título de dta e sesmaria” Disse
ainda, que, “fazia doação de meia légua da dita terra para Patrimônio da Capela
Senhor São Gonçalo e Nossa Senhora da Conceição que ele doador pretende
erigir!, como também “vinte e cinco vacas e um touro situados no mesmo sítio,
para de seu rendimento anual se fabricar a dita capela”. (MACEDO, Joarivar. São Vicente de
Lavras, p. 23)
Em
1835, a capela de Umari estava inscrita como capela curada vinculada à
Freguesia de São Vicente Ferrer, de Lavras, desvinculando-se desta em 02 de
setembro de 1875 e se transformando em Freguesia. (GONÇALVES,
Rejane M.A. 1984, Op. cit. p16)
Em
11 de novembro de 1836, nasceu Pe. Inácio Ferreira do Bonfim, filho de Vicente
Ferreira Bonfim e Vicência Maria do Nascimento, naturais de Lavras. Padre
Inácio foi capelão de Umari antes da criação da sua freguesia. Ele foi morador do
Sitio Lagoinha que se presume ser o núcleo inicial do povoado de Alagoinha onde
residiam os Ferreira Bonfim. Rosalina Maria da Conceição, viúva de Bernardino
Ferreira Bonfim, doou uma parte de suas terras a Nossa Senhora da
Conceição. (MACEDO,
Joarivar. Op. cit. p. 80)
O
distrito de Umari, subordinado ao município de Lavras, foi legalmente criado
através do ato provincial em 19.06.1860 e por lei provincial n° 2046 em
02.09.1875, mesma data, portanto, do desmembramento da Freguesia de Nossa
Senhora da Conceição, de Umari, da Freguesia de São Vicente Férrer, de Lavras.
Para
a composição da freguesia de Umari foram desmembradas do território da
freguesia de Lavras, as capelas de Olho d’Água do Melão, Alagoinha e Barra e,
ainda, as Capelas da Fazenda da Serra e Santa Maria (Várzea Grande) no território
do Icó. (GONÇALVES, Rejane M.A. 1984. p. 18). Em 18 de agosto de 1882, a freguesia de
Umari foi executada canonicamente.
A
capela do Sitio Barra teria sido construida por volta de 1873 por
iniciativa de José Correia e sua esposa Laurentina Maria da Conceição.
Ela pertenceu a Paroquia de Sao Vicente Ferrer até o ano de de 1875
quando foi criada a Paroquia de Umari. (BEZERRA, Hermes Pereira. Ipaumirim 60 anos. 2013. pp. 19-20)
A
capela de Olho d’Água foi construída em terreno doado por Maria José de
Lima,
esposa de Félix Antônio Duarte. Félix Antônio , em 20.10.1884, tomaria
posse como vereador
na Câmara de Vereadores de Umari representando o povoado de Olho d’Água
do Melão. Com o seu falecimento, em 1900, Vicente Felizardo Vieira,
casado com sua filha Joana Maria de Lima, assume a liderança política em
Olho
d’Água sob orientação do Coronel Gustavo Augusto Lima, seu padrinho de
batismo.
A
antiga capelinha de Alagoinha, construída de taipa, já existia em 1875 mas não se sabe quando teria sido construida.
Situava-se na antiga Rua do Sol onde também se localizava o mais antigo cemitério do povoado. É provável que
esta dita capela esteja localizada nas terras doadas pelos Ferreira Bonfim.
Estas terras, posteriormente, foram desmembradas e vendidas a outras
pessoas.
Entre os anos 1899-1901,
Vicente Felizardo Vieira “doou um terreno de 100m² entre as ruas do Sol e da
Sombra, atuais ruas Prefeito Alexandre Gonçalves, e Coronel Gustavo Lima, respectivamente,
para a Igreja de Alagoinha, cuja padroeira é Nossa Senhora da Conceição, ainda
hoje situada no local.” (CHAGAS, Maria F. Vieira, ROLIM, Raimunda V. Em
família.s.d., p. 29)
“A
lei provincial 2.046, de 12.11.1883, criou o munícipio de Umari, elevando a
categoria de Vila a povoação de Umari, tendo por limites o mesmo da freguesia.
Foi inaugurado o município em referência aos 20 dias do mês de outubro de 1884.
desmembrado de Lavras e com sede no distrito.” (GONÇALVES,
REJANE. Umari, Baixio Ipaumirim: subsídios para a história politica. 1997. p
28.)
