Chico Felizardo nasceu no sítio Lagoa dos Nunes,
município de Várzea Alegre, em 09/11/1903. Foi sucessor do seu avô, Félix Antônio,
e do seu pai, Vicente Felizardo, nas atividades políticas e sociais do Distrito
de Felizardo. Junto com os irmãos, doaram alguns lotes para construção de
prédios públicos e/ou residenciais no pequeno vilarejo. Fez o primário
incompleto mas era um homem sensível ao problema da educação lutando para
construção e funcionamento de escolas no distrito e na zona rural mesmo em períodos
em que o poder público não se preocupava com a educação.
Coordenou os Serviços de Estradas e Rodagem, no ano
de 1932, de Felizardo à Boa Esperança, atualmente Iara, sob a determinação da
Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, chefiando também o fornecimento de
alimentos do senhor Januário Feitosa na cidade de Barro. Coordenou os mesmos
serviços na região, em 1942, sendo chefe do fornecimento de alimentos do
Senhor Oswaldo Ademar Barbosa também na cidade de Barro.
No difícil período da seca, a população humilde
saciava a fome coma fruta silvestre conhecida por Marí que, depois de
cozida durante várias horas, era retirada da casca e a sua castanha era comida
misturada com rapadura.
Os trabalhadores , também chamados de cassacos,
percorriam, a pé, 42 km entre o Distrito de Felizardo e a cidade de Barro. Após
48 horas de atividades nas frentes de trabalho, brutalizados pela dureza do
serviço rude, retornavam aos lares conduzindo nas costas um saco de mantimentos
adquirido com o dinheiro ganho. Chico Felizardo também foi inspetor de terras e
colonização para o município de Baixio no período de 1957 a 1949. Ali, iniciou
sua vida política. No começo, seguindo a orientação de Cícero Henrique
Brasileiro, chefe político do Baixio, que fundou na cidade, em 1936, o Partido
Republicano Progressista, no qual fez parte do seu primeiro diretório na
pequena cidade. Cícero Brasileiro foi eleito prefeito, em 7 de abril de 1938,
mas foi exonerado pelo interventor Menezes Pimentel e consequentemente nomeado
o Sr. Luiz Bezerra que governou até 1 de setembro de 1945.
Na gestão de Luiz Bezerra surgiu a idéia da mudança
do nome de Olho d’Água para Felizardo.
Pelo decreto estadual nº 448 de 20 de dezembro de
1938, a Vila Olho d’Água passa a ser chama Felizardo. Chico Felizardo pertenceu
muito tempo à União Democrática Nacional (UDN) e, posteriormente, com a
ditadura militar iniciada em 1964, passa a pertencer à Aliança Renovadora
Nacional, (ARENA) partido governista.
Foi eleito vereador, em Ipaumirim, em 15 de
novembro de 1966 para a gestão do prefeito Oswaldo Ademar Barbosa, ocupando a
Presidência da Câmara no período de janeiro de 1967 a dezembro de 1970. Foi
eleito vice-prefeito do Sr. José Fernandes de Sousa (Nildo Fernandes) em 15 de
novembro de 1970 para a gestão 1971-1973. Reeleito vice do mesmo prefeito no
pleito de novembro de 1976, ficou no cargo até 1983. Ocupou a cadeira de
prefeito entre 14 de setembro a 31 de outubro de 1979.
Casado com Raimunda Bezerra Viana, conhecida como
Mundosa, natural do sítio Machado, município de Várzea Alegre. Dona Mundosa foi
uma das primeiras professoras diplomadas do Distrito de Felizardo. Nomeada pela
Lei estadual para o magistério primário, lecionou por volta de 1934 a junho de
1943 na Escola Isolada de Felizardo que funcionou no prédio conhecido como
Quarto da Aliança. Faleceu de parto, em 1943, aos 35 anos de idade.
A Escola Isolada de Felizardo destinava-se à formação de alunos entre 7 e 14 anos de idade, oferecendo desde a alfabetização ao 4º ano primário. Era fiscalizada semestralmente pelo Delegado Regional de Ensino, Senhor José Militão de Albuquerque, residente na cidade de Cedro – CE.
A Escola Isolada de Felizardo destinava-se à formação de alunos entre 7 e 14 anos de idade, oferecendo desde a alfabetização ao 4º ano primário. Era fiscalizada semestralmente pelo Delegado Regional de Ensino, Senhor José Militão de Albuquerque, residente na cidade de Cedro – CE.
Além das atividades de ensino, Dona Mundosa
participava das atividades religiosas, era responsável pelo ensino do catecismo
e preparação para a primeira comunhão que ocorria festivamente no dia da
padroeira da vila, Nossa senhora da Conceição, no dia 8 de dezembro, na época
celebrada pelo Monsenhor Manuel Carlos de Morais, vigário da paróquia de Umari
a qual pertencia o distrito.
O casal teve onze filhos, sendo que seis deles
faleceram ainda crianças, ficando apenas com Felizardo, Flaucineide, Eunice,
Ereneide e Raimunda.
Chico Felizardo casou pela segunda vez com
Franciscana Costa Vieira, oficial do registro civil do Cartório de Felizardo,
tendo com ela uma filha, Francisca Consuelo.
Faleceu em 31 de outubro de 1992 aos 89 anos de idade sendo sepultado no túmulo da família no cemitério do distrito de Felizardo, onde viveu e trabalhou durante toda sua vida.
Faleceu em 31 de outubro de 1992 aos 89 anos de idade sendo sepultado no túmulo da família no cemitério do distrito de Felizardo, onde viveu e trabalhou durante toda sua vida.
Texto editado a partir do livro Em família,
de Maria Flaucineide Vieira Chagas e Raimunda Vieira Rolim. Edição do autor.
Gráfica Real. Cajazeiras. 2004. pp. 61-70.
Publicado
no alagoinha.ipaumirim em 02.05.2010.
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