Fiquei aqui matutando e me
perguntando se existe alguma possibilidade de inovar num contexto de não
renovação. Vamos combinar que o caso de IP desafia até a célebre lei da
Conservação das Massas, de Lavoisier, que diz que “na natureza, nada se cria nada se perde, tudo se transforma”.
Além da química, essa regra tem sido
interpretada em outras dimensões inclusive da nossa vivência. Aproveito esta
relativa liberdade de interpretação para fazer um paralelo com o cotidiano
político em IP que insiste em contrariar Lavoisier. Ou seja, na política de IP
nada se cria, nada se perde e nada se transforma.
Por que?
Porque criar implica em inovar,
trazer algo novo, uma nova mentalidade, novos métodos, abrir-se ao futuro,
compreender que o destino não é uma fatalidade, encarar um futuro desafiador,
incorporar os novos tempos, trabalhar as contradições, renovar os discursos,
perceber, pensar, questionar e agir como um indivíduo que vive no século XXI.
Reconhecer que a vida caminha para frente e que as pautas do passado já não se
colocam da mesma maneira para os povos, para os tempos, para o universo. Para
criar é preciso renovar as estruturas, separar o joio do trigo, descartar hábitos
arraigados e avançar no tempo presente tendo como horizonte um futuro possível.
E nada se cria porque não se quer perder a pior parte, ou seja, a pretensa
segurança dos velhos métodos, do clientelismo, da liderança pautada no universo
tosco de um mundinho pequeno, pessoal e de limites intransponíveis. Não há espaço para transformação, não há
espaço para novas ideias, não há espaço para o surgimento de novas lideranças.
E porque nada se quer perder, estamos sempre no ponto de partida. Somos como um carro com luzes dianteiras apagadas e luzes trazeiras acesas. Distanciando-se ao longo de uma estrada mas olhando para trás, iluminados pelo que ficou atrás, guiados pelo passado no que o passado tem de mais desabonador. Estamos perdendo o presente e sacrificando o futuro em nome de uma herança política tacanha, estreita e de vistas curtas. O mais temeroso de tudo é querer doutrinar os jovens pelos mesmos preceitos. Só entra no gueto quem rezar no mesmo catecismo. E muitos deles entram achando que lá dentro podem mudar alguma coisa. Ledo engano, é pouco provável que alguém entre numa mesquita para adorar Jesus Cristo. As amarras, as sutilezas, os acenos e, a pior de todas, as lições da esperteza são sedutoras. É preciso que o novo traga conhecimento, segurança, lucidez e coragem para enfrentar desafios. Mas quem quer - nesta política miúda - abrigar alguém com tamanha determinação para se libertar?
E porque nada se quer perder, estamos sempre no ponto de partida. Somos como um carro com luzes dianteiras apagadas e luzes trazeiras acesas. Distanciando-se ao longo de uma estrada mas olhando para trás, iluminados pelo que ficou atrás, guiados pelo passado no que o passado tem de mais desabonador. Estamos perdendo o presente e sacrificando o futuro em nome de uma herança política tacanha, estreita e de vistas curtas. O mais temeroso de tudo é querer doutrinar os jovens pelos mesmos preceitos. Só entra no gueto quem rezar no mesmo catecismo. E muitos deles entram achando que lá dentro podem mudar alguma coisa. Ledo engano, é pouco provável que alguém entre numa mesquita para adorar Jesus Cristo. As amarras, as sutilezas, os acenos e, a pior de todas, as lições da esperteza são sedutoras. É preciso que o novo traga conhecimento, segurança, lucidez e coragem para enfrentar desafios. Mas quem quer - nesta política miúda - abrigar alguém com tamanha determinação para se libertar?
E porque nada se cria e nada se perde
é que nada se transforma. Nada se renova.
Acho que muita gente se sentiria
feliz, eu inclusive, se o futuro nos surpreendesse positivamente. Se a devoção
ao passado não permanecesse no futuro próximo.
Na minha modesta maneira de ver,
ainda há um espaço para arejar o futuro próximo em IP. É tentar uma renovação
na Câmara dos Vereadores. Por que não? Renovar o discurso e a ação da casa
legislativa. Abandonar as práticas político-partidárias que permeiam as ações e
as questiúnculas que ocupam o plenário. Descartar a banda podre que alimenta o
clientelismo, as picuinhas e os pequenos interesses.
Para isso não é preciso apenas saber
votar mas sobretudo acompanhar, cobrar, exigir dos nossos representantes. E
isso só quem pode fazer bem é uma sociedade livre e organizada. Para estes, a
luta precisa ser contínua, incessante e corajosa.
MLUIZA
Publicado
no alagoinha.ipaumirim em 29.09.2012
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