Umari
tinha uma localização geográfica estratégica. Pela sua povoação passava um
caminho fundamental para o povoamento da região, a velha estrada real que
ligava o Ceará a Pernambuco e Paraíba,
que também serviu tanto para o tráfego de mercadorias quanto foi
estratégico para as revolução do Brasil imperial. Era o ponto central entre a
Vila de Lavras, de Sousa e do Icó. ”A estrada era em muitas partes má para a
artilharia, por ser montanhosa e pedregosa; tem um trânsito muito fechado a que
chamam de picada”. (Roteiro feito por Frei Joaquim do Amor Divino
Caneca, em 16.9.1824 pp. 128-29 apud GONÇALVES,
Rejane M. A. 1997. p. 24)
George
Gardner, no século XIX, registra uma estrada com iguais características pela
qual teria passado na sua viagem entre
Icó e a Vila de Lavras. “Na noite do segundo dia após sair de Icó chegamos à
Vila de Lavras da Mangabeira, cerca de dez léguas distante. Um pouco além de
Icó a estrada torna-se bem áspera, com muitos altos e baixos no leito
pedregoso, imprestável, por isso, ao trânsito de carros, fazendo-se todo o
tráfego para o interior nas costas de cavalo ou, por estranho que pareça, no
lombo de bois. ” (GARDNER, GEORGE, 1975. p. 88)
APORTANDO NO SÉCULO XX
”Pela
lei n° 588 de 19 de julho de 1900, os Intendentes Municipais passaram a ser
eleitos pelas respectivas Câmaras, a exceção do da Capital que será livremente
nomeado pelo Presidente do Estado”. (Almanaque do Ceará. 1904-1906 apud GONÇALVES,
Rejane M. A. 1997. Op. cit. p. 34).
Umari
e seus distritos (Baixio, Alagoinha e Olho d’Água) aportam no século XX com
Joaquim Barbosa Gondim como intendente do município, entre os anos 1900-1904. Os
vereadores do período foram: Francisco Moreira de Oliveira, José Ferreira
Parnaíba (Presidente), Manuel Alves Bezerra, Januário José de Aquino, Antônio
Moreira da Silva, João Ferreira da Silva e Joaquim Monteiro da Silva. (GONÇALVES,
Rejane M.A., 1997, Op. cit. pp. 34-35)
Alegando
a escassez de recursos pela qual passava o município, Umari novamente foi anexado ao município de Lavras,
em 09.10.1920, através da Lei 1.794.
Toda
essa área onde se localizava os distritos de Alagoinha e Olho d’Água era feudo
político dos Augustos de Lavras da Mangabeira. Em 1818, João Augusto Lima, em
companhia de sua sogra Joana Augusto Leite e de Luiz Leite da Nóbrega, neto de
Joana, junto com Vicente Felizardo
fundaram, no Olho d’Água, o Partido da Aliança Liberal. João Augusto instala na
vila um comercio de tecidos que depois por conveniência comercial é transferida
para Alagoinha. (CHAGAS,
Maria F. Vieira, ROLIM, Raimunda V. Em família. p. 28)
Entre
os anos 10-20 a produção de algodão, apesar dos altos e baixos provocados pelas
condições climáticas, fazia a riqueza da região. Várias bolandeiras foram instaladas nas regiões produtoras de algodão. As bolandeiras consistiam em
uma máquina rudimentar que descaroçava algodão. Existiam diferentes modelos de
bolandeira. Entre outras, no Distrito de Alagoinha José Ferreira de Santana
(Coronel Cazuza Santana), pernambucano de São José do Egito, por volta de
1913-1915, instalou uma bolandeira no seu terreno que depois seria vendido a
Pedro Alexandre. A bolandeira era instalada nas imediações da casa de Dona
Naninha , ex-mulher de Pedro Alexandre, na saída de Alagoinha para Baixio. No
Distrito de Olho d´Água, Vicente Felizardo Vieira instala sua bolandeira cujo
mecanismo era constituído “por uma serra com dentes de 60 a 80cm e uma
limpadora”. (CHAGAS, Maria F. Vieira, ROLIM, Raimunda V. Op. cit.
família. p. 28)
Ainda em 1923, já havia uma bolandeira instalada no Sitio Melão de propriedade da familia Matias.
Ainda em 1923, já havia uma bolandeira instalada no Sitio Melão de propriedade da familia Matias.
“Por volta de 1925, sentindo que a Empresa
dava ares de crescimento, transferiu-a para Alagoinha, hoje Ipaumirim, como o
nome oficial de INDÚSTRIA ALGODOEIRA SÃO FRANCISCO’, situada na atual Rua Bento
Vieira.” Esta indústria mantinha contatos com centros algodoeiros expressivos
na região, tais como a vizinha Cajazeiras e ainda Mossoró e Campina
Grande.
