Para quem não conhece este tipo de trabalho, utilizo a explicação de um
texto sobre o tema publicado no blog CAJAZEIRAS DE AMOR (http://cajazeirasdeamor.blogspot.com.br/) que traz a definição precisa do que foi e da importância que teve este trabalhador na dinâmica do comércio nas cidades interioranas.
“Entre as
antigas profissões que no passado atendia no comércio de estivas e cereais das
cidades do interior do Nordeste, a de Chapeado, talvez era a mais identificada
com a cultura popular. O chapeado, carregador ou carreteiro - como era chamado
popularmente, eram aqueles homens fortes que trabalhavam nos armazéns ou que
ficavam nas ruas do centro de Cajazeiras, principalmente em dia de feira livre
na espera de serem contratados por alguns comerciantes donos de bodegas para
conduzir pesados sacos de arroz, farinha, açúcar ou feijão até o local
previamente determinado.
Os
chapeados pegavam no pesado e suava muito para suportar os sessenta quilos de
um saco de açúcar, por exemplo. Necessitavam ter massa muscular e bastante
força. Ficavam na porta ou dentro do estoque de cereais dos armazéns
localizados nas principais ruas da cidade, como: a Rua Padre Manoel Mariano,
Rua das Tamarinas e Padre José Tomaz; muitos sem camisas, ao sol e chuva, com
chapéus arredondados na cabeça, artesanalmente feitos com metades de uma bola
de futebol, cujo objetivo era amortecer o peso das mercadorias sobre a cabeça.
Para
transportar as encomendas do centro para um local mais distante, usavam
possantes carrinhos de mão, caracterizados por quatros rodas de madeiras
revestidas com tiras de borrachas de pneus; dois feixes de molas de automóveis;
um volante também de automóvel com uma barra de ferro ligada a uma trava
embaixo, que conduzia dois cabos até o eixo dianteiro, fazendo girar as rodas
da frente para direita ou para esquerda. Os carrinhos tinham capacidade para
suportar até cento e vinte quilos ou mais.”
Flávio Lúcio, você que tem uma memória prodigiosa
vê se manda uns nomes. O chapeado assim como o botador d’água e outras
profissões foram acabando ao longo do tempo por conta da modernização. Não sei
se ainda tem alguns.
Com os problemas da falta d’água na cidade ressurge,
no século XXI, um trabalho similar ao
antigo botador d’água mas em outra circunstância
e utilizando outros equipamentos. A função seria a mesma – abastecer a cidade -
mas os recursos utilizados são outros.
MLUIZA
BOSCO
MACEDO informa:
Constantino Dias, foi o chapeado mais famoso
de Fortaleza, era filho de Ipaumirim e trabalhou mais de 40 anos no aeroporto.
Foi matéria no DN e queria matar quem inventou rodas nas malas.
Manoel Fonfon, era o carregador de malas, que fazia
ponto no posto de Zé Felinto, local de embarque no ônibus de Cirilo e depois
Expresso de Luxo.
JOSECY
ALMEIDA informa:
Trabalharam no Armazém de Zé Alves: Antonio
Laurindo, Abilão (Abdias), Raimundo de Dos Anjos, Manoel Fonfon, Raimundão de
Carmélia, Zé Além (filho de Cícero Lopes), Caicó (filho de Cícero Lopes),
Bacardi, Zé Róseo e Ganzelão.
ZÉ GILMAR FRANÇA INFORMA: Louro Piauí.
ZEZIM
MACIEL informa:
Eu me lembro de Chaga Bindá. Ele também trabalhou
com Zé Saraiva. Certa vez minha mãe pagou para ele me trazer do Crato, onde eu
trabalhava na oficina de Mestre Chagas, na Rua da Vala. Por não querer voltar
para Ipaumirim (eu me amarrava nos faroestes com Audie Murphy, Jeff Chandler do Cine Moderno) tentei enganá-lo, mas, da maneira
como ele falou, logo entendi que dona Joaninha tinha recomendado para ele me
levar de qualquer jeito.
Diante daquele homem que tirou um retrato com
um fardo de algodão de 200 Kg. na cabeça, aceitei o convite, e estou vivo.
TEXTO DE
PRODUÇÃO COLETIVA
Publicado
no alagoinha.ipaumirim em 21.10.2012
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