Agora,
passadas as eleições é tempo de comemoração para os que ganharam e de
desapontamento para os que perderam. Democracia é assim. Depois, a vida volta
ao normal, nada muda para a grande maioria independente de ser ganhador ou perdedor.
Para quem é afeito à reflexão, há muito o que
observar. Para os demais, o destino dos próximos quatro anos está traçado e
basta. Para estes, fica a possibilidade de pequenas vinganças, um legado de
decepções e essas coisas menores que povoam o mundo e se exacerbam
particularmente nos momentos de confronto.
De qualquer maneira, com todas as falhas, nada é
melhor que a democracia. Mas existe um hiato profundo entre a liberdade de
escolher candidatos e a compreensão do que é ser um cidadão livre.
É saudável que a prefeitura mude de “mãos” a cada
quatro anos. Em princípio, não sou partidária de reeleições. Ipaumirim já nos mostrou
que eles ficam cada vez menos interessados no município a cada vez que assumem
de novo a sua gestão.
O complicado é que a mudança de nomes de candidatos
não implica necessariamente em renovação. Em todos os costados continuamos na
velha política, nos abomináveis métodos e, pior ainda, o povo não cansou do
velho clientelismo. E é por esta razão que os políticos são o que são e o
município continua exatamente onde sempre esteve. É neste quadro que se explica
o atraso e o abismo que o separa de um futuro melhor.
Com uma proposta absolutamente démodé, as alianças
massacraram a possibilidade de florescer alternativas dentro dos pequenos
partidos. Estes, por sua vez, se acovardaram diante do rolo compressor do
conservadorismo que a qualquer custo não quer abrir mão dos seus guetos
eleitorais.
Abocanhar o espaço de manifestação para os que não
concordam com essa dualidade política em Ipaumirim foi o pecado capital da
campanha 2012. Aparentemente localizado e inofensivo, este pecado tem muitos
desdobramentos a curto, médio e longo prazo. Por ele, pagarão todos. Vencedores
e vencidos.
A campanha
já anunciou que não surpreenderia desde quando as candidaturas foram lançadas.
Qualquer resultado traria em si o ranço do conservadorismo político responsável
pelo atraso do município há muitos e muitos anos. Mas isto não parece ser
problema de candidatos, isto é problema de um povo que abdicou do seu presente
e procrastinou o futuro das novas
gerações.
Aguardamos a publicação das metas do novo governo
para sabermos efetivamente o que se pretende fazer com o município.
No mais, é desejar um bom trabalho aos vencedores,
prefeito e vice, e que a Câmara de Vereadores seja menos politiqueira, mais atuante e que todos se comprometam a
atravessar de forma sensata os próximos
quatro anos.
MLUIZA
Publicado no alagoinha.ipaumirim em 09.10.2012
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