“(...)
o algodão, encaminhado à fábrica e sua produção em fardos de lã de 50 a 60
quilos eram transportados em dorso de animais, conduzidos por trabalhadores
rotulados de comboieiros, assim
chamados, porque saiam em grupos, tangendo comboios de animais que portavam os
fardos de lã e/ou algodão prensados a braços de homens e amarrados com cipó
verdadeiro ou corda”. ((CHAGAS, Maria F. Vieira, ROLIM, Raimunda V. Op.
cit. p. 32) Os
problemas climáticos e a crise do algodão, principal fonte de renda da região,
as dificuldades financeiras, os problemas de inacessibilidade a operações de
crédito junto a bancos, o falecimento de Vicente Felizardo, em 1933, e de sua esposa, Joana Maria de Lima, entre
outras variáveis, contribuíram para promover a negociação da empresa com o seu
credor principal, Sr. Cícero Fernandes de Sousa, com quem a empresa mantinha
relações no comercio de algodão na cidade de Mossoró. A empresa repassada como
quitação do débito. passa a se chamar Sousa Fernandes e Cia. A família Fernandes, do Rio Grande do
Norte, dominava o comércio de algodão no estado do RN, com expansão na Paraíba
e no Ceará, estava no seu apogeu nos anos 30. A indústria Alfredo Fernandes
& Cia possuía doze usinas de algodão. A Indústria Tertuliano Fernandes
&Cia, na década de 40, possuía descaroçadores e usinas de beneficiamento no
Rio Grande do Norte e no Ceará.
É
através de Alfredo Fernandes que Francisco Vasconcelos de Arruda chega a
Ipaumirim no ano de 1940.
Dos anos 30 aos anos 50, funcionou, em Ipaumirim, a agroindustria de beneficiamento de algodão de Luiz Pinheiro Barbosa situada na antiga Rua do Sol.
Em 1954, Jose Abrantes Sarmento, comprou a fábrica de Luiz Barbosa e instalou, em 1956, a sua fábrica de óleo no Sitio Carnaubinha, propriedade de Raimundo Leandro. A instalação da fábrica teria propiciado o aumento de edificações residenciais nesta área que viria a ser posteriormente denominada Vila São José. (BEZERRA, Hermes Pereira, Ipaumirim 60 anos. 2013)
Dos anos 30 aos anos 50, funcionou, em Ipaumirim, a agroindustria de beneficiamento de algodão de Luiz Pinheiro Barbosa situada na antiga Rua do Sol.
Em 1954, Jose Abrantes Sarmento, comprou a fábrica de Luiz Barbosa e instalou, em 1956, a sua fábrica de óleo no Sitio Carnaubinha, propriedade de Raimundo Leandro. A instalação da fábrica teria propiciado o aumento de edificações residenciais nesta área que viria a ser posteriormente denominada Vila São José. (BEZERRA, Hermes Pereira, Ipaumirim 60 anos. 2013)
Fábrica de Beneficiamento de Algodão, de Cícero Fernandes de Sousa |
Ainda
em 1919, João Augusto Lima vem morar em Alagoinha. Na década de 20, em virtude
do sucesso da produção de algodão e da administração de João Augusto, o
vilarejo consolidou sua posição como um
distrito promissor com mercado público, lojas, farmácia, uma feira movimentada,
escolas, boa localização, estradas rudimentares mas que atendiam à sua função,
a proximidade de centros mais adiantados como Cajazeiras - PB, principal núcleo modernizador daquela região do sertão, foi fundamental para o crescimento do distrito.
Fonte da imagem: GONÇALVES, Rejane. Umari, Baixio, Ipaumirim:
subsídios para a história politica, p. 159.
subsídios para a história politica, p. 159.
O fato de a estrada de rodagem, entre Cajazeiras e Lavras, passar dentro do
núcleo urbano de Alagoinha ampliava a sua rede de contatos embora com as
dificuldades de locomoção típicas da época. Se ser fronteiriço à Cajazeiras
intensificou o contato com a modernização, estar a meio caminho entre esta cidade e Lavras da Mangabeira -CE foi de extrema importância para o distrito. Havia uma intensa movimentação entre as duas cidades. Lavras tinha estação de trem que ia até Fortaleza. Por Lavras, não passavam apenas os passageiros num movimento de ida e vinda para a capital cearense. Passavam também mercadorias e novidades vindas do Porto de Fortaleza que se destinavam à região fronteiriça da Paraíba. A construção de açudes públicos bem como de estradas de rodagens pelo IFOCS/DNOCS trouxeram técnicos estrangeiros, hábitos e produtos que até então a região não conhecia. Deste assunto, trataremos oportunamente.
Na
década de 20, Baixio que era apenas uma
fazenda pertencente a Liberalino José de Carvalho alcançou algum progresso com a implantação do Ramal da Rede
Viação Cearense inaugurada em 1923, que parte de Arrojado, no Ceará, em direção a
cidade de Sousa, na Paraíba. As conexões desta estrada favoreceram a expansão
dos contatos de Baixio.
Estação Ferroviária de Baixio |
Segundo
o pesquisador, Hegildo Holanda, no projeto original, este ramal da estrada de
ferro da Rede Viação Cearense deveria passar por Alagoinha, mas por exigência
do Padre Joaquim Cirilo de Sá ,
líder político de São João do Rio do Peixe - PB e muito próximo de Epitácio
Pessoa, a estrada de ferro foi desviada passando por Baixio com destino a São João do Rio do Peixe e de lá seguindo para Sousa prejudicando inclusive
Cajazeiras.
Em
1928, Raimundo Augusto Lima, foi eleito prefeito de Lavras da Mangabeira.
Durante o processo de reorganização dos municípios, em 1930, foram destituídos
os prefeitos e dissolvidas as Câmaras de Vereadores através do Decreto n° 06,
de 16.10.1930. Em 20 de maio de 1931, através de Decreto Estadual, é restaurado
o município de Umari com sua sede em Umari.
O decreto n° 650, de 30.06.1932, eleva a povoação de Baixio à categoria
de Vila. Posteriormente, com o Decreto
Estadual de 09.05.1933 é que se
transfere a sede do termo de Umari para Baixio. O decreto n° 1.156, de
04.12.1933 que dispõe sobre a divisão administrativa do Estado, registra que o
município de Baixio se compõe do distrito sede e ainda dos distritos de
Alagoinha, Olho d’Água e Umari.
Em
fevereiro de 1934 toma posse como prefeito de Baixio João Bezerra Campos
nomeado por Roberto Carlos Vasco
Carneiro de Mendonça, membro da Aliança Liberal, interventor federal no
Ceará no período entre 22 de setembro de 1931 e 5 de setembro de 1934.
No dia 03 de novembro do mesmo ano, toma
posse como prefeito de Baixio, Joaquim Leite Ribeiro. Em junho de 1935,
Francisco de Meneses Pimentel, Aliança Liberal, foi eleito por sufrágio universal, para governar o Ceará entre os anos 1935 – 1937. Com o golpe militar de 1937, foram nomeados interventores para os estados e municípios. Meneses Pimentel é nomeado interventor com mandato entre 10.11.1937 a 28.10.1947. Na condição de interventor, Pimentel nomeia Cícero Brasileiro para prefeito de Baixio em 26.11.1937. Cícero Brasileiro havia sido eleito prefeito de Baixio em 1936. Cícero
Brasileiro construiu algumas edificações em Baixio. Foi exonerado, em 07 de abril de 1938, e para ocupar o seu lugar foi
nomeado, Luiz Bezerra da Silva que ficou até 1945.
Nos
anos 30, Baixio tinha luz elétrica fornecida pela firma Fausto Maia e alguns
prédios públicos.
Cícero
Henrique Brasileiro, filho e Joaquim Henrique d’Oliveira e Maria Esperança da
Trindade, nasceu
no Sitio Malhada Funda,
município de Aurora, em 28.11.1896, Fixou residência no Distrito de
Alagoinha,
em 1921,onde morou na Rua Coronel Gustavo Lima nas imediações do local
onde atualmente funciona as Casas Alves, e de lá foi instalar-se em
Baixio em 1923. Casado com Dona Raimunda
Brasileiro teve quatro filhos: Líbio Lima Brasileiro, Hugo Lima
Brasileiro,
Libia Lima Brasileiro e Ivone Lima Brasileiro.
A vila
de Olho d’Água passa a se chamar Felizardo em 20.12.1938 através do decreto
Estadual n° 448. Alagoinha passa a ser denominado Ipaumirim só a partir
de 30.12.1943.
Nos
anos 30, Baixio, Umari, Alagoinha e Olho d’ água/Felizardo compunham uma só
unidade administrativa com sede em Baixio. A região tem características comuns.
Do ponto de vista estrutural, a composição era bastante homogênea.
Se o
Recenseamento de 1920, quando a sede do município ainda era em Umari registra
296 propriedades, o Censo Agrícola do Estado do Ceará, de 1940, quando a sede
era Baixio, oferece mais detalhes do que era e do que significava essa região do
ponto de vista econômico agregando novos dados e características da rudimentar
economia do município.
MLUIZA
RECIFE, 25.02.